Estratégia e Execução

OKRs e KPIs como potencial estratégico: diferenças e aplicações

As metodologias OKRs e KPIs são valiosas e podem ter aplicações complementares na gestão e avaliação do desempenho organizacional. Se usadas combinadas no planejamento estratégico, podem auxiliar na identificação de problemas e oportunidades e na melhoria contínua dos negócios

Compartilhar:

Sejamos realistas, com o mercado em constante evolução, as siglas OKRs e KPIs, sem dúvidas, estão cada vez mais presentes no cotidiano de diversas organizações que desejam incorporar a gestão estratégica. A partir disso, abordaremos neste artigo, de forma clara e concisa, as diferenças e aplicações destas metodologias.

## Decifrando os OKRs
Preliminarmente é válido ressaltar que OKR é sigla para objective and key results, ou, em tradução livre, objetivos e resultados-chave. Respeitando a proposta de nosso combinado no parágrafo anterior, em resumo, OKR foi concebido em 1990 por Andy Grove, na época CEO da Intel, com a premissa de que o método deveria responder duas perguntas fundamentais: onde eu quero chegar? Como vou saber se estamos chegando lá?

Desta forma, entende-se que OKR é uma ferramenta com intuito de orientar e executar a estratégia pactuada por uma organização, permitindo aos membros definirem objetivos inspiradores que descrevem o que a empresa deseja alcançar e, na sequência, resultados-chave, que simplificando são indicadores específicos que mensuram o progresso em direção aos objetivos.

Vejamos como este processo é simples em um exemplo prático do livro *Avalie o que Importa*:

### Objetivo
Atingir 1 bilhão de horas de tempo de exibição por dia {até 2016} com o crescimento impulsionado por:

### Resultados-chave

1. Equipe de pesquisa Google + app principal (+XX%), departamento Living Room (+XX%).
2. Aumentar a interação e o tempo de exibição dos jogos (X horas de exibição por dia).
3. Lançar a experiência do YouTube em RV e aumentar o catálogo de RV de vídeos em X para Y.

Para John Doerr, escritor do livro, a fórmula principal para estabelecer as metas é escrever a seguinte frase: “Eu vou (objetivo) medido por (conjunto de resultados-chave)”, ou seja, para estipular uma meta, é preciso definir o que pretende-se realizar e qual a maneira que medirei para saber se os esforços que estão sendo feitos estão indo em direção à conclusão dos objetivos”.

Ainda, destaca-se que as OKRs devem atingir todos os níveis hierárquicos das empresas, permitindo que todos os colaboradores participem de sua construção.
Por fim, aliado aos OKRs temos os CFRs, que basicamente são um sistema de gerenciamento contínuo de desempenho sustentado por uma comunicação assertiva, tendo em sua estrutura: conversas, feedbacks e reconhecimento.

## KPIs: o que são e por que importam
Key performance indicator (KPI), ou, traduzindo, indicador-chave de performance, é uma metodologia que possibilita avaliar a eficácia de determinado processo, tarefa ou projeto. Em outras palavras, KPI é o radar que mostra o desempenho da organização.

Conforme Parmenter (2007), os KPIs podem ser representados pela combinação de um ou mais indicadores, e representam um conjunto de medidas focadas nos aspectos mais críticos para o desempenho satisfatório e atingimento dos objetivos organizacionais.

Dito isso, para definirmos um KPI que seja de fato efetivo e útil para o negócio, precisamos pensar em indicadores que estejam relacionados ao objetivo da organização, que foque em métricas e resultados e, sobretudo, auxilie em tomadas de decisão inteligentes.

Como bônus deste artigo, evidencia-se a metodologia SMART, a qual é amplamente reconhecida e utilizada, trazendo em sua base cinco critérios simples, com o propósito de tornar a meta específica, mensurável, atingível, relevante e temporal.

Aprendendo na prática com alguns exemplos de KPIs:

– __Taxa de conversão:__ mede a porcentagem de visitantes de um site que realizam uma ação desejada, como preencher um formulário ou fazer uma compra.
– __Custo por aquisição (CPA):__ avalia o custo médio para adquirir um novo cliente, em regra utilizado em marketing digital.
– __Churn rate:__ usado em empresas de assinatura, mede a taxa de cancelamento de assinaturas durante um período.
– __Tempo médio de atendimento:__ indicador responsável por medir o tempo médio que um atendente precisa para resolver a solicitação de um cliente.

## Concluindo…
Em resumo, ambas as abordagens são valiosas e podem ter aplicações complementares na gestão e avaliação do desempenho organizacional. De um lado os OKRs concentram-se em definir objetivos desafiadores e mensuráveis, de outro, os KPIs fornecem dados para monitorar o desempenho em tempo real.

Em suma, presumindo que até aqui você compreendeu a viabilidade de combinar as duas metodologias apresentadas, tornando os KRs em KPIs, convém enfatizar que o planejamento estratégico representa um dos pontos mais importantes nas organizações, auxiliando tanto na identificação de problemas e oportunidades, quanto na melhoria contínua dos negócios.

Se você se interessou por esse tópico e deseja aprofundar seu conhecimento, inicialmente, recomenda-se a leitura dos seguintes livros: *Avalie o que Importa*, *Objectives and Key Results: Driving focus, alignment, and engagement with OKRs* e *Key Performance Indicators (KPI): Developing, implementing, and using winning KPIs*.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como superar o desafio da inovação com ambientes ainda informais?

Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Inovação
23 de setembro de 2025
Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

Rodrigo Magnago

5 min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
22 de setembro de 2025
Engajar grandes líderes começa pela experiência: não é sobre o que sua marca oferece, mas sobre como ela faz cada cliente se sentir - com propósito, valor e conexão real.

Bruno Padredi - CEP da B2B Match

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
19 de setembro de 2025
Descubra como uma gestão menos hierárquica e mais humanizada pode transformar a cultura organizacional.

Cristiano Zanetta - Empresário, palestrante TED e filantropo

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura