Uncategorized

CRISE É TEMPO DE TER CORAGEM

Passe a definir qual a melhor solução para seu negócio daqui a três, cinco, dez anos; isso abre espaço para a inovação
é presidente da Roche Farma Brasil. Formado em economia pela Universität St.Gallen, na Suíça, ingressou na Roche em 1993 e fez carreira em países emergentes como Cazaquistão, Argentina, Colômbia, Peru e Costa Rica.

Compartilhar:

Devemos nos preparar para enxergar oportunidades em cenários econômicos instáveis. Mesmo quando a crise é inevitável – e a nossa é, no meu ponto de vista –, um país pode vislumbrar um campo fértil para os negócios. Se, ante desafios, há sempre duas alternativas – avançar ou esperar –, acredito que escolher a primeira tem mais sentido e vou explicar por quê. 

O setor farmacêutico, no qual atuo, nos ensina a enxergar em longo prazo. Sabemos que toda crise um dia passa e que, quando isso ocorre, a empresa que estiver mais preparada para enfrentar o novo momento do mercado será a que colherá os melhores frutos. 

Uma das principais características das companhias que se destacam depois de superar períodos difíceis é justamente saber identificar oportunidades em situações adversas e desfavoráveis. Em tempos de bonança, a tentação é não olhar para opções mais arrojadas. Porém, em momentos de pressão, surge a oportunidade para atitudes corajosas e ideias consideradas disruptivas. 

Controlar os gastos e otimizar recursos é a escolha mais comum dos gestores nas horas tensas. O gerenciamento responsável para compensar os impactos do cenário macroeconômico é necessário, lógico – principalmente para quem não está disposto a tomar decisões inovadoras ou, até mesmo, encontrar caminhos alternativos. Mas aprendi que o planejamento com o olhar para o futuro, focado em ciclos maiores, é o que nos torna competitivos e aptos a passar por uma crise. 

No caso da Roche, garantir que nossos pacientes tenham acesso à inovação em saúde faz parte de nosso propósito. Por isso, optamos por manter o alto investimento em pesquisa clínica, inovação, segurança do paciente, qualidade, infraestrutura e capacitação de nosso time de colaboradores, seja qual for a crise. Estamos falando de vidas, e uma empresa precisa ter um olhar cada vez mais humano e firme sobre as necessidades das pessoas. 

“EM MOMENTOS DE PRESSÃO, SURGE A OPORTUNIDADE PARA ATITUDES CORAJOSAS E IDEIAS CONSIDERADAS DISRUPTIVAS”

Como ter essa atitude corajosa? Tente fazer em sua empresa o exercício de desenvolver menos estratégias emergenciais; elas são adotadas para tratar problemas que seriam facilmente resolvidos se houvesse um planejamento macro. Em vez disso, defina qual a melhor solução para seu negócio daqui a três, cinco, dez anos. Esse é o processo que abre espaço para a inovação. Permita que seu time possa experimentar. Não recrimine o erro – para inovar, é preciso assumir riscos –, mas tenha um processo para poder corrigir a rota rapidamente caso o experimento não saia como esperado. 

Fiz minha carreira em países emergentes e presenciei diversos momentos de turbulências políticas e econômicas. O que aprendi é que esses períodos nos estimulam a sair da zona de conforto, a nos conectarmos com uma cultura de criatividade e a desenvolver uma facilidade de nos reinventarmos. 

No Brasil, em especial, vejo como um benefício a oportunidade (trazida pela crise) de impulsionar o crescimento local da indústria farmacêutica, incentivar a inovação e manter o forte investimento visando melhorar a qualidade de vida do paciente. É tempo de crise? Pois então é tempo de ter coragem para inovar e prosperar.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura