Liderança

Cinco decisões para o trabalho remoto perfeito

Como começar a oferecer segurança psicológica para o seu time
Ana Tomazelli é psicanalista e idealizadora do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas (Ipefem). Pós-graduada em gestão de pessoas pela FGV, administração e gestão de empresas pelo IBMEC e psicanálise e saúde mental pelo IBCP.

Compartilhar:

Duas plataformas de reunião virtual, uma de gestão de projetos, outra de comunicação, mais uma plataforma de interação virtual tipo metaverso, um aplicativo para trocar mensagens rapidinho, o grupo da fofoca positiva-good-vibes-gratidão, um formulário para subir a nota fiscal, outro app de grupão em que cabem mais de 250 pessoas e mais uma nova plataforma para o projeto da consultoria que foi contratada.

E o drive, gente, o drive! Onde está a senha do drive?

Tem também o Instagram, o TikTok, a DM, o Inbox, o Inmail (mas só pra quem é premium no Linkedin). E alguém ainda frequenta grupos do Facebook?

O trabalho remoto pode ser uma confusão geográfica, se pensarmos que cada plataforma é um território. Já parou pra ver dessa forma?

Cada “espaço” virtual requer um comportamento diferente, um aprendizado específico, quase uma etiqueta própria de interação e relacionamento, o que pode causar muita confusão entre as pessoas. Sem falar do esgotamento mental de se submeter a algo novo e complexo com tanta frequência.

Nesse cenário, é muito comum que haja insegurança e uma ansiedade em saber como operar tudo, pra não parecer incompetente ou dar a sensação de não estar atualizada. Organizar esses pontos, em princípio, está sob o poder da empresa. Mas, na posição de liderança, você pode fazer algumas coisas:

__1 – Oriente os ambientes por tipos de interações:__ onde ficam os históricos, as informações fixas/relevantes, os arquivos importantes, onde vamos falar rapidinho, onde se trocam memes? Preferencialmente ter, no máximo, dois ou três canais/plataformas que consigam abranger 90% do cotidiano em interações síncronas e assíncronas.

__2 – Estabeleça acordos claros:__ por falar em interações síncronas e assíncronas, é muito importante ter combinados claros sobre quando/como vamos desenvolver as atividades por grau de complexidade, por exemplo. O que sempre fizemos em reuniões, dá pra fazer de forma interativa, porém cada pessoa no seu tempo, dentro de uma semana, talvez? Trocar ideias, visões. Quem fica responsável por compilar tudo e “subir” pro time validar?

__3 – Combine rotinas que priorizem as pessoas ao máximo:__ o horário da atividade física, das crianças da casa, da comida, do trabalho doméstico em si. A conciliação e atenção a esses temas pode fazer muita diferença na maneira como seu time interage e fortalece a saúde mental.

__4 – Desenhe rituais e cerimônias:__ longe de ser algo engessado ou chato, beirando o constrangimento, pode ser legal se reunir às sextas pra falar… Nada. Besteira. Conversa fiada. Ou para meditar, fazer lambaeróbica, comemorar o sucesso de um cliente, o aumento de uma operação, a chegada de alguém… Lembrando que nem todo mundo precisa estar reunido o tempo todo, hein?

__5 – Comunique e respeite as disponibilidades:__ se uma pessoa do seu time diz que está disponível a partir das 9h30, por favor, não marque reuniões às 9h. Fim.

Ah, e tenha um local de fácil acesso para checar todas as disponibilidades antes de pedir uma conversa. Pode ser uma invenção antiga e superútil, chamada agenda – lembrando que a sua não é a mais importante de todas. A humildade é o primeiro passo para um ambiente seguro psicologicamente.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
14 de outubro de 2025
Se 90% da decisão de compra acontece antes do primeiro contato, por que seu time ainda espera o cliente bater na porta?

Mari Genovez - CEO da Matchez

3 minutos min de leitura
ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)