Uncategorized

O Desafio de Engajar as Novas Gerações

As empresas podem aproveitar o imperativo de atrair os jovens para reinventar seu modelo de gestão
Diretor de recursos humanos da L’Oréal Brasil desde setembro de 2013; anteriormente, trabalhou na Novartis, inclusive nas subsidiárias do Chile e da Venezuela e na sede, na Suíça. É pedagogo, com especializações em RH e marketing e mestrado pelo Insead.

Compartilhar:

Faz alguns anos que acompanhamos universidades, consultorias e grandes empresas que estudam o impacto dos millennials em diferentes esferas da sociedade. A presença crescente das gerações Y e Z vem transformando nossos padrões comportamentais, rompendo paradigmas e colocando outros em seu lugar. É impossível não notar as diferenças entre a vida cotidiana atual e a que levávamos há uma década. 

Trazendo em sua mochila a evolução digital, a geração do “tudo ao mesmo tempo agora” alcança a idade adulta no momento em que nosso sistema social está se reconfigurando com uma série de ajustes importantes. Algumas principais mudanças são observadas no comportamento de consumo, nos modelos de família, nas referências sociais clássicas e, naturalmente, no campo profissional e no ambiente corporativo.

As organizações estão sendo impactadas de maneira acentuada tanto pela modernização tecnológica como pelas características das novas gerações que integram o ambiente de trabalho – sejam suas expectativas e preferências, suas capacidades e fragilidades, seus conhecimentos e comportamentos, sua forma de relacionar-se consigo e com o mundo.

Hoje, mais da metade da força de trabalho é composta por esses jovens, e a maioria absoluta questiona o ambiente e os códigos de valores encontrados nas empresas, questiona seu propósito, sua conduta ética, sua responsabilidade social. Esses jovens não se reconhecem no ambiente do século passado que persiste nas empresas, e isso impacta diretamente o modo como projetam seu futuro profissional. Mais de 90% não se veem na mesma empresa por mais de cinco anos e mais de 70% pretendem empreender de maneira independente em algum momento de sua trajetória. Para eles, o trabalho precisa legitimar seu estilo de vida e, como a inovação constante ficou viável, o “emprego”, o “cargo” e a “estabilidade” passaram a ser secundários. Importa a experiência – e importa que seja compartilhada. 

Como as empresas devem agir diante disso? Algumas têm conseguido criar um ambiente capaz de atrair e manter esses jovens com alto nível de engajamento, por exemplo. Seu diferencial frequentemente é o fato de já terem sido criadas sem os vícios que formaram as gerações anteriores de líderes. Algumas companhias, mais tradicionais, também largaram na frente ao entenderem a necessidade de flexibilizar seus modelos organizacionais e eliminar hierarquias desnecessárias. Elas estão se concentrando em liberar a energia e o potencial de seus funcionários, uma vez que a inovação e a criatividade demandam colaboração e agilidade. 

O fato é que, no esforço para acomodar as novas gerações, as organizações saem ganhando: amadurecem em sua cadeia de valor e rejuvenescem em seu espírito empreendedor. Elas se tornam lugares muito mais dinâmicos, diversos, atrativos e vivos. O imperativo de atrair e reter os jovens talentos é a desculpa perfeita para reinventar nosso modelo de gestão, simplificando-o e humanizando-o.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura