Estratégia e Execução

A última analista honesta e a bandeira feminina

Uma das mulheres mais poderosas de Wall Street, Sally Krawcheck abraça a causa da equidade de gênero e alavanca seu novo empreendimento com fundo de investimento diferente

Compartilhar:

A 85 Broads, empresa baseada em uma rede de 30 mil executivas do mundo que promove eventos e publica livros voltados para as profissionais do sexo feminino, não existe mais. Ela acaba de ser substituída pela Ellevate Network. A rede agora inclui o Ellevate, o primeiro fundo de investimento do mundo focado em empresas que dão mais espaço a mulheres em posições de liderança –nessas organizações, elas ocupam 31% dos assentos dos conselhos de administração (ante uma média de 11%) e 24% do cargos executivos. 

Mais de 42% dos investidores norte-americanos queriam investir em empresas com diversidade de gênero, segundo pesquisa do Center for Talent Innovation, e Sally Krawcheck, que comprou a rede em 2013, atendeu-os. Isso pode ser o início de uma revolução, segundo observadores. Sally Krawcheck não brinca em serviço. 

Destaque na masculina Wall Street e presente nos rankings de mulheres mais poderosas dos EUA por 20 anos –seu salário anual era estimado em US$ 10,6 milhões–, virou sinônimo de integridade. 

**PELOS CLIENTES**

Foi como líder da empresa de análises Sanford Bernstein, em 2002, que Krawcheck ganhou a capa da Fortune –“The last honest analyst”– e a fama. Segundo a revista, em meio a um mar de recomendações distorcidas dos analistas de investimentos, havia a pesquisa séria de Krawcheck e sua empresa, reconhecidas por investidores. 

O segundo episódio que consolidou a marca “Krawcheck” aconteceu em 2008, durante a crise hipotecária norte- -americana. Como líder global de gestão de fortunas e executiva-chefe de finanças do Citigroup, ela confrontou seu presidente, Vikram Pandit, recomendando que os clientes recebessem o dinheiro de volta em produtos financeiros vendidos “erroneamente”. Eles foram reembolsados, mas ela foi demitida. No Bank of America Merrill Linch, Krawcheck tomou o partido dos clientes em meio a uma pressão interna para vendas cruzadas de produtos.

Ela declarou que a instituição estava “fazendo coisas aos clientes, não para os clientes”. Foi afastada em 2011. Agora, em sua aventura empreendedora, Krawcheck conta, de início, com a atenção da mídia dos EUA, que sempre a ouviu –em questões relativas a investimentos e sobre a importância de executivos terem vida pessoal e familiar. Sua influência nas redes sociais online também é expressiva: tem 185 mil contatos no LinkedIn, 17 mil no Twitter

Compartilhar:

Artigos relacionados

Você tem repertório para liderar?

Liderar hoje exige mais do que estratégia – exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura