Direto ao ponto

Será que Wall Street está diferente?

Executiva do Morgan Stanley, Carla Harris afirmou que sim no HSM+ e na Rotman

Compartilhar:

Experimente fazer uma busca da frase “a culpa é de Wall Street”. Não apenas você encontrará muitos links para clicar como descobrirá que há uma organização 100% dedicada a culpar o mercado de capitais americano, chamada Blame Wall Street. Da falta de moradia popular ao aquecimento global, tudo é culpa da bolsa de valores, inclusive o aumento do preço das commodities – que é menos conectado com a guerra na Ucrânia e mais com a reação dos especuladores a ela.

A novidade é que não se trata mais de uma crítica externa; entre os próprios banqueiros de investimentos de Nova York já há quem esteja responsabilizando o capitalismo definido por Wall Street pelos problemas atuais. Uma dessas pessoas é Carla Harris, advisor sênior do banco de investimentos Morgan Stanley, que esteve no último evento HSM+. Harris garante que as mudanças que varrem todas as empresas também acontecem em Wall Street e são grandes: “Tenho assento na primeira fila para observar as mudanças. Nas décadas de 1980 e 1990 eram os líderes de uma organização que definiam sua agenda. A mentalidade de liderança eficaz era ‘faça do meu jeito ou vá para o olho da rua’”, contou ela em entrevista à Rotman Management. “Hoje isso é passado. O fato de a inovação ter se tornado o parâmetro competitivo dominante, seguido de perto pela velocidade de entrada no mercado e pela capacidade de envolver diretamente os consumidores, está forçando a gestão, e o próprio capitalismo, a mudar.” Harris listou mudanças para os líderes que até Wall Street vai cobrar:

__Nova métrica de desempenho.__ Na visão da executiva, os empregadores estão sendo forçados a reavaliar sua proposta de valor para os funcionários e terão de “vendê-la” de forma a reter os melhores funcionários e atrair novos talentos. Isso pede novos líderes. Agora as organizações vão ter de mostrar que valorizam líderes que podem atrair, desenvolver e reter grandes talentos – no mínimo, eles serão tão valorizados quanto líderes que geram receitas.

__Colaborar antes de tudo.__ É importante estabelecer-se rapidamente como líder colaborativo, diz Harris. Uma das primeiras ações num posto de liderança é fazer um “tour de escuta”, ouvindo todos em assuntos grandes e pequenos. Só depois ele pode estabelecer prioridades e expectativas. Também é importante que o líder eduque a organização no foco em diversidade, equidade e inclusão (DEI).
Percepção em vez de supervisão. Ninguém mais pode ser um líder focado na supervisão. Ele continua a fornecer orientação, mas também avalia se as pessoas focam as questões certas, resolvem problemas de modo criativo, pensam no futuro e antecipam os próximos movimentos, assumem riscos.

__Perguntas constantes.__ Os novos líderes estão sempre questionando o status quo. Ficam sempre perguntando: “O que podemos fazer de diferente? O que podemos fazer melhor?”.

__Nova Reputação.__ Você agora quer que o conselho diga que você é atencioso, estratégico, um grande executor e construtor de relacionamentos. E que seus liderados se sintam inspirados, encorajados e felizes por trabalhar com você.

Uma seleção do HSM+

“Hoje o santo graal da carreira é pensar a cada cinco anos onde se quer estar e como evoluir e ser um líder diferente”, disse Carla Harris no HSM+2022. E disse mais:

O que as pessoas sentem sobre você como líder impacta como elas desempenham e o que entregam.
Escolher o time certo define seu legado.
Líderes necessariamente têm coragem, o que lhes permite ouvir vozes diferentes e correr riscos para inovar.
Ninguém pode fazer as coisas sozinho, porque você não sabe tudo e porque não pode estar presente em todos os lugares – na sala, precisa sempre haver alguém que te defenda. Ou seja, relacionar-se bem com as pessoas e alavancar talentos, relacionamentos e experiências são o que impulsiona o sucesso de um líder.
Liderar hoje exige a capacidade de transformar pessoas, situações e a si mesmo.

__Leia também: [Elon Musk: líder do século 21 ou do século 20?](https://www.revistahsm.com.br/post/elon-musk-lider-do-seculo-21-ou-do-seculo-20)__

Artigo publicado na HSM Management nº 156.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Os sete desafios das equipes inclusivas

Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de outubro de 2025
Na indústria automotiva, a IA Generativa não é mais tendência - é o motor da próxima revolução em eficiência, personalização e experiência do cliente.

Lorena França - Hub Mobilidade do Learning Village

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Chico Araújo - Diretor-executivo do Instituto Inteligência Artificial de Verdade - IAV e Cofundador do The Long Game

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1º de outubro de 2025
No mundo pós-IA, profissionais 50+ são mais que relevantes - são pontes vivas entre gerações, capazes de transformar conhecimento em vantagem competitiva.

Cris Sabbag - COO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Inovação
30 de setembro
O Brasil tem talento reconhecido no design - mas sem políticas públicas e apoio estratégico, seguimos premiando ideias sem transformar setores.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Liderança
29 de setembro de 2025
No topo da liderança, o maior desafio pode ser a solidão - e a resposta está na força do aprendizado entre pares.

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

4 minutos min de leitura
ESG, Empreendedorismo
29 de setembro de 2025
No Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos, conheça negócios de impacto que estão transformando excedentes em soluções reais - gerando valor econômico, social e ambiental.

Priscila Socoloski CEO da Connecting Food e Lucas Infante, CEO da Food To Save

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional
25 de setembro de 2025
Transformar uma organização exige mais do que mudar processos - é preciso decifrar os símbolos, narrativas e relações que sustentam sua cultura.

Manoel Pimentel

10 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança