Uncategorized

Empreendedor, como está o seu planejamento para a aposentadoria?

Gerente de conteúdo regulatório e jurídico da Sage Brasil

Compartilhar:

Quando falamos de aposentadoria por tempo de contribuição, logo nos vem à cabeça o valor mensal destinado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é descontado todos os meses no holerite das pessoas que trabalham no regime CLT e assegura uma renda mensal para quando o trabalhador deixar o mercado de trabalho. Mesmo com a reforma da Previdência em andamento e apesar das discussões em torno do modelo a ser adotado, esse benefício não deixará de ser concedido.

Agora, quando falamos de empreendedores, a dinâmica é um pouco diferente. A legislação assegura que todos os trabalhadores, com carteira assinada ou não, desde que contribuam pelo período exigido pela legislação e atendam aos demais requisitos, tenham direito à aposentadoria por tempo de contribuição.

Mas o que é diferente? Se quem trabalha com registro em carteira não precisa se preocupar com a contribuição mensal ao INSS porque a responsabilidade de descontar e recolher é do empregador, no caso de quem é dono do próprio negócio e não é prestador de serviços para empresas na condição de contribuinte individual, esse compromisso é apenas dele. O não cumprimento da lei é, inclusive, passível de multa.

Em geral, o montante a ser pago pelo contribuinte corresponde a 20% do valor do pró-labore, limitado ao teto máximo de contribuição previdenciária. Quando o trabalhador é autônomo ou empresário que presta serviços a empresas, este percentual é reduzido para 11% e quem é responsável pelo desconto e recolhimento é a empresa contratante dos serviços.

Já o contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem relação de trabalho com empresas, e o Microempreendedor Individual (MEI) podem optar pela exclusão do direito ao benefício e escolherem a aposentadoria por idade. Neste caso, o percentual a ser pago ao INSS é de 11%, para o contribuinte individual e 5%, para MEI, sobre o valor do salário mínimo.

Futuramente, se porventura mudarem de ideia e quiserem se aposentar por tempo de contribuição, deverão fazer um complemento ao que foi pago mensalmente ao longo dos anos. Ou seja, paga-se a diferença entre o percentual recolhido (11% ou 5%, conforme o caso) e os 20% da alíquota cobrada dos demais contribuintes, acrescida dos juros.

Por exemplo, se você é MEI e paga mensalmente 5% correspondente ao salário mínimo vigente durante o período exigido, se aposentará quando tiver a idade mínima prevista na legislação. Se desejar mudar para modalidade de tempo de contribuição, deverá pagar os 15% restante multiplicado pelo tempo já contribuído para o INSS. O que muda entre esses dois modelos é o valor do benefício que o contribuinte receberá.

Portanto, é importante, assim como na gestão da empresa, **ter um planejamento financeiro, mas focado somente na aposentadoria.** Além de contribuir com INSS e ter uma reserva financeira para emergências, por que não pensar em outras formas de investimento para assegurar mais conforto e segurança no futuro?

O primeiro passo é procurar um profissional especializado para entender o quanto você precisa investir hoje para garantir uma aposentadoria tranquila. O ideal é separar, além do que já deve ser pago de acordo com pró-labore, no mínimo mais 10% da renda mensal para aplicar em outras opções, como previdência privada, investimentos em renda fixa (tesouro direto ou CDB) ou até mesmo um imóvel.

Outro ponto importante é ter disciplina na hora de reservar o dinheiro da aposentadoria e considerar o valor como um custo fixo que não pode, em hipótese alguma, ser negligenciado. E como ter um negócio é lidar com a instabilidade, em alguns meses o faturamento pode ser muito abaixo do esperado. Nesses casos, a recomendação é poupar mais no mês seguinte ou nos períodos mais lucrativos.

Garantir um futuro estável para quando você quiser parar, diminuir o ritmo ou mesmo tirar um período sabático é totalmente possível, mas exige que o empreendedor crie um plano que contemple investimentos diversos, ações para lidar com meses menos rentáveis e seja regrado com as finanças pessoais. Em resumo, exige planejamento e disciplina

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Processo seletivo é a porta de entrada da inclusão

Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas – e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Você tem repertório para liderar?

Liderar hoje exige mais do que estratégia – exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura