Cobertura de evento

Pulse, um congresso com pegada jovem

O evento da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) mostra a diferença de linguagem geracional e destaca que a colaboração é um valor prioritário; a língua do pitching ganhou especial relevância
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), rede que reúne 36 mil jovens no País, realizou o 28º Congresso Nacional de Jovens Empreendedores, o *Pulse 2022*, no dia 16 de novembro, em São Paulo. O formato foi bem jovial. Claro que contou com palestras, painéis, networking, como outros eventos do gênero, mas tudo foi mais curto, ágil e divertido, diferente do formatos com que as gerações baby-boomer e X (à qual esta repórter pertence) estão acostumadas.

O evento reuniu no palco muitos palestrantes com menos de 40 anos com histórias de sucesso profissional para compartilhar e para inspirar. E mesmo os palestrantes mais maduros adotaram no palco um linguagem mais jovem.

Para manter a atenção e o envolvimento dos jovens da plateia – entre os quais, vários adolescentes – foi intercalar atrações culturais aos painéis. De declamação de poesia da periferia pelo Slam do Helipa a apresentação da Orquestra Sinfônica de Heliópolis, passando por show do grupo de rap D’grand Stylo.
![Orquestra de Heliópolis](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/2CNnpzF7JbFdbuMlJaiKyC/3c201a133c0e67ce4776aa18870bccdc/R3B00366.jpg)

O Pulse, que se propõe ser um encontro das lideranças jovens do Brasil com o objetivo de derrubar muros e construir pontes, foi conduzido por Augusto Aielo, CEO e acelerador da Voe Sem Asas, e Flávia Paixão, CEO e fundadora da Empreender com Paixão. No decorrer do evento, eles mesmos foram uma atração extra, levando bom humor e buscando o envolvimento do público.

O conteúdo foi definido, como conta Maria Brasil, a primeira presidente mulher nos 22 anos da Conaje, em cima dos temas em destaque no País, como diversidade, inovação, política. “A confederação acompanha o que está em desenvolvimento, temas como startups, metodologias ágeis, ferramentas. Isso leva a negócios diferentes, a uma nova forma de gerenciar”, diz ela, completando que “o propósito é cultivar as lideranças para gerar prosperidade para o Brasil, através de capacitação, networking e criando pontes”.

Então, no Pulse o tema diversidade esteve muito presente. Em relação ao gênero, Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), apresentou números para provar como as mulheres são sub-representadas, seja no ambiente político (12%), em cargos de liderança (14%) e em conselhos (6%). Fontes também deu destaque à “economia do cuidado, um trabalho não remunerado, não valorizado e não dividido”, que sobrecarrega as mulheres. Na foto abaixo, Ana Fontes com Maria Brasil, presidente do Conaje.
![Pulse 2022](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/4wmHOinjZsEv6h2B25TT0M/b84bc66b3c60b14f5fce5331447b35e6/imagem_Pulse_hsm_management.png)

Um painel intitulado “Para elas” debateu a necessidade urgente de quebrar barreiras e de abrir as portas para as mulheres – inclusive porque isso que poderia contribuir para reduzir ou até erradicar a pobreza no País. A urgência, na visão delas, está no fato de o Brasil estar entre as maiores economias globais (a nona economia, segundo os dados do primeiro trimestre de 2022), mas ocupar a 92ª posição no ranking de equidade de gênero.

## Conexões e inspiração – também com fracassos e desafios

![Jovens circulam no evento Pulse](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/2gOdzhaNEjsw9yniOw6KhN/5bdb22ce35f08e67d10929c304ac3e74/R3B00225.jpg)
O evento trouxe para os jovens um ambiente propício a conexções e, no palco, histórias inspiradoras de vida e de carreira. Mas a diferença talvez esteja em que tipo de história que inspira essa plateia. Em vez de a narrativa ser composta de uma série de sucessos mais algum errinho incidental, como acontece em geral no empreendedorismo de palco, os fracassos e os desafios estiveram presentes. Ana Fontes foi uma das que externou os desafios de sua trajetória; nascida em Igreja Nova, no interior de Alagoas, veio ainda pequena, com a família, para Diadema, na Grande São Paulo e precisou vencer uma série de obstáculos até ser eleita uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela revista *Forbes* em 2019, graças à sua luta pela diversidade no mercado corporativo.

Alfredo Soares, presidente da Loja Integrada e fundador da G4 Educação, foi outro que fez questão de falar fracassos além dos êxitos que acumulou desde que começou sua carreira, ainda adolescente, como vendedor de cartões de visita, até chegar a R$ 1 bilhão de vendas pela internet. Um desses casos foi um show-room de barcos que resolveu montar dentro de um shopping center do Rio de Janeiro; Passos se “esqueceu” da logística necessária para colocar um barco de 40 pés dentro de um shopping e também dos impostos a pagar. “Fiquei no vermelho”, lembrou.

Mesmo as histórias de sucesso ganharam outra roupagem, porque tem outra definição entre os mais jovens. Não era apenas ganhar dinheiro; era sobretudo gerar impacto, cumprir um propósito. Isso ficou evidente no painel “Vozes do afroempreendedorismo”, com Preto Zezé, presidente global da Central Única das Favelas (Cufa). Em especial, quando ele compartilhou detalhes sobre a iniciativa da entidade, durante a pandemia, de transformar seus espaços nas favelas em centros de distribuição (CDs) de produtos.

O último painel colocou lado a lado instituições já ativas junto a jovens lideranças: Confraria, Conaje, ABStartups, Lide Futuro, Rotaract, Sicredi, JCI Nacional, Brasil Júnior e Conjuve. A intenção pareceu clara: mostrar qual seria o potencial de conquistas se elas juntassem suas forças, atuando de maneira mais colaborativa. Isso poderia ser uma alavanca e tanto para as mudanças que os jovens querem ver no Brasil.

## Pitch training – o método do Clodô
A plateia se animou com a atração de pitch training. Depois das dicas de Daniel Clodoaldo, conselheiro da Conaje-SP e especialista em comunicação persuasiva, para formatar um pitch de um minuto, ele convidou a todos que escrevessem o seu pitch, levando três da plateia para o palco.

__HSM Management__, uma das apoiadoras do *Pulse 2022*, reproduz para você, leitor, o “método do Clodô”. A estrutura do pitch, segundo o especialista, deve ser construída em cinco passos, a partir das seguintes perguntas:

1. Quem eu sou? (simplicidade)
2. Quem eu ajudo (com o meu produto ou serviço)? (especificidade)
3. Resolvo qual problema (dores, dúvidas ou desejos)? (sensibilidade)
4. Evitando qual objeção? (frequência)
5. O que eu ofereço hoje? (avanço real)

Clodoaldo ainda recomendou: Seja muito breve na questão 1; dê foco ao seu público-alvo na questão 2, “porque o dinheiro está onde está a atenção das pessoas”; na 3 destaque o problema que é mais sensível para seu público-alvo; se há um problema, então existe alguma objeção para resolvê-lo, então para a questão 4 busque saber qual é a objeção existente; e conclua apresentando o que seu produto ou serviço é capaz de trazer como um resultado real para o problema do público-alvo.

Pronto para criar o seu pitch?

Crédito das fotos: Pulse | Marcelo Moraes

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Felipe Knijnik, diretor da BioPulse

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025
O PIX ABRIU PORTAS QUE ABRIRÃO MAIS PORTAS!

Carlos Netto, fundador e CEO da Matera

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

João Carlos da Silva Bizario e Gulherme Collin Soárez, respectivamente CMAO e CEO da Inspirali Educação.

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura
Marketing & growth, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Liderança
4 de setembro de 2025
Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil - até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Bruna Lopes de Barros

3 minutos min de leitura
Inovação
3 de setembro de 2025
Em entrevista com Rodrigo Magnago, Fernando Gama nos conta como a Docol tem despontado unindo a cultura do design na organização

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
3 de setembro de 2025
O plástico nasceu como símbolo do progresso - hoje, desafia o futuro do planeta. Entenda como uma invenção de 1907 moldou a sociedade moderna e se tornou um dos maiores dilemas ambientais da nossa era.

Anna Luísa Beserra - CEO da SDW

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de setembro de 2025
Como transformar ciência em inovação? O Brasil produz muito conhecimento, mas ainda engatinha na conversão em soluções de mercado. Deep techs podem ser a ponte - e o caminho já começou.

Eline Casasola - CEO da Atitude Inovação

5 minutos min de leitura
Liderança, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1 de setembro de 2025
Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

Redação HSM Management

0 min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
1 de setembro de 2025
Na era da creator economy, influência não é mais sobre alcance - é sobre confiança. Você já se deu conta como os influenciadores se tornaram ativos estratégicos no marketing contemporâneo? Eles conectam dados, propósito e performance. Em um cenário cada vez mais automatizado, é a autenticidade que converte.

Salomão Araújo - VP Comercial da Rakuten Advertising no Brasil

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)