Tecnologia e inovação

Cibersegurança: viagem no tempo salva sua empresa de ataques ransomwares

Combinar as melhores ferramentas, infraestrutura adequada e técnicas de restauração representa uma boa estratégia para se proteger de ciberataques; conheça as principais ações de cibercriminosos no uso de malwares
É country manager na Pure Storage.

Compartilhar:

Não precisa ser um entusiasta dos anos 1980 para conhecer as aventuras em “De Volta para o Futuro” com Marty McFly, Doc Brown e o poderoso DeLorean. O curioso é que a fantasia dessa história que até hoje cativa gerações se torna real quando o assunto é proteção dos dados.

Para entender melhor essa analogia, vamos compreender primeiro as fases de um ataque de ransomware, para chegarmos ao ponto de como uma viagem tecnológica no tempo pode salvar os negócios de uma empresa – e de forma descomplicada.

## Início do ciberataque

No caso de um ataque de ransomware, o tempo de permanência resume o período que envolve reconhecimento e estudo do alvo para realizar a invasão. É fundamental que as empresas conheçam essa etapa para que sejam capazes de se recuperar de incidentes desse tipo.

O tempo de permanência é executado desde o momento que o agente malicioso viola o firewall pela primeira vez, e se estende até quando o invasor se revela e exige o resgate.

### O padrão do ciberataque

A primeira fase da invasão é a campanha via e-mails de phishing ou cavando [outras vulnerabilidades](https://www.mitsloanreview.com.br/post/ataques-ciberneticos-aproveitam-vulnerabilidades-empresariais “Ciberataque e vulnerabilidade das empresas”). Quaisquer que sejam os meios, nessa fase a premissa consiste em encontrar uma vítima e estabelecer meios de entrada. O objetivo final é a intrusão. Para os criminosos, isso é o que desbloqueia o resto do processo e é quando se inicia o tempo de permanência.

Uma vez dentro do firewall, os invasores de ransomware coletam credenciais para obter um acesso mais profundo e começam a se mover lateralmente pelos sistemas da vítima, geralmente usando ferramentas que dependem de protocolos legítimos, como área de trabalho remota (RDP), para atuar à distância e estabelecer funcionalidades de comando e controle.

Nesse estágio do ciberataque, os criminosos identificam dados confidenciais e começam a implementar cargas úteis de software para iniciar a fase de execução, na qual ocorrem a criptografia e a exfiltração de dados.

### Viagem no tempo: snapshots ou backups?

É praticamente impossível manter os cibercriminosos do lado de fora dos sistemas da empresa. Dessa forma, a ferramenta mais poderosa para resistir a um ataque de ransomware é a restauração — uma viagem no tempo para antes da fase de início do tempo de permanência. Isso requer snapshots, backups e a capacidade de recuperação de forma rápida.

Os snapshots fornecem um registro do estado do sistema e dos dados obtidos em intervalos frequentes durante o expediente. Eles são projetados para serem obtidos com impacto mínimo nos sistemas de produção, e geralmente são armazenados no storage primário ou próximo dele. Isso significa que os dados também podem ser rapidamente restaurados dessa forma. Além disso, uma empresa pode manter snapshots que datam de um mês ou dois.

Os backups geralmente são mantidos por períodos muito mais longos e as cópias são realizadas com uma frequência menor. Eles quase sempre são transferidos para storage secundário e podem ser mais demorados para recuperar.

Se as circunstâncias permitirem — e os efeitos do tempo de permanência também — os snapshots se tornam a [maneira mais eficaz para uma empresa superar um ataque ](https://www.mitsloanreview.com.br/post/solucoes-de-ciberseguranca-para-o-trabalho-remoto)de ransomware, justamente porque podem os dados podem ser retomados com muito mais agilidade, desde que eles não tenham sido sabotados pelos criminosos.

### Não deixe ninguém alterar o seu passado

Por padrão, os snapshots são implementados somente para leitura, por isso, são sempre imutáveis em um sentido. Os cibercriminosos sabem disso e tentam excluí-los ou movê-los. Por isso, as empresas precisam implementar snapshots que não podem ser excluídos e que também não possam ser impedidos de se movimentar para o local de recuperação, por exemplo.

Os snapshots com autenticação multifatorial baseada em PIN por vários membros de uma equipe de TI, combinados com políticas de retenção e definição de destinos, são importantes cartas na manga que podem salvar os negócios.

Esse é o método principal de restauração se o tempo de permanência do ransomware for relativamente curto; contudo, pode não ser o caso. É possível que os criminosos passem vários meses bisbilhotando dentro do firewall, instalando malware e corrompendo arquivos. Se for esse o caso, é mais provável que o restabelecimento seja necessário a partir de backups.

Seja qual for a necessidade de restauração – snapshots ou backups – um requisito crucial é recuperar os dados rapidamente para que a produção possa ser retomada. O segredo está no armazenamento utilizado para reter as cópias de proteção de dados – e ele precisa oferecer um desempenho ultrarrápido de retomada dos dados.

### Para a segurança da informação, escolha o seu DeLorean

É preciso buscar um storage de estado sólido (SSD) que seja capaz de lidar com dados não estruturados, como arquivos e objetos. Ou seja, não é qualquer unidade de estado sólido.

As gerações mais recentes de flash NAND impulsionaram o surgimento de arrays de armazenamento que trazem capacidade e velocidade de acesso extremamente altas, com alta capacidade e a um custo por terabyte próximo ao dos HDDs de disco giratório.

O alto desempenho da taxa de transferência também é imprescindível. A média de 270 TB por hora de taxa de transferência é suficiente e ideal para colocar a maioria das empresas de volta à ativa com muita velocidade.

De fato, para salvar uma empresa que foi vítima de um ataque de ransomware é preciso manter, em síntese, as melhores ferramentas, infraestrutura e retroceder o relógio para o momento certo de recuperar os dados. Nesse sentido, precisamos continuar evoluindo para proteger essas informações valiosas e garantir às empresas um [futuro sustentável em cibersegurança](https://revistahsm.com.br/post/e-commerces-e-o-desafio-da-ciberseguranca).

*Gostou do artigo do Paulo de Godoy? Saiba mais cibersegurança corporativa assinando [nossas newletters](https://www.revistahsm.com.br/newsletter) e escutando nossos podcasts em sua plataforma de streaming favorita.*

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
29 de novembro de 2025
Por trás das negociações brilhantes e decisões estratégicas, Suits revela algo essencial: liderança é feita de pessoas - com virtudes, vulnerabilidades e escolhas que moldam não só organizações, mas relações de confiança.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

3 minutos min de leitura
Estratégia, Marketing & growth
28 de novembro de 2025
De um caos no trânsito na Filadélfia à consolidação como código cultural no Brasil, a Black Friday evoluiu de liquidação para estratégia, transformando descontos em inteligência de precificação e redefinindo a relação entre consumo, margem e reputação

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de novembro de 2025
A pergunta “O que você vai ser quando crescer?” parece ingênua, mas carrega uma armadilha: a ilusão de que há um único futuro esperando por nós. Essa mesma armadilha ronda o setor automotivo. Afinal, que futuros essa indústria, uma das mais maduras do mundo, está disposta a imaginar para si?

Marcello Bressan, PhD, futurista, professor e pesquisador do NIX - Laboratório de Design de Narrativas, Imaginação e Experiências do CESAR

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança