Uncategorized

Os principais desafios e tendências da indústria hoteleira no Brasil

O Brasil é um dos países de maior potencial turístico do mundo, porém ainda é subaproveitado. Isso é devido, em parte, à indústria hoteleira brasileira, que precisa melhorar e modernizar rapidamente a gestão de seus hotéis.
Diretor regional do Brasil e Portugal para SiteMinder

Compartilhar:

A Revista HSM Management conversou sobre esse tema com [André Góis](https://www.linkedin.com/in/andrefgois/), diretor regional do Brasil e Portugal para [SiteMinder](https://www.siteminder.com/pt/). Leia abaixo essa entrevista exclusiva.

Quais são os principais desafios do uso da tecnologia na hotelaria no Brasil hoje e o que pode ser feito para superá-los?
————————————————————————————————————————-

Hoje, o uso de tecnologia para gerenciar um hotel, independentemente do tamanho da propriedade, é essencial. Um dos maiores desafios enfrentados pela indústria hoteleira é a falta de informação e desconhecimento das ferramentas.

Muitos hoteleiros estão dispostos a investir e inovar em seus negócios usando novas tecnologias criadas para ajudar as acomodações a crescer, evoluir, obter mais hóspedes e aumentar seus lucros. No entanto, o medo do desconhecido é sempre uma barreira quando se trata de apostar.

Antes, as plataformas tecnológicas de distribuição hoteleira eram incrivelmente complexas, caras e estavam disponíveis apenas para grandes redes de hotéis. Hoje, qualquer propriedade pode acessar uma plataforma de distribuição que os ajude a gerenciar seu inventário, não ter overbookings e aproveitar as horas que uma pessoa investe na atualização de reservas com uma solução que funciona em qualquer dispositivo, seja um computador, um tablet ou um celular.

É uma questão de eficiência e os hoteleiros brasileiros precisam começar a depender mais de ferramentas e a se afastar dos métodos tradicionais que, embora funcionem, não favorecem o crescimento nem garantem a prosperidade do negócio.

Outro dos grandes desafios é o uso e a criação de páginas da web. Ter um site online do hotel que tenha boas imagens, tarifas atualizadas e a opção de reservar através de um botão faz a diferença quando um hóspede quer ou não reservar naquele hotel. É um desafio porque muitos hoteleiros escolhem a simplicidade de continuar recebendo reservas por telefone com seus hóspedes regulares e se conectar com um ou dois canais.

E quais são as principais tendências que definirão a indústria no curto prazo?
——————————————————————————

Nós vivemos no mundo da hiperconectividade. O uso de telefones celulares deixou de ser meramente funcional para se tornar quase uma extensão de nossa mão. Já não é usado apenas para falar, mas as redes sociais quase monopolizaram o uso deste dispositivo. E, portanto, também a forma como reservamos nossos hotéis, voos e férias em geral é feita através do celular.

Uma das tendências que vemos com mais frequência é o crescimento de hotéis boutique ou charmosos. As acomodações que cuidam de cada detalhe e que personalizam toda a experiência do hóspede, desde os roupões do banheiro, a vista do quarto, o tipo de café da manhã e, é claro, a decoração do imóvel. Eles são lugares mais luxuosos e têm um preço mais alto, mas também a exclusividade é o que muitos viajantes buscam hoje, especialmente para estadias curtas de fim de semana.

Falar sobre tendências nos obriga a mencionar o uso constante de redes sociais. É uma ferramenta fundamental para os hotéis se promoverem. As redes sociais são plataformas fundamentais para as estratégias de marketing das acomodações, especialmente para competir com ofertas e pacotes exclusivos para seus seguidores.

É verdade que a inteligência artificial e a realidade virtual são outras tendências que vemos na indústria com cada vez mais frequência. No entanto, no Brasil, eu não as considero uma prioridade para a maioria dos hotéis neste momento.

Quais são os erros mais comuns cometidos pelas empresas hoteleiras no Brasil?
—————————————————————————–

Alguns dos erros mais comuns cometidos por empresas de hotéis são: se conectar ao canal de distribuição errado, não avaliando quais são os mais adequados para o mercado-alvo; não ouvir ou responder às avaliações do cliente; e uso indevido de redes sociais. Na indústria hoteleira, quase tudo está relacionado ao atendimento das demandas e expectativas dos hóspedes e estes não são levados em conta, o que pode fazer com que um hotel fracasse no futuro.

Você acha que é importante entender o comportamento dos viajantes para melhorar os serviços de um hotel? Se sim, que hábitos dos hóspedes brasileiros levaram a mudanças no setor?

Sem dúvida, é essencial saber como são seus hóspedes, quais necessidades eles têm e quais são suas preferências. Para proporcionar a melhor experiência possível durante a estadia, o hoteleiro deve não só conhecer, mas valorizar todos os aspectos que fizeram com que o hóspede escolha aquele hotel para esse momento específico.

Personalização não é simplesmente um termo que usamos hoje. É realmente importante alcançar a lealdade dos viajantes e isso só é conseguido através de um tratamento e conhecimento detalhados e únicos.

Em uma época em que os hóspedes têm mais opções do que nunca ao viajar, os hotéis precisam lutar para competir e vencer a luta por esses viajantes. Para isso, a tecnologia é a maior aliada, pois ajuda os hotéis a desenvolverem todo o seu potencial e pavimentar o caminho em um mundo onde o consumidor é o protagonista.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Vivemos a reinvenção do CEO?

Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura