Comunidades: Gestão PME, Gestão de pessoas

Capacitação: a chave mestra para um crescimento exponencial

O desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem contínua é essencial para as PMEs se manterem competitivas
É inovador insaciável, ajuda empresas a incluir pessoas através da educação tecnológica oferecida pela mesttra. Engenheiro Mecânico de formação, membro da Confraria do Empreendedor, participou de capacitações na Fundação Dom Cabral, Endeavor e Singularity University.

Compartilhar:

Nos artigos anteriores da série [O maior desafio da humanidade](https://www.revistahsm.com.br/post/entendendo-o-maior-desafio-da-humanidade), conhecemos alguns fatores que trouxeram um impacto profundo na busca por talentos qualificados em tecnologia. O [recrutamento e seleção das empresas foi modernizado](https://www.revistahsm.com.br/post/recrutamento-e-selecao-com-foco-em-abundancia), pessoas especialistas foram devidamente posicionadas, no entanto, estas estratégias ainda não são suficientes para atender a sede por digitalização.

O Fórum Econômico Mundial afirma que, devido à transformação digital, precisaremos [capacitar mais de 1 bilhão de pessoas](https://www.weforum.org/agenda/2020/01/reskilling-revolution-jobs-future-skills/) até 2030. E até 2022, espera-se que 42% das habilidades essenciais necessárias para desempenhar as funções existentes sejam alteradas. Se hoje o ensino superior não consegue atender a demanda latente, parece nítido que para o futuro também não conseguirá causar uma transformação real da força de trabalho, pelo menos não com a velocidade que precisamos.

Caso elevar salários indefinidamente não seja uma estratégia válida em sua organização, saiba que é preciso uma revolução nos processos destinados a atrair, capacitar e manter pessoas altamente capazes, com olhar estratégico e respaldo da alta gestão. Embora o desafio seja enorme, é justamente este que deve ser perseguido, visto que os resultados já foram calculados e são expressivos, como afirmam as pesquisas recentes do [Linkedin Workplace Learning](https://learning.linkedin.com/resources/workplace-learning-report):

![Linkedin Workplace Learning](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/3pezQEbPxWCc3YC6LaVHyq/f41d6efa775f9fe59c938cca04992b71/Slide1.jpg)

Um olhar estruturado para novos cargos e necessidades de aprendizado (em linha com os objetivos e metas da organização) permite sair da subjetividade e paralisia para a criação de programas abrangentes que contribuem para a redução do risco operacional e a melhoria do ciclo de vida dos talentos.

## Aprendizado no fluxo de trabalho

Assim como hoje é possível criar websites de maneira quase automática, muitas funções desafiadoras também serão automatizadas pois, eventualmente, o problema será tão grande que alternativas como no-code e GPT3 irão substituir grande parte das atividades do desenvolvimento de software. Entretanto, mudarão apenas as formas de execução dessas atividades, porque continuaremos a necessitar pessoas hábeis para utilizar estas alternativas com o rigor necessário.

Prover ferramentas e processos para que cada colaborador consiga desempenhar tarefas cada vez mais complexas e essenciais deve ser objetivo de todos os departamentos, contudo em alguns casos estas ações são reprimidas em sua gênese pelo medo de formar pessoas que talvez se desligarão em pouco tempo. Pior seria trabalhar com pessoas que não estão qualificadas para suas atividades, não é mesmo?

Dentre os principais desafios relacionados às capacitações, podemos citar a dificuldade de convencimento dos níveis superiores sobre as necessidades, a complexidade técnica de cada hard skill, os custos envolvidos com equipes internas, as dificuldades em medir e reportar os resultados de aprendizagem e o retorno dos investimentos.

Edtechs surgem como uma excelente oportunidade de solução destas lacunas, ao democratizarem o acesso ao conhecimento. No entanto, é adequado mensurar sua efetividade, visto que podem apresentar taxas de desistência superiores a 80%. Liberar milhares de licenças de estudo não é ação suficiente para obter ganhos notáveis, afinal, o conteúdo já está disponível gratuitamente na internet.

A aprendizagem individual é necessária, mas o desenvolvimento de uma [cultura de aprendizagem contínua](https://www.revistahsm.com.br/podcasts/rh-tech-trends-01-educacao-corporativa-com-tecnologia-aplicada), que oriente, acompanhe e reduza os atritos do processo é urgente: profissionais de treinamento e desenvolvimento acreditam que colaboradores que aprendem juntos são 5,2 vezes mais propensos a serem engajados com a empresa, dedicam-se até 30x mais horas estudando e permanecem mais tempo na organização, segundo dados da pesquisa Linkedin Workplace Learning.

Neste contexto, novos termos como Educational Recruitment e Eduployment surgem, trazendo uma visão mais global e eficaz ao criarem fluxos de atração de capital humano em linha com a aceleração do aprendizado, reduzindo lacunas técnicas e comportamentais. Josh Bersin, consultor, fundador e CEO da Bersin by Deloitte e referência internacional em recursos humanos, traz o conceito de corporate capability academy: uma evolução da universidade corporativa para traduzir as necessidades das áreas em treinamentos 100% práticos, para evolução e gerenciamento do conhecimento interno.

## Consertando um funil furado

E se a barreira inicial para a implementação destas ações for o custo, mude a mentalidade e utilize-o para aprovar as mudanças: ao calcularmos todos os custos envolvidos com novas contratações percebe-se que mais de 65 horas são dedicadas integralmente, podendo chegar a um volume alarmante de US$22,750.00 nos Estados Unidos, como calcula a startup [Qualified.io](https://www.qualified.io/blog/posts/the-hidden-cost-of-hiring-software-engineers). O custo pago hoje já ultrapassa o volume necessário para capacitar.

Soma-se a rotatividade alarmante verificada pelo setor de tecnologia e um baixo engajamento dos colaboradores quando ações concretas nesta linha não são percebidas, e o cenário ideal terá surgido para uma nova visão: atração e manutenção de talentos, com foco na diversidade, equidade e inclusão, acelerando jornadas comportamentais e técnicas promovendo de fato uma marca empregadora imbatível.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura