Liderança

Líder: chegou o fim de ano, agora é hora de empatia e reconhecimento

Lideranças erram ao exigir demais dos colaboradores no final do ano, pois o momento exige empatia e reconhecimento; essa postura serve também para que os liderados sejam solidários e compreendam o peso que seus líderes carregaram ao longo do ano
Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

Compartilhar:

O ano de 2021 está terminando, e que ano, não? Em uma conversa com uma colega de trabalho na semana passada, ela fez uma pequena confissão: está absurdamente cansada do ano que passou. Não é só ela, já escutei essa mesma reclamação de dezenas de pessoas entre as minhas sessões de mentoria, conversas com amigos, desabafos de muitos leitores e mensagens nas redes sociais.

Estamos todos exaustos, e eu estou também.

É o fechamento do trabalho, a economia que não vai bem, o familiar que precisa de ajuda, mais um teste de covid-19 para descartar qualquer suspeita daquela tossezinha que não vai embora e muitas outras tarefas que a vida joga no nosso colo. Como não ficar cansado com tantas forças disputando a nossa energia, tempo e atenção?

Por isso, mais do que nunca, é hora de os líderes fazerem um esforço para aliviar a tensão que todos estamos passando e trazer um pouco de energia e inspiração. Para isso, vou falar de duas boas práticas essenciais para o líder usar e abusar nesse momento de transição: empatia e reconhecimento.

## Empatia

Com toda pressão acumulada até esse momento, é muito importante mostrar que você sabe bem o que está acontecendo. Como já disse neste mesmo artigo, a grande maioria das pessoas está exausta, mostre que você é sensível a esse momento.

Não é hora de pegar no pé por besteira, por um atraso de 10 minutos, uma pequena escorregada ou por um e-mail não respondido. Não é hora de ser “firme”, de cobrar em excesso e esperar que tudo funcione perfeitamente. Não vai funcionar.

Quando algo acontecer, pense antes de reagir. Ao invés de dizer: “por que você não respondeu meu pedido ontem?”, pergunte: “vi que você não conseguiu responder meu pedido ontem, tem algo que possa fazer para ajudar?”

É hora de mostrar empatia, de pegar na mão, de abusar nos elogios (já vamos falar sobre isso), de perguntar se está tudo bem, de baixar a guarda, engolir o ego, esquecer a hierarquia e trabalhar junto do time que faz parte.

A energia que você projeta e emana vai ter um impacto gigantesco em seus liderados, e o que mais precisamos agora é equilíbrio, empatia, flexibilidade e um largo sorriso no rosto. Faça isso e veja a maravilha que irá acontecer com toda a equipe.

## Reconhecimento

Agora também é momento de reconhecer as pessoas por todo o trabalho duro do ano todo. Uma boa prática que gosto é fazer uma lista de todos os projetos, metas bem batidas, bons exemplos de colaboração, momentos de destaque e trabalho bem-feito de cada pessoa da equipe e ter uma conversa de fechamento.

Pegue alguma reunião existente — ou marque uma para isso — e repasse com o profissional cada item da sua lista e diga o quanto aquilo foi importante para o time, a empresa e para você. Olhe bem nos olhos da pessoa e solte um profundo e autêntico “obrigado por todo o trabalho duro e contribuições deste ano”.

Receber um elogio já é uma fonte incrível de energia e inspiração, e quando esse elogio vem do nosso líder — ainda mais estruturado da forma que coloquei — essa energia se multiplica muitas vezes.

Sei que o ano foi muito duro para todos, incluindo você, líder, mas temos a oportunidade de fazer com que a equipe vire o ano lembrando da empatia e reconhecimento recebidos, ou apenas da pressão e do cansaço acumulado.

Eu já escolhi a primeira opção, o meu conselho é que você escolha também.

Compartilhar:

Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Vivemos a reinvenção do CEO?

Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura