Uncategorized

Por que você deveria parar de falar em empatia e começar a escutar mais

Speaker coach, organizadora e curadora do TEDxLaçador, seu trabalho voluntário.

Compartilhar:

Em 2013 conheci o Sam Richards, sociólogo e professor de raça e etnicidade na Penn State University e após assistir sua TEDxtalk, “Um experimento radical em empatia”, passei a entender que **empatia era a chave para tudo.**

Tanto que em 2014, certa de que todos precisávamos falar sobre isso, o pano de fundo do TEDxLaçador foi empatia. Mas, quando o evento acabou, percebi que a empatia não nascia como num passe de mágica e que antes dela vinha algo muito importante: a escuta. E não qualquer escuta, mas a escuta ativa. Que uso no meu trabalho. Foi então que para o TEDxLaçador 2015 chamei o Avi Kluger, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e pesquisador dos efeitos da escuta. 

Após muitas conversas com ele, com outros palestrantes, com o grupo de organização e mesmo com a plateia, cheguei à conclusão de que as pessoas falam em empatia, mas nunca têm tempo para escutar o outro e, mais do que isso, têm medo de escutar o outro.

O medo da escuta é o medo da mudança, de ver que o outro pensa diferente, e a maioria de nós quer sempre evitar conflitos. Mas é preciso entender que o conflito é necessário, é dele que nasce o reconhecimento do outro e de nós mesmos. Quem somos, o que defendemos e acreditamos. Por mais que a gente fale em colocar os sapatos do outros, e quase sempre em uma situação de superioridade, nós sempre teremos a nossa vida, os nossos valores e **nunca saberemos realmente como é ser o outro.**

E há quem diga que é preciso primeiro tirar os nossos sapatos, para então calçar o do outro. Será? Esta imparcialidade só é possível, como diz Roberto Crema, se desligarmos a mente. Outro dia li um tuíte do Raull Santiago, empreendedor social e ativista, que ilustra bem isso: “Pessoas que não vivem a realidade de uma favela, mas que me conhecem e até convivem em muitos lugares, acham que conhecem sobre a minha realidade. Mas na verdade não fazem ideia do distanciamento social que é o caminho de volta, todos os dias. Por isso, jamais esquecer quem és!”. Percebem?

Outro dia mandei um e-mail para o Sam e o Avi falando que iria escrever este texto e o Sam me contou que a Dra. Laurie Mulvey, diretora executiva e cofundadora do World in Conversation Center for public Diplomacy na Penn State University, também chegou a esta conclusão. Para Laurie, a empatia passa a ser consequência do processo e que não precisamos ter medo do conflito, pois é dele que nascem as mudanças. 

Por isso convido vocês: comecem a falar e praticar mais a escuta ativa. Em um mundo que valoriza a correria e no qual nosso olhar está enterrado nas telas, não existe comunicação de impacto maior do que uma conversa significativa e olho no olho.

E como diz meu amigo Roberto Crema: **“****Ninguém muda ninguém, ninguém muda sozinho, nós mudamos é nos encontros.****”** É assim com os amigos, nas empresas e na vida.  

Para saber mais sobre escuta, acesse [http://www.listenfirstproject.org/](http://www.listenfirstproject.org/)e [https://worldinconversation.org/](https://worldinconversation.org/).

Compartilhar:

Artigos relacionados

O fim dos chatbots? O próximo passo no futuro conversacional 

O futuro chegou – e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Processo seletivo é a porta de entrada da inclusão

Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas – e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura