Finanças
6 min de leitura

Criadores vs. algoritmos: as tendências que estão moldando a creator economy

Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.
É coordenador do Master em Foresight Estratégico e Design de Futuros e do Master em Creator Economy: gestão do mercado de influência, ambos na ESPM, onde também leciona nos cursos de graduação de Comunicação e Publicidade e de Administracao de Empresas. É co-fundador e diretor da Associação Brasileira de Futuristas. Foi economista-sênior da LCA Consultores, onde foi responsável pelas análises de Consumo e pela construção de cenários alternativos, além de inúmeras entrevistas comentando o comércio varejista nos principais veículos de comunicação: Valor Econômico, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo. Atuou também na Consultoria GO Associados, onde colaborou na coordenação de produção de estudos e pareceres econômicos, além de relatórios de análise econômico-financeira sobre o

Compartilhar:

A Creator Economy está se tornando um dos setores mais dinâmicos e lucrativos do mundo, com projeções de atingir um valor de mercado de US$ 525 bilhões até 2030, segundo estimativas do Goldman Sachs.

Essas perspectivas não significam que a trajetória dos criadores está isenta de grandes desafios. Longe disso, sobretudo no diz respeito à dependência dos algoritmos das plataformas e à monetização do conteúdo dos criadores. Afinal, enquanto influenciadores se esforçam para manter a autenticidade e engajamento com seu público, eles também precisam estar vigilantes e atentos às regras invisíveis impostas pelos algoritmos, que podem determinar sua ascensão ou queda no mercado.

Estas questões têm movimentado o mundo da Creator Economy na última semana, com o anúncio da Airwallex, fintech fundada na Austrália em 2015, de novas ferramentas para a Creator Economy, incluindo carteiras digitais multi-moeda, pagamentos globais e automação fiscal. Segundo Philipp Reichardt, VP da Airwallex, o objetivo da empresa é “remover a complexidade financeira para que os criadores possam focar no que fazem de melhor, sem se perder em burocracias”.

Esta fala sintetiza os sinais das mudanças que devem impactar o mercado dos criadores: os criadores não podem mais depender exclusivamente das plataformas para gerar receita! Precisam, sobretudo, adotar modelos de negócio diversificados, combinando publicidade, parcerias diretas, crowdfunding e ferramentas financeiras mais avançadas para garantir estabilidade e crescimento sustentável.

Esta tendência não tem sido percebida apenas no mundo corporativo, mas também na academia. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Cornell e da Universidade do Texas em Austin reforçaram a necessidade de maior transparência e controle por parte dos criadores.

Segundo eles, a falta de previsibilidade dos algoritmos gera insegurança e limita a inovação, forçando influenciadores a ajustarem seus conteúdos constantemente para atender às exigências das plataformas. Além disso, uma pesquisa da Fast Company Brasil apontou que apenas 2% dos criadores globais ganham mais de US$ 100 mil por ano, o que mostra a desigualdade na distribuição de receita dentro desse ecossistema. Para muitos, a monetização ainda depende de regras impostas por terceiros, tornando essencial a busca por soluções financeiras mais robustas.

Com tantas barreiras, a adoção de plataformas financeiras como a Airwallex pode ajudar criadores a reduzir sua dependência das plataformas tradicionais. Serviços como pagamentos em múltiplas moedas, emissão de cartões personalizados e automatização de impostos tornam-se diferenciais estratégicos para criadores que desejam profissionalizar sua operação.

Além disso, empresas que oferecem soluções para pagamentos e monetização de conteúdo tendem a moldar o futuro do setor, redefinindo a forma como influenciadores lidam com suas receitas e investimentos.

Em todo caso, a Creator Economy está passando por uma transformação profunda, e tanto os criadores quanto as marcas precisam se adaptar a esse novo cenário. As mudanças nos algoritmos continuarão impactando o alcance e a relevância dos influenciadores, mas com novas ferramentas financeiras e estratégias mais independentes, os criadores podem finalmente recuperar o controle sobre suas carreiras e seus ganhos.

Esse novo ecossistema financeiro não apenas fortalece a posição dos criadores, mas também abre espaço para marcas e plataformas inovarem em suas estratégias de monetização e relacionamento com o público.

O debate está aberto: será que estamos caminhando para um futuro onde os criadores terão mais autonomia financeira, ou ainda continuaremos à mercê das grandes plataformas? À medida que o setor avança, torna-se cada vez mais evidente que o sucesso na Creator Economy dependerá de estratégias inteligentes e da capacidade de adaptação aos novos modelos de negócios digitais.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como a inteligência artificial impulsiona as power skills

Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

iF Design Awards, Brasil e criação de riqueza

A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Transformando complexidade em terreno navegável com o framework AIMS

Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares – precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

O que move as mulheres da Geração Z a empreender?

A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais – e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Tecnologia & inteligencia artificial
26 de agosto de 2025
Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech

4 minutos min de leitura
Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura