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Criadores vs. algoritmos: as tendências que estão moldando a creator economy

Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.
É coordenador do Master em Foresight Estratégico e Design de Futuros e do Master em Creator Economy: gestão do mercado de influência, ambos na ESPM, onde também leciona nos cursos de graduação de Comunicação e Publicidade e de Administracao de Empresas. É co-fundador e diretor da Associação Brasileira de Futuristas. Foi economista-sênior da LCA Consultores, onde foi responsável pelas análises de Consumo e pela construção de cenários alternativos, além de inúmeras entrevistas comentando o comércio varejista nos principais veículos de comunicação: Valor Econômico, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo. Atuou também na Consultoria GO Associados, onde colaborou na coordenação de produção de estudos e pareceres econômicos, além de relatórios de análise econômico-financeira sobre o

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A Creator Economy está se tornando um dos setores mais dinâmicos e lucrativos do mundo, com projeções de atingir um valor de mercado de US$ 525 bilhões até 2030, segundo estimativas do Goldman Sachs.

Essas perspectivas não significam que a trajetória dos criadores está isenta de grandes desafios. Longe disso, sobretudo no diz respeito à dependência dos algoritmos das plataformas e à monetização do conteúdo dos criadores. Afinal, enquanto influenciadores se esforçam para manter a autenticidade e engajamento com seu público, eles também precisam estar vigilantes e atentos às regras invisíveis impostas pelos algoritmos, que podem determinar sua ascensão ou queda no mercado.

Estas questões têm movimentado o mundo da Creator Economy na última semana, com o anúncio da Airwallex, fintech fundada na Austrália em 2015, de novas ferramentas para a Creator Economy, incluindo carteiras digitais multi-moeda, pagamentos globais e automação fiscal. Segundo Philipp Reichardt, VP da Airwallex, o objetivo da empresa é “remover a complexidade financeira para que os criadores possam focar no que fazem de melhor, sem se perder em burocracias”.

Esta fala sintetiza os sinais das mudanças que devem impactar o mercado dos criadores: os criadores não podem mais depender exclusivamente das plataformas para gerar receita! Precisam, sobretudo, adotar modelos de negócio diversificados, combinando publicidade, parcerias diretas, crowdfunding e ferramentas financeiras mais avançadas para garantir estabilidade e crescimento sustentável.

Esta tendência não tem sido percebida apenas no mundo corporativo, mas também na academia. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Cornell e da Universidade do Texas em Austin reforçaram a necessidade de maior transparência e controle por parte dos criadores.

Segundo eles, a falta de previsibilidade dos algoritmos gera insegurança e limita a inovação, forçando influenciadores a ajustarem seus conteúdos constantemente para atender às exigências das plataformas. Além disso, uma pesquisa da Fast Company Brasil apontou que apenas 2% dos criadores globais ganham mais de US$ 100 mil por ano, o que mostra a desigualdade na distribuição de receita dentro desse ecossistema. Para muitos, a monetização ainda depende de regras impostas por terceiros, tornando essencial a busca por soluções financeiras mais robustas.

Com tantas barreiras, a adoção de plataformas financeiras como a Airwallex pode ajudar criadores a reduzir sua dependência das plataformas tradicionais. Serviços como pagamentos em múltiplas moedas, emissão de cartões personalizados e automatização de impostos tornam-se diferenciais estratégicos para criadores que desejam profissionalizar sua operação.

Além disso, empresas que oferecem soluções para pagamentos e monetização de conteúdo tendem a moldar o futuro do setor, redefinindo a forma como influenciadores lidam com suas receitas e investimentos.

Em todo caso, a Creator Economy está passando por uma transformação profunda, e tanto os criadores quanto as marcas precisam se adaptar a esse novo cenário. As mudanças nos algoritmos continuarão impactando o alcance e a relevância dos influenciadores, mas com novas ferramentas financeiras e estratégias mais independentes, os criadores podem finalmente recuperar o controle sobre suas carreiras e seus ganhos.

Esse novo ecossistema financeiro não apenas fortalece a posição dos criadores, mas também abre espaço para marcas e plataformas inovarem em suas estratégias de monetização e relacionamento com o público.

O debate está aberto: será que estamos caminhando para um futuro onde os criadores terão mais autonomia financeira, ou ainda continuaremos à mercê das grandes plataformas? À medida que o setor avança, torna-se cada vez mais evidente que o sucesso na Creator Economy dependerá de estratégias inteligentes e da capacidade de adaptação aos novos modelos de negócios digitais.

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