Tecnologias exponenciais
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A Estratégia exige um olhar além do óbvio: como a IA está redefinindo decisões e inovação

Os cuidados necessários para o uso de IA vão muito além de dados e cada vez mais iremos precisar entender o real uso destas ferramentas para nos ajudar, e não dificultar nossa vida.
Eduardo Freire é autor, palestrante e mentor, além de estrategista visionário e CEO da FWK Innovation Design. É também criador da abordagem Project Thinking. Reconhecido como um dos 50 principais líderes e influenciadores globais em Design Thinking pelo ranking Thinkers360 – 2025. r, Eduardo inspira empresas a criarem soluções ágeis e impactantes.

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Resiliência, Calma felicidade

A Inteligência Artificial já não é mais uma aposta do futuro – ela está redefinindo como tomamos decisões, lideramos empresas e inovamos em larga escala. No entanto, a adoção de IA nas grandes organizações ainda segue um padrão reativo: muitas empresas implementam IA sem um propósito estratégico claro, apenas para “não ficarem para trás”. E no final do dia, isso está gerando projetos sem resultados efetivos!

O verdadeiro diferencial não está em como usar IA, mas sim em entender o que queremos resolver, para que e por que a IA deve ser parte da estratégia de negócios. Mas, para líderes de inovação e transformação digital, a questão mais relevante não é como implementar IA, e sim o que queremos resolver, para que e por que usá-la.

Muitas organizações ainda enxergam a IA apenas sob a ótica de eficiência e automação. Porém, há um espaço ainda mais estratégico e menos óbvio: o uso da IA para ampliar a criatividade, aprimorar decisões e criar experiências mais inteligentes e adaptativas.

O que realmente importa na adoção de IA?

Se você é um executivo, líder de inovação ou tomador de decisão, precisa olhar além do hype da IA. A verdadeira vantagem competitiva não está em adotar IA para automação, mas em utilizá-la como um copiloto estratégico para decisões de alto impacto.

Na FWK, temos utilizado um framework estratégico com nossos clientes para orientar a adoção de IA de forma eficaz. A abordagem não começa pela tecnologia, mas sim pelas perguntas certas. Nossa metodologia propõe que a adoção da IA deve ser conduzida por três perguntas-chave:

O que queremos resolver?
Estamos buscando eficiência, criatividade, melhor experiência do cliente ou uma vantagem competitiva sustentável?

Para que essa IA será usada?
Ela ajudará a acelerar decisões, testar cenários estratégicos, entender melhor o consumidor ou transformar a cultura organizacional?

Por que essa abordagem é relevante?
Estamos usando IA porque é uma tendência ou porque identificamos um valor real e aplicável ao nosso negócio?

Empresas que adotam IA apenas como um movimento reativo ao mercado podem perder oportunidades estratégicas reais. O maior risco não é não adotar IA, mas sim adotá-la sem um propósito claro.

Essa abordagem se alinha ao framework defendido por Amy Webb no SXSW 2025, onde ela destaca que o futuro da IA não está apenas na automação, mas na sua convergência com biotecnologia, sensores e novas formas de inteligência adaptativa. Segundo Amy, empresas não devem ver IA como um projeto isolado, mas como parte de um movimento estratégico maior.

As Grandes Oportunidades

Executivos que lideram inovação têm a chance de explorar a IA como um diferencial estratégico em várias frentes:

IA como parceira criativa: não para substituir designers, estrategistas ou tomadores de decisão, mas para ampliar sua capacidade de pensar e inovar.

Experiências personalizadas e emocionalmente inteligentes: modelos de IA que se ajustam ao usuário, aprendem suas preferências e emoções, criando interações mais naturais e envolventes.

Projetos de IA alinhados à cultura e à sociedade: O design do futuro precisa ser ético, transparente e inclusivo. Como criar agentes que refletem valores humanos e promovem impacto positivo?

Como destacou Amy Webb, o futuro da IA está na Inteligência Viva, um ecossistema onde IA, sensores e biotecnologia trabalham juntos para criar decisões mais adaptativas e contextuais. Isso significa que o papel da IA não será apenas o de otimizar processos, mas sim transformar como empresas interagem com o mundo e tomam decisões estratégicas.

Desafios e Barreiras para Implementação da IA

Apesar das oportunidades, existem desafios que CIOs, CTOs e líderes de inovação precisam considerar antes da adoção da IA:

Integração com sistemas legados: Empresas com infraestrutura tradicional precisam avaliar como a IA se conecta a sistemas existentes sem gerar gargalos ou riscos de segurança.

Custos e ROI: Implementar IA sem um plano claro pode gerar custos elevados sem retorno imediato. Definir métricas de impacto e KPIs estratégicos é fundamental.

Segurança e compliance: Com a crescente preocupação sobre dados, é essencial garantir que modelos de IA respeitem privacidade, regulamentações e segurança cibernética.

Mudança cultural: A adoção da IA pode encontrar resistência interna. Equipes precisam ser treinadas para trabalhar lado a lado com IA, compreendendo como usar a tecnologia para impulsionar resultados sem receio de substituição.

Quando NÃO usar IA?

Nem toda solução precisa de IA e esse é um ponto crítico para CIOs e Innovation Officers. Tenho vivido isso na prática em nossos projetos e podemos está minando uma ferramenta poderosa. Então aqui vão algumas situações onde IA pode não ser a melhor escolha:

Quando há poucos dados disponíveis ou dados de baixa qualidade: Modelos de IA precisam de grandes volumes de dados estruturados para gerar insights precisos.

Quando o problema pode ser resolvido por automação tradicional: Em alguns casos, RPA (Robotic Process Automation) ou sistemas heurísticos podem ser mais eficientes e baratos.

Quando o uso de IA adiciona complexidade desnecessária: Se a implementação exige uma curva de aprendizado alta e um custo de manutenção elevado, pode ser mais viável buscar soluções mais simples.

A implementação da IA nas grandes empresas não deve ser guiada apenas pelo desejo de acompanhar tendências, mas sim por um propósito estratégico bem definido. O diferencial das organizações mais bem-sucedidas será a capacidade de integrar IA como um parceiro de decisão e inovação, indo além do óbvio e explorando novas possibilidades.

Executivos de inovação e tecnologia devem avaliar não apenas como adotar IA, mas sim o que querem resolver, para que e por que essa tecnologia faz sentido dentro do contexto do negócio.

O desafio para as empresas não é mais se devem ou não adotar IA – essa decisão já foi tomada pelo mercado. O desafio real é como garantir que a IA não seja apenas mais uma ferramenta operacional, mas sim um motor de inovação e decisão estratégica.

O seu time de liderança já está preparado para essa mudança? Que barreiras enxerga para um uso mais estratégico da IA? Vamos debater!

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Eduardo Freire é autor, palestrante e mentor, além de estrategista visionário e CEO da FWK Innovation Design. É também criador da abordagem Project Thinking. Reconhecido como um dos 50 principais líderes e influenciadores globais em Design Thinking pelo ranking Thinkers360 – 2025. r, Eduardo inspira empresas a criarem soluções ágeis e impactantes.

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