Estratégia e Execução

Economia circular

Em entrevista para a revista multimídia Página22, executivos da HP falam sobre parceria entre empresas e consumidores

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Com a autoridade de quem foi pioneira em recolher e reciclar lixo eletrônico, a HP alerta que qualquer programa desse tipo só tem possibilidade de sucesso se contar com a participação dos consumidores. No Brasil, a empresa fechou acordo recentemente com a rede varejista Kalunga para oferecer mais conveniência a quem quer dar um destino adequado a seus cartuchos usados.

“Um cara fundamental nessa cadeia é o consumidor. É um elo que, se estiver quebrado, impede que tudo aconteça. Então temos de dar conveniência e infraestrutura ao consumidor para que ele possa ser um agente ativo nessa cadeia circular”, afirma Claudio Raupp, CEO da HP Brasil em entrevista à revista multimídia Página22.  

O executivo explica que as iniciativas de economia circular devem buscar a eficiência e, para isso, não podem se limitar a ações pontuais. É preciso olhar para o “círculo inteiro”, começando pelo desenho do produto, que deve incluir o material apropriado, com características próprias para reciclagem. Também precisam ser levadas em conta a forma de distribuir, vender, comunicar e fazer manutenção.

Tudo isso, sem perder de vista a responsabilidade do consumidor. “Se o consumidor não puxar o gatilho, podemos colocar a estrutura ou o acordo setorial que você quiser. Não podemos ir lá na casa do consumidor arrancar o computador dele”, acrescenta Raupp.

Mas como engajar as pessoas no movimento de economia circular? Paloma Cavalcanti, diretora de sustentabilidade da HP Brasil, defende, na mesma reportagem, que o caminho é a educação e a conscientização, a fim de mudar a cultura e o comportamento das pessoas. O primeiro passo pode ser a separação do lixo do dia a dia para chegar ao descarte adequado de eletrônicos. “A decisão de descartar o eletroeletrônico naquele ponto de coleta depende do consumidor. Não depende do fabricante. E o que a gente vê ainda mundialmente é o nível de retorno baixo mesmo em países desenvolvidos”, afirma. 

Uma vez que essa parceria entre empresas e consumidores se consolide, as iniciativas de logística reversa tendem a se tornar crescentemente viáveis do ponto de vista econômico. “A economia circular vai avançar invariavelmente para o modelo de economia de serviços e o compartilhamento de coisas. É o que a gente já vê hoje em alguns setores. Então temos avançado muito em modelo de negócios de serviços. Hoje isso ocorre no B2B, para empresas, com as quais temos contrato de impressão por serviço”, destaca Paloma Cavalcanti.

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