Assunto pessoal

E se você virasse um nada? Eu virei – e também mudei

Já pensou um criativo brasileiro lançar um livro com o título "The art of business & people orchestration" nos Estados Unidos? Entenda esse tipo de transição
Bob Wollheim é um pioneiro da internet e empreendedor no Brasil. Atualmente é partner, EVP de growth e people na CI&T, cofundador da The Next Company e autor dos livros *Empreender não é brincadeira* e *Nasce um empreendedor*. Atua como Venture Corp na Endeavor. Vive em Venice, Califórnia, Estados Unidos.

Compartilhar:

Há pouco mais de um ano mudei para os Estados Unidos como resultado de uma combinação divina entre o meu momento pessoal e o da CI&T. Abrimos capital na NYSE; os Estados Unidos são um dos mercados mais importantes para nós, temos clientes globais e oportunidades enormes nesse mercado – e quis oferecer ao Nico, meu filho de nove anos, a experiência de conhecer uma cultura diferente da nossa (não melhor nem pior) e o inglês.

Mudanças são momentos para desapego, rever coisas e abraçar o novo. Tem sido intenso, com muito aprendizado e, naturalmente, dor. Estranho se não fosse assim. Uma das dores mais intensas foi me sentir um nada.

Nossa língua, nossa cultura, a imagem que o Brasil tem de ser um país criativo, exótico, diferente, malemolente etc., fazem com que nossa história dê uma espécie de zerada. Moro na Califórnia, com gente de todas as partes do mundo, e não vejo preconceito ali, mas o desconhecimento é real. A fricção para “know more about Bob Wollheim” é enorme. Daí vieram quatro insights.

__Tudo na vida tem outro lado.__ Recomeçar “do zero”, algo em que muitas vezes não pensamos quando estamos na boa inércia, pode ser legal demais. Vi assim e aproveitei a zerada para refletir sobre tudo o que conheço, o que estudo, o que ensino, mas principalmente tudo o que não conheço, ou não ensino, ou não se associa a mim.

__Somos nosso passado, claro, mas podemos mudar!__

#Inovação, #Comunicação, #Empreendedorismo, #Startups, #Disrupção são algumas das hashtags que se conectam a minha vida. Mas, quando me vi “zerado”, me permiti a pergunta: e se eu mudar? Continuo atuando nessas áreas, mas vi também que nos últimos anos eu vinha depurando um novo talento que não estava nessas hashtags. #Orchestration #People

__Nossa melhor versão é a próxima.__

Talvez esta seja mais uma crença do que uma verdade. Como os vinhos, creio que melhoro com o tempo, mas vejo que muita gente piora com o tempo. Então, me abri para o novo, o lado meio cheio do copo, sem me amarrar a minha reputação. Em outubro lanço aqui nos Estados Unidos uma plataforma, *The art of business & people orchestration*, que terá livro, assessment, conteúdo e um playbook para quem quiser aprender a orquestrar pessoas e negócios. Vi não só um novo talento, uma nova hashtag, como também a chance de escrever um capítulo global sobre gestão de pessoas e negócios.

Yes! Em um mundo pós-pandemia e “powered by AI”, precisamos de uma nova geração de líderes – os orquestradores. Os inspiradores não inspiram mais as pessoas, não entendem a complexidade do mundo, não conectam com seus liderados e estão sendo desafiados pela inteligência artificial. E o insight final: __virar um nada pode ser virar um tudo novo!__ Mesmo sem mudar de país.

__Leia também: [Eu mudei 1: uma mulher puxa a outra](https://www.revistahsm.com.br/post/eu-mudei-1-uma-mulher-puxa-a-outra)__

Artigo publicado na HSM Management nº 158.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como a inteligência artificial impulsiona as power skills

Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

iF Design Awards, Brasil e criação de riqueza

A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Transformando complexidade em terreno navegável com o framework AIMS

Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares – precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

O que move as mulheres da Geração Z a empreender?

A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais – e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura