Uncategorized

Escape game vira estratégia de empresas para seleção e treinamento de equipes

Utilizado como método para identificar o perfil dos candidatos, o jogo permite analisar a personalidade, comunicação, trabalho em equipe, raciocínio lógico e entre outras características da pessoa.

Compartilhar:

Ficar frente a frente com um candidato para uma vaga de emprego pode ajudar a conhecer a pessoa. Entretanto, desafiar o candidato a participar de um jogo onde ele terá 60 minutos para encontrar pistas, resolver enigmas, achar a saída e escapar de uma sala temática, pode trazer resultados mais promissores para as empresas. 

Essa é a proposta do escape game, jogo de fuga que se tornou febre no Brasil nos últimos anos. O jogo surgiu na Ásia com o objetivo de reunir um grupo de pessoas em torno de um enigma que deve ser resolvido em no máximo uma hora, proporcionando ao mundo real os conceitos dos jogos virtuais, estimulando o uso de raciocínio, lógica e intuição. Em Blumenau, o Puzzle Room Escape Game, por exemplo, já visualiza o aumento da procura de empresas que buscam testar seus colaboradores e realizar processos seletivos de um jeito completamente diferente.

Como o escape game ajuda a analisar candidatos
———————————————-

_Avaliar a comunicação, trabalho em equipe, iniciativa, criatividade, gestão de tempo, gestão de conflitos, liderança, controle emocional, raciocínio lógico, planejamento e organização._ São algumas das vantagens de utilizar o escape game na seleção de candidatos para uma vaga de emprego. Angelo Micheluzzi, sócio do Puzzle Room Escape Game de Blumenau, que oferece duas salas temáticas do jogo de fuga –  a “Carandiru: The Prison Break” e a “CSI: operação Berlim” – explica que o ambiente do jogo e o ambiente empresarial são parecidos em alguns pontos. “Tanto na empresa como no jogo, as pessoas precisam lidar com pressão, trabalhar em equipe para atingir o objetivo e solucionar problemas que podem surgir. Por isso, o jogo é uma forma mais assertiva para a contratação, já que o recrutador poderá ter uma visão mais abrangente do candidato e de como ele responde a essas situações, tornando o processo mais rápido e eficaz”, diz.

Por meio de uma sala de monitoramento, os candidatos são analisados pelos recrutadores, visualizando as características positivas, bem como os pontos fracos de cada um. “O Puzzle Room Escape Game vem contribuindo com diversas empresas nos processos seletivos ou no desenvolvimento das equipes dos negócios, com treinamento corporativo. Com o monitoramento em tempo real por meio de uma sala de controle, o jogo é utilizado para potencializar o trabalho em equipe e em eventos corporativos”, destaca Christiano Queiroz, sócio da matriz do Puzzle Room localizada no centro de Curitiba, no Paraná.

São inúmeras possibilidades no escape game, podendo adaptar, personalizar e customizar os desafios. Queiroz explica que é possível levar o jogo para dentro da empresa, com a versão in company. “Hoje essa versão representa cerca de 70% da nossa atuação. É uma maneira muito divertida e diferente de desafiar os colaboradores, possibilitando ao recrutador um leque enorme de informações sobre aquele funcionário. No Puzzle Room, já elaboramos jogos para companhias com mais de 200 funcionários, desenvolvendo dinâmicas personalizadas, inclusive de acordo com o ramo de negócio, deixando a experiência ainda mais interessante”, ressalta Queiroz.

Os jogos corporativos são voltados para aumentar o engajamento, análise de perfil, team building e o fortalecimento das relações entre diferentes áreas da organização. “Por isso, o processo de criação do jogo voltado para o entretenimento é totalmente diferente dos jogos destinados às grandes e pequenas empresas. Envolve desde os designers das salas e decoradores, até pessoas que são especialistas no setor de recursos humanos, tudo para que a experiência e os resultados para a empresa sejam ainda melhores”, revela Queiroz.

Casos práticos de empresas que utilizam a estratégia do escape game
——————————————————————-

Dois exemplos de empresas que têm utilizado a estratégia de escape game para seleção e treinamento são a multinacional de bebidas e cervejas, Anheuser Busch InBev, e o Paraná Banco, especialista em empréstimos consignados e investimentos, que utilizaram tanto a versão in company como as salas temáticas para os processos seletivos e de treinamento de equipes das empresas.

Para o Business Partner do Paraná Banco, Laercio Coggo Junior, o jogo é muito interessante para estimular o trabalho em equipe, além de ser um momento de descompressão da equipe. “O jogo foi utilizado no Programa de Liderança e realizamos em formato in company para uma equipe de 40 líderes. Tivemos uma ótima experiência! O jogo é bem lúdico e os líderes ficaram bastante entretidos, além de ser uma dinâmica que consegue provocar algumas competências”, afirma.

De acordo com o analista de comunicações globais da Anheuser Busch InBev, Danilo Jose Martins, o principal benefício do jogo para a companhia foi provocar a discussão entre os colaboradores sobre o assunto de uma forma descontraída, inteligente e diferente. “Os colaboradores participaram ativamente da ação em conjunto com o Puzzle Game Escape Game”, destaca.

O analista explica que a empresa utilizou o jogo no processo de treinamento de equipe. “Foi uma ação interna. O jogo foi realizado como parte da campanha interna realizada pela companhia para estimular e desenvolver o conhecimento sobre o consumo inteligente e responsável de bebidas alcoólicas. Tivemos duas ações simultâneas, uma no escritório de São Paulo, na unidade da Ambev Headquarter, e a outra no escritório global em Jaguariúna. A experiência foi muito interessante e os feedbacks foram positivos. A dinâmica e estrutura atraíram a atenção e o interesse de diversos colaboradores”, conclui Martins.

Compartilhar:

Artigos relacionados

“Womenomics”, a economia movida a equidade de gênero

Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

“Strategy Washing”: quando a estratégia é apenas uma fachada

Estamos entrando na temporada dos planos estratégicos – mas será que o que chamamos de “estratégia” não é só mais uma embalagem bonita para táticas antigas? Entenda o risco do “strategy washing” e por que repensar a forma como construímos estratégia é essencial para navegar futuros possíveis com mais consciência e adaptabilidade.

Inovação
Em entrevista com Rodrigo Magnago, Fernando Gama nos conta como a Docol tem despontado unindo a cultura do design na organização

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
3 de setembro de 2025
O plástico nasceu como símbolo do progresso - hoje, desafia o futuro do planeta. Entenda como uma invenção de 1907 moldou a sociedade moderna e se tornou um dos maiores dilemas ambientais da nossa era.

Anna Luísa Beserra - CEO da SDW

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura
Liderança, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1 de setembro de 2025
Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

Redação HSM Management

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
1 de setembro de 2025
Na era da creator economy, influência não é mais sobre alcance - é sobre confiança. Você já se deu conta como os influenciadores se tornaram ativos estratégicos no marketing contemporâneo? Eles conectam dados, propósito e performance. Em um cenário cada vez mais automatizado, é a autenticidade que converte.

Salomão Araújo - VP Comercial da Rakuten Advertising no Brasil

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
29 de agosto de 2025
Estamos entrando na temporada dos planos estratégicos - mas será que o que chamamos de “estratégia” não é só mais uma embalagem bonita para táticas antigas? Entenda o risco do "strategy washing" e por que repensar a forma como construímos estratégia é essencial para navegar futuros possíveis com mais consciência e adaptabilidade.

Lilian Cruz, Cofundadora da Ambidestra

4 minutos min de leitura
Empreendedorismo, Inovação & estratégia
28 de agosto de 2025
Startups lideradas por mulheres estão mostrando que inovação não precisa ser complexa - precisa ser relevante. Já se perguntou: por que escutar as necessidades reais do mercado é o primeiro passo para empreender com impacto?

Ana Fontes - Empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Tecnologia & inteligencia artificial
26 de agosto de 2025
Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech

4 minutos min de leitura
Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura