Tecnologias exponenciais
6 min de leitura

Agentes de IA: a revolução silenciosa que está transformando o seu trabalho — quer você perceba ou não

US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

GEP

A GEP é uma empresa global de referência em tecnologia e consultoria para procurement e supply chain. A companhia apoia grandes organizações na transformação de suas operações e gestão de gastos por meio de soluções inovadoras e digitais. Com diversas soluções em plataformas, como a GEP Costdriver, Smart e Quantum, a GEP impulsiona eficiência, inovação e vantagem competitiva nas operações de seus clientes através de soluções digitais práticas.
Senior Manager – Product and Innovation.

Compartilhar:

Imagine liderar uma equipe onde parte dos membros nunca dorme, aprende com cada tarefa e toma decisões sozinha — em tempo real. Não estamos falando do futuro distante. Estamos vivendo o início de uma profunda transformação, comparável apenas às grandes rupturas marcantes na história do trabalho — a mecanização das fábricas ou a chegada da internet. A diferença é que, desta vez, a mudança está acontecendo silenciosamente. Sem o barulho de máquinas ou grandes anúncios, ela está se estabelecendo na forma de agentes de inteligência artificial que já estão aprendendo, decidindo e operando ao nosso lado.

Tudo começou com um marco: em novembro de 2022, a OpenAI lançou o ChatGPT. Em pouco tempo, a IA generativa deixou de ser domínio de especialistas e tornou-se acessível a qualquer um disposto a repensar sua forma de produzir valor, seja profissional ou organização. Os impactos já são mensuráveis. Um estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) mostrou que ferramentas de IA aumentaram em até 30% a produtividade de desenvolvedores e em 14% a eficiência no suporte técnico. E as projeções são ainda mais ambiciosas: estima-se que a IA possa adicionar até US$ 4,4 trilhões por ano à economia global até 2030.

E assim, um novo capítulo se desenha: a era dos agentes de IA.

O que são agentes de IA — e por que eles representam um novo paradigma

Um agente de IA é mais do que uma ferramenta. É um sistema com autonomia para perceber o ambiente, tomar decisões e agir com base em dados. Ao contrário das automações tradicionais — que seguem rotinas fixas — os agentes são adaptativos. Eles aprendem. E, mais importante: evoluem conforme a situação exige.

Isso significa que eles podem, por exemplo, recalcular rotas logísticas em tempo real diante de uma ruptura na cadeia de suprimentos, ou ajustar interações com clientes com base no sentimento detectado nas últimas conversas. Um caso real vem da IBM: a plataforma watsonx Orchestrate coordena processos de compras, analisando simultaneamente contratos, fornecedores e demanda interna — com mínima ou nenhuma intervenção humana.

Esses agentes não estão mais no campo da experimentação. Eles já estão em produção — e gerando valor.

Onde os ganhos já aparecem — e onde eles ainda esbarram em resistências

O desenvolvimento de software é um dos setores que avançou mais rapidamente: com ferramentas como o GitHub Copilot, equipes aumentam em até 30% sua produtividade ao aceitar sugestões de código oferecidas pela IA. Um estudo com a Harvard Business School estimou que soluções como essa podem equivaler à entrada de 15 milhões de novos desenvolvedores na economia global até 2030.

No atendimento ao cliente, os ganhos também são expressivos. Em call centers, o uso de agentes generativos aumentou em quase 14% a produtividade média — e em até 35% entre profissionais menos experientes. Soluções como o Watson Assistant ajudaram empresas a reduzir em 30% o tempo médio de resolução de chamados, economizando milhões.

Mas nem todos os setores acompanham esse ritmo. Marketing e TI lideram a adoção da IA, com mais de 40% das equipes relatando ganhos de produtividade. Já áreas como jurídico e RH avançam mais lentamente. Apenas 34% dos times desses departamentos observaram melhorias significativas até agora, segundo a Gartner.

Isso nos leva a uma constatação incômoda: a IA está criando ilhas de eficiência dentro de muitas organizações. Enquanto alguns departamentos se transformam, outros ficam para trás. E esse descompasso pode comprometer o desempenho sistêmico das empresas.

Não basta implementar IA: é preciso reinventar o trabalho

Por que os ganhos não são mais amplos? Porque adotar IA sem reimaginar os processos é como colocar turbinas em uma carroça. A tecnologia existe — mas muitas vezes ela esbarra em fluxos ultrapassados, bases de dados fragmentadas e uma cultura organizacional que ainda não está pronta para o trabalho híbrido entre humanos e máquinas.

Segundo a McKinsey, a IA generativa tem potencial para adicionar entre US$ 2,6 trilhões e US$ 4,4 trilhões por ano à economia global. Mas para capturar esse valor, é preciso fazer o dever de casa.

Entre os principais fatores críticos de sucesso, dois se destacam:

  • Infraestrutura de dados unificada: agentes de IA só são eficazes quando operam sobre bases robustas e integradas, que permitam aprendizado contínuo.
  • Capacitação da força de trabalho: as habilidades que trouxeram as empresas até aqui não são as mesmas que as levarão para o próximo nível. Colaborar com agentes inteligentes exige novas competências — técnicas, analíticas e, sobretudo, de liderança.

O papel do C-level na nova fase do trabalho

A adoção de agentes de IA não é mais um debate técnico — é uma decisão estratégica. E como toda polêmica desse tipo, exige clareza de visão, coragem para mudar e capacidade de conduzir a organização por um intenso processo de transformação estrutural.

Executivos que conseguirem orquestrar a colaboração entre equipes humanas e agentes inteligentes terão uma vantagem competitiva duradoura. Eles não estarão apenas automatizando processos — estarão redefinindo o trabalho, a cultura e os resultados da organização.

Essa revolução já começou. A pergunta é: você vai liderá-la ou reagir a ela?

Se sua organização está nesse momento de virada, estamos prontos para conversar.

Compartilhar:

GEP

A GEP é uma empresa global de referência em tecnologia e consultoria para procurement e supply chain. A companhia apoia grandes organizações na transformação de suas operações e gestão de gastos por meio de soluções inovadoras e digitais. Com diversas soluções em plataformas, como a GEP Costdriver, Smart e Quantum, a GEP impulsiona eficiência, inovação e vantagem competitiva nas operações de seus clientes através de soluções digitais práticas.

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura