Tecnologias exponenciais
4 min de leitura

Como o cinema e a inteligência artificial podem ser referência ao mundo corporativo

Com o avanço da inteligência artificial, a produção de vídeos se tornou mais acessível e personalizada, permitindo locuções humanizadas, avatares realistas e edições automatizadas. No entanto, o uso dessas tecnologias exige responsabilidade ética para evitar abusos. Equilibrando inovação e transparência, empresas podem transformar a comunicação e o aprendizado, criando experiências imersivas que inspiram e engajam.
Administrador de empresas com especialização em gestão de conhecimento e storytelling aplicado à educação. Luiz é coautor do livro “Olhares para os Sistemas” e é CEO da NextGen Learning.

Compartilhar:

O mundo do cinema sempre nos cativou. Da recente (e emocionante) premiação do Globo de Ouro à expectativa pelo Oscar, os filmes têm o poder de nos transportar para histórias que inspiram, emocionam e conectam. No entanto, o impacto dos vídeos vai além do entretenimento.

O mercado corporativo está começando a reconhecer o que Hollywood já sabe há décadas: os vídeos capturam atenção e criam conexões emocionais. Estudos, como o da Universidade de Minnesota, mostram que o cérebro humano processa recursos visuais 60 mil vezes mais rápido do que textos, e que as pessoas se lembram de 95% de uma mensagem assistida, em comparação com apenas 10% de um conteúdo lido. No contexto corporativo, isso significa que vídeos podem ser a chave para transformar treinamentos maçantes em experiências imersivas e eficazes.

Treinamentos corporativos, por exemplo, podem ser significativamente aprimorados com o uso de vídeos. Em vez de longas apresentações de slides ou documentos extensos, vídeos curtos e dinâmicos conseguem transmitir informações de maneira mais eficiente e atraente. Além disso, quando combinados com narrativas envolventes e elementos visuais impactantes, os vídeos podem despertar emoções e reforçar a retenção de conhecimento.

A Inteligência Artificial como aliada

A inteligência artificial (IA) tem revolucionado a produção de vídeos, tornando o processo mais acessível e personalizado. Com tecnologias avançadas, é possível criar locuções humanizadas, personalizar conteúdos para diferentes públicos e até recriar vozes específicas. Imagine uma empresa onde o porta-voz, por meio de IA, pode “participar” de diversos vídeos sem precisar gravá-los individualmente. Essa personalização reforça a identidade da marca e mantém a consistência na comunicação.

Além das locuções e personalizações, a IA tem sido amplamente utilizada no cinema para aprimorar efeitos visuais e criar mundos virtuais de forma inovadora. Ferramentas como o ScriptBook analisam roteiros e fornecem insights sobre potencial comercial, estrutura narrativa e desenvolvimento de personagens, auxiliando estúdios e roteiristas na tomada de decisões antes mesmo das filmagens começarem. Já na criação de ambientes digitais e personagens hiper-realistas, softwares como Runway e Unreal Engine utilizam IA para gerar cenários detalhados e realistas, reduzindo custos e ampliando as possibilidades criativas.

Na pós-produção, a IA também desempenha um papel essencial. Ferramentas como Adobe Premiere Pro e DaVinci Resolve automatizam a edição de vídeo, organizando cenas e sugerindo cortes com base em padrões de narrativa. No campo da animação, softwares como Maya e Blender integram IA para proporcionar movimentos mais naturais e realistas aos personagens. Além disso, inovações na produção visual, como o uso do StageCraft em The Mandalorian, demonstram como a IA, aliada à captura volumétrica e realidade virtual, permite a criação de sets digitais dinâmicos, transformando a maneira como os filmes são produzidos.

Um exemplo recente do impacto da IA no audiovisual é o filme Aqui, estrelado por Tom Hanks. A produção utilizou a tecnologia para rejuvenescer personagens, algo que seria impossível sem os avanços em inteligência artificial. No ambiente corporativo, esses recursos podem ser adaptados para criar vídeos que conectem emocionalmente com o público, aumentando o impacto e a eficácia das mensagens.

E, entre as vantagens da IA na criação de vídeos corporativos, destacam-se a agilidade na produção, a personalização de conteúdos e a possibilidade de criar experiências visuais imersivas.

Porém, é importante usar essas tecnologias com responsabilidade. A ética deve ser um pilar fundamental no seu uso, especialmente no que diz respeito a direitos autorais, consentimento e combate a fake news. Por exemplo, como a deep fake, tecnologia baseada em IA que permite criar vídeos e imagens falsas com um nível de realismo impressionante, levantando questões éticas e sociais importantes. Isso sem dizer que o uso de vídeos gerados sem consentimento representa uma grave violação de privacidade.

Embora a IA ofereça recursos incríveis, como a criação de avatares realistas e a manipulação de vozes, é essencial garantir que esses usos sejam transparentes e respeitem as pessoas envolvidas. As empresas devem adotar boas práticas para evitar abusos e preservar a confiança de seus colaboradores e clientes.

O futuro dos vídeos no mercado corporativo

À medida que a tecnologia avança, o uso de vídeos no mercado corporativo só tende a crescer. A combinação de narrativa, emoção e inovação tecnológica cria um potencial quase ilimitado para engajar, ensinar e inspirar. No entanto, é fundamental equilibrar a adoção de novas tecnologias com a responsabilidade ética e o bom senso.

Assim como os filmes nos emocionam e inspiram, os vídeos corporativos podem transformar a maneira como as empresas se comunicam e treinam suas equipes. Ao aproveitar o poder dos vídeos e das ferramentas de IA, as organizações têm a oportunidade de criar experiências que vão muito além da tela. Afinal, no mundo corporativo, assim como no cinema, a magia está em contar histórias que tocam e transformam.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
5 de setembro de 2025
O maior desafio profissional hoje não é a tecnologia - é o tempo. Descubra como processos claros, IA consciente e disciplina podem transformar sobrecarga em produtividade real.

Diego Nogare

6 minutos min de leitura
Marketing & growth, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Liderança
4 de setembro de 2025
Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil - até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Bruna Lopes de Barros

3 minutos min de leitura
Inovação
Em entrevista com Rodrigo Magnago, Fernando Gama nos conta como a Docol tem despontado unindo a cultura do design na organização

Rodrigo Magnago

4 min de leitura