Liderança

Somos nós que definimos o custo da eficiência

Viviane Mansi é executiva, conselheira e professora. É diretora de Comunicação na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Faz parte da rotina de gestão buscarmos eficiência na equipe, nos processos e em tudo que possa agregar ao resultado último da instituição para a qual trabalhamos. Nada mais justo: a estrutura que mantemos para entregar o que quer que seja custa e quem paga a conta são os consumidores. 

Mas quero nesse texto colocar a lupa numa questão bem sutil: qual o preço da eficiência? Gosto de pensar que ela (a eficiência) nunca vem sozinha. Vem junto com alguma potência, que pode ser boa ou má, a depender de como vemos a coisa.

Exemplos nos ajudam aqui: quando dizemos que alguém é eficiente, o que estamos olhando: entregas? forma de fazer as coisas? 

Quando olhamos apenas e tão somente as entregas, assumimos um risco. É o tal do “como” fazer as coisas. Entregas a qualquer custo valem menos porque comprometem muita coisa no longo prazo. Entregas que passam por cima de pessoas, que é feita aos gritos e tirando o crédito dos que estão à volta não servem pra muita coisa. Deixam um registro amargo de que os fins justificam os meios, e de a empresa tem cidadãos de segunda classe, leões de chácara, capatazes e senhores feudais (você fez uma careta aqui, eu pude ver). 

Sempre ouço com uma certa tristeza os que me dizem que “fulano é muito bom. Não importa o que aconteça, está a dois passos à frente”. 

Não acho que devemos ser complacentes com má performance. Não devemos. **Feedback serve pra isso.** Mas, se queremos mesmo ser exemplos de gestão, e deixar o mundo corporativo um pouco melhor do que aquele que encontramos, há de se equilibrar as coisas. Sempre vai ser possível chegar onde quer que seja respeitando as pessoas à volta. Precisa de um pouco mais de paciência, um pouco mais de diálogo (ou seja, um pouco mais de gestão moderna rs), mas dá pra chegar lá, com um resultado mais robusto e mais duradouro. 

Como gestores, nós definimos o custo da eficiência. Ela tem juros bem altos quando olhamos o resultado “nu e cru”. Quando atuamos de forma a estimular o cuidado entre as pessoas, o resultado da eficiência traz ainda bons dividendos. É preciso conversar sobre isso.

Para você que acabou de respirar fundo e pensar que a vida era mais fácil quando você não tinha equipe, tome fôlego e siga em frente. Gestão tem um pouco de técnica e um pouco de arte, mas uma vez que a gente entra nesse contexto, é difícil voltar atrás. 

Minha dica: vá com tudo, mas vá com amor. 😉

Compartilhar:

Viviane Mansi é executiva, conselheira e professora. É diretora de Comunicação na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura