Liderança
2 minutos min de leitura

Liderar a si mesmo para liderar os outros: o novo equilíbrio da gestão

O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.
Diretor de Operações da Paschoalotto, maior empresa de recuperação de crédito do Brasil. Com 16 anos de trajetória na companhia, lidera operações de grande escala na recuperação em créditos vencidos. Atua nos segmentos de bancos, varejo e utilities, com projetos para Bradesco, Banco PAN, Banco BV, Banco Inter, Banco BMG, Banco Original, PicPay, Casas Bahia/Banqi, Aegea Saneamento e Hapvida/Notredame Intermédica. Formado em Direito e membro da ABT, ABEFIN, SEAAC e ACA International (EUA), representou a Paschoalotto no IBM Think Boston 2025, reforçando seu compromisso com inovação, governança e desenvolvimento humano.

Compartilhar:

Liderar sempre foi sobre pessoas, mas, antes de tudo, é sobre si mesmo. Durante muito tempo, associamos liderança ao controle e ao comando, como se o sucesso dependesse apenas da capacidade de direcionar os outros. Hoje, compreendemos que o futuro da gestão nasce de outro lugar: da consciência, do equilíbrio e da habilidade de cuidar da própria jornada enquanto se conduz a de tantos outros.

O mundo corporativo mudou. A tecnologia avança, as estruturas se descentralizam e o trabalho híbrido redefine o que é presença e proximidade. As novas gerações esperam mais do que metas cumpridas: querem sentido, pertencimento e bem-estar. Nesse contexto, a liderança deixa de ser um exercício de autoridade e passa a ser um exercício de humanidade. O líder que inspira não é o que fala mais alto, mas o que escuta com empatia, que reconhece suas limitações e lidera com coerência.

A coerência, aliás, passou a valer mais do que o carisma. E a capacidade de equilibrar desempenho e sensibilidade virou o novo diferencial competitivo. Empresas que cultivam líderes emocionalmente conscientes registram maior engajamento, menor rotatividade e times mais criativos. A Harvard Business School aponta que equipes que se sentem psicologicamente seguras são até 50% mais propensas à inovação. Em outras palavras, saúde emocional é também produtividade.

O mercado já percebeu esse movimento. Segundo a Future Market Insights, o setor de desenvolvimento de liderança deve crescer de US$ 89,5 bilhões em 2025 para US$ 238 bilhões em 2035. Esse salto revela que empresas e profissionais estão investindo naquilo que realmente sustenta resultados duradouros: o autoconhecimento, a inteligência emocional e a qualidade de vida no trabalho. Afinal, coerência inspira mais do que carisma e equilíbrio gera mais performance do que pressão.

Autoliderar-se não é sobre perfeição, é sobre consciência. É compreender que cuidar da própria energia, do tempo e da saúde emocional não é luxo, mas estratégia. É ter coragem de pausar, repensar rotas e escolher caminhos que façam sentido. É admitir vulnerabilidades sem perder a firmeza, entender que o cansaço também é um sinal de que é hora de reorganizar prioridades.

Líderes que se conhecem inspiram mais confiança. São aqueles que não apenas entregam resultados, mas constroem relações verdadeiras. Que sabem dizer “não” quando o limite se aproxima e “sim” quando o propósito chama. Liderar os outros exige presença, mas liderar a si mesmo exige coragem de não se perder no meio das pressões, das metas e das expectativas.

O futuro da gestão é, portanto, um convite à renovação. Um chamado para que líderes, antes de buscarem resultados maiores, busquem versões mais conscientes e equilibradas de si mesmos. Porque a liderança que transforma não nasce do controle, mas da clareza interior. E, no fim, liderar o futuro começa e sempre começará dentro de cada um de nós.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

José Blatazar S. Osório de Andrade Guerra, professor e coordenador na Unisul, fundador e líder do Centro de Desenvolvimento Sustentável (Greens, Unisul)

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Felipe Knijnik, diretor da BioPulse

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025
O PIX ABRIU PORTAS QUE ABRIRÃO MAIS PORTAS!

Carlos Netto, fundador e CEO da Matera

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

João Carlos da Silva Bizario e Gulherme Collin Soárez, respectivamente CMAO e CEO da Inspirali Educação.

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura
Marketing & growth, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Liderança
4 de setembro de 2025
Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil - até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Bruna Lopes de Barros

3 minutos min de leitura
Inovação
3 de setembro de 2025
Em entrevista com Rodrigo Magnago, Fernando Gama nos conta como a Docol tem despontado unindo a cultura do design na organização

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
3 de setembro de 2025
O plástico nasceu como símbolo do progresso - hoje, desafia o futuro do planeta. Entenda como uma invenção de 1907 moldou a sociedade moderna e se tornou um dos maiores dilemas ambientais da nossa era.

Anna Luísa Beserra - CEO da SDW

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)