Uncategorized

Como os CEOs da China estão lidando com a crise

Os ventos contrários enfrentados pelas multinacionais do país estão levando os líderes locais a agir
O estudo foi conduzido por Wouter Baan e Christopher Thomas, consultores do escritório da McKinsey em Pequim, China.

Compartilhar:

Sinais de crescimento mais fraco na China em 2015, incluindo o tropeço em seu mercado de ações, atraíram a atenção de formuladores de políticas econômicas, executivos e investidores. Em 2016, ao menos até agora, as coisas não estão nem um pouco melhores, e é claro que os líderes de operações locais de multinacionais vêm sentindo a pressão. Em meados de 2015, entrevistamos mais de 70 desses líderes, a quem chamamos de “CEOs da China”. As empresas que eles lideram cobrem uma vasta gama de negócios B2B e B2C e geram mais de US$ 200 bilhões de receita anual só no país. 

**OS PROBLEMAS**

A maioria dos CEOs dessas subsidiárias (55%), muitas das quais posicionadas entre as cinco players globais de seus setores, afirma que continuam a crescer mais rápido do que os segmentos de mercado correspondentes na China. 

Eles se queixam de severas restrições de tempo, contudo: 40% dizem que não conseguem reagir com rapidez suficiente às mudanças do mercado chinês, e outros 40% admitem que estão sendo fortemente pressionados a fazer isso. Como? Dois desafios impostos aos CEOs da China são cumprir as metas enquanto lidam com a queda da demanda e construir equipes locais – e ambos demandam muito de seu tempo. Outra grande questão que os preocupa é o esforço de se entender com a sede, que inclui explicar o atual contexto singular do país aos gestores seniores das matrizes. Ter de reportar-se a filiais regionais também complica a vida de alguns, conforme apurado. 

Cerca de dois quintos dos CEOs da China reportam-se a um líder na Ásia, e apenas 20% falam diretamente com o CEO global. Muitos dizem que é desconfortável responder ao líder asiático quando sua unidade representa uma proporção enorme dos resultados do continente. Entre os problemas embutidos nessa subordinação estão o risco de haver abordagens em duplicidade e a possibilidade de os ciclos de planejamento e decisão ficarem mais demorados. A vasta maioria declara que a China continua sendo prioridade máxima de crescimento para suas empresas, mas que o ambiente de negócios doméstico não está se tornando mais fácil. Grande parte deles teme que o ambiente político para multinacionais no país se torne mais desafiador. 

**AS SOLUÇÕES** 

As empresas estão enfrentando esses desafios de diversos modos. Algumas retiraram a estrutura regional e elevaram a China a uma posição igualitária ao restante da Ásia. Outras consolidaram suas atividades sob um CEO local com acesso direto ao CEO global. Várias transferiram unidades de negócios inteiras para o país, além de executivos seniores globais. Outras ainda assumiram abordagens baseadas em pessoas e não em estruturas, promovendo o líder da China a uma posição executiva global, de maneira que a expertise chinesa esteja na direção. 

Alguns CEOs chineses estão lidando com o ambiente de crescimento mais lento assumindo compromissos pessoais para remover barreiras, com o objetivo de criar uma organização mais ágil e responsiva ao mercado. Qual é o perfil dos CEOs da China? Quase 40% são nascidos no país; uma proporção semelhante veio da Europa ou da América do Norte, e o restante, principalmente de outros países da Ásia. 

Cerca de 90% trabalham para empresas com sede nos Estados Unidos ou na Europa. Quanto à experiência, perto da metade teve mais de dez anos de bagagem gerencial na China antes de assumir o cargo atual; só cerca de 30% têm menos de dois anos de experiência lá ou são novos na região.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Imaginar como ato de reinvenção  

A pergunta “O que você vai ser quando crescer?” parece ingênua, mas carrega uma armadilha: a ilusão de que há um único futuro esperando por nós. Essa mesma armadilha ronda o setor automotivo. Afinal, que futuros essa indústria, uma das mais maduras do mundo, está disposta a imaginar para si?

Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de outubro de 2025
Na indústria automotiva, a IA Generativa não é mais tendência - é o motor da próxima revolução em eficiência, personalização e experiência do cliente.

Lorena França - Hub Mobilidade do Learning Village

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Chico Araújo - Diretor-executivo do Instituto Inteligência Artificial de Verdade - IAV e Cofundador do The Long Game

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
1º de outubro de 2025
No mundo pós-IA, profissionais 50+ são mais que relevantes - são pontes vivas entre gerações, capazes de transformar conhecimento em vantagem competitiva.

Cris Sabbag - COO da Talento Sênior

4 minutos min de leitura
Inovação
30 de setembro
O Brasil tem talento reconhecido no design - mas sem políticas públicas e apoio estratégico, seguimos premiando ideias sem transformar setores.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Liderança
29 de setembro de 2025
No topo da liderança, o maior desafio pode ser a solidão - e a resposta está na força do aprendizado entre pares.

Rubens Pimentel - CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial

4 minutos min de leitura
ESG, Empreendedorismo
29 de setembro de 2025
No Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos, conheça negócios de impacto que estão transformando excedentes em soluções reais - gerando valor econômico, social e ambiental.

Priscila Socoloski CEO da Connecting Food e Lucas Infante, CEO da Food To Save

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional
25 de setembro de 2025
Transformar uma organização exige mais do que mudar processos - é preciso decifrar os símbolos, narrativas e relações que sustentam sua cultura.

Manoel Pimentel

10 minutos min de leitura
Uncategorized
25 de setembro de 2025
Feedback não é um discurso final - é uma construção contínua que exige escuta, contexto e vínculo para gerar evolução real.

Jacqueline Resch e Vivian Cristina Rio Stella

4 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
24 de setembro de 2025
A IA na educação já é realidade - e seu verdadeiro valor surge quando é usada com intencionalidade para transformar práticas pedagógicas e ampliar o potencial de aprendizagem.

Rafael Ferreira Mello - Pesquisador Sênior no CESAR

5 minutos min de leitura
Inovação
23 de setembro de 2025
Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

Rodrigo Magnago

5 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança