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5-10-15, nosso mais novo código

Guilherme Soárez, CEO da HSM

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A comunidade executiva adora uma linguagem cifrada, como sabemos: dizemos cotidianamente “esse é um caso 80-20” (a regra de Pareto, segundo a qual 80% dos ganhos deriva de 20% das iniciativas ou das pessoas, entre outras coisas). Ou “nossa educação corporativa segue o modelo 70-20-10” (70% do aprendizado on the job; 20% na interação com outros e 10% em eventos educativos formais). Ou, ainda, “nossa gestão de pessoas se baseia no 20-70-10” (em premiar os 20% melhores, manter os 70% medianos e afastar os 10% de pior desempenho). Código não é arrogância: seleciona interlocutores e, por isso, acelera a comunicação.

Esta edição de HSM Management propõe um novo código a você, mas não só para o trabalho; vale para a sua vida. Anote: 5-10-15. Significa que tudo de que você precisa diariamente deve estar a 5 minutos de caminhada, tudo de que precisa a cada três a quatro dias deve estar a 10 minutos a pé, e as coisas que você renova a cada semana ou mês devem poder ser adquiridas após uma caminhada de 15 a 20 minutos. 

Descobri com o empresário indiano Abhishek Lodha, no Dossiê desta edição, que, se nossa cidade nos proporciona isso, ela é uma cidade inteligente. Mas não é fácil chegar a esses números. Precisa haver toda uma estrutura (especialmente, mas não exclusivamente tecnológica) nos bastidores, algo que hoje ainda é muito raro nas cidades brasileiras – raro em qualquer cidade do mundo, na verdade. Só não é impossível, como muitos pensam. A colombiana Medellín, sinônimo de problema e de violência nos anos 1990, conseguiu virar uma smart city. Contando, ninguém acredita, mas temos em nossa equipe editorial uma testemunha ocular: nossa colaboradora Lizandra Magon de Almeida já visitou Medellín e foi arrebatada pelo que viu. 

Se Medellín conseguiu, o Rio de Janeiro, por exemplo, consegue também, concorda? Como 2018 é um ano eleitoral (ainda que as eleições não sejam municipais, tudo está ligado), está mais do que na hora de discutir os modos de mudar nossas cidades e fazê-los acontecer, e daí a pertinência deste Dossiê. Mas é importante frisar: não se trata só de uma questão de gestão pública; essa é uma tarefa para a sociedade como um todo, e as empresas têm um enorme papel a cumprir – como cumpre Abhishek Lodha, a quem eu citei. Ele está construindo a smart city Palava, nos arredores de Mumbai.

Quero destacar pelo menos outros quatro assuntos desta edição. O primeiro é a reportagem sobre transformação digital. Vira e mexe voltamos a esse assunto e assim tem de ser, não só porque há novos aprendizados a compartilhar, como também porque 100% das empresas brasileiras estão enfrentando esse imenso desafio neste exato instante. O jogo dos sete erros contém lições valiosíssimas sobre o assunto e é leitura obrigatória.

O segundo tema que merece sua atenção é o das limitações da inteligência artificial. Também é assunto recorrente aqui, mas o ângulo das limitações (e das maneiras de contorná-las) é novo, e de uma utilidade ímpar. 

 A terceira recomendação de leitura que faço é a reportagem sobre cooperativismo financeiro. Quando pensamos em disrupção (no setor financeiro ou em qualquer setor de atividade), pensamos em startups tecnológicas, mas esse texto nos ensina que há outras formas de fazer uma inovação de ruptura. O cooperativismo financeiro é antigo, mas ganhou vida nova com a economia compartilhada e com mudanças de regulamentação.

Para terminar, acho que o leitor deveria priorizar a leitura do artigo de Michela Chin, da PwC, sobre o jeito chinês de gerenciar empresas. Há cada vez mais chineses controlando organizações no Brasil, afinal!

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