Dossiê HSM

M&A movimenta o mercado

O boom de iniciativas financeiras de empresas comprando empresas também muda o panorama cultural das organizações no brasil
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

O mês de junho de 2020, em pleno distanciamento social devido à covid-19, foi o marco da retomada das atividades de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no Brasil. E, no primeiro trimestre de 2021, a tendência de alta persistiu – houve aumento de 71,2% no número de operações sobre o mesmo período do ano anterior, somando 363.

Quem tem recursos está ousando e acelerando seu crescimento, como diz Alexandre Pierantoni, diretor-executivo de corporate finance no Brasil da Duff & Phelps no Brasil. Quer crescer ao ganhar escala, ao ficar mais inovador ou ao entrar num novo mercado. Também quer se proteger, com mais eficiência em custos graças a sinergias.

A atividade não para de registrar recordes e tudo indica que deve se estender pelos próximos meses, avalia o especialista. “É animadora a constatação de que, no acumulado do ano, se sobressaíram os investidores nacionais”, destaca Pierantoni. Essas empresas responderam por 297 dos 363 negócios, um crescimento de 69,7% em relação ao mesmo período de 2020, e um montante de R$ 113,2 bilhões, que é 104,5% superior.

Outro jeito de olhar a questão é que empresas brasileiras receberam mais recursos de investidores financeiros (private equity, venture capital e family offices) no ano passado, e resolveram investir mais na economia real. “Eles aportaram mais de R$ 24 bilhões em 1,15 mil operações.”
A maioria dos fundos private equity é do exterior.

## Um pedaço menor do bolo
A efervescência de M&A sinaliza ao menos três mudanças culturais importantes. A primeira é que a agenda ESG está bem mais presente nas transações. “Fica claro que já é uma pauta mandatória”, afirma Pierantoni.

A segunda tem a ver com a vontade de transformação cultural em direção ao digital – afinal, a promessa tecnológica foi o que mais atraiu investimentos, envolvendo e-commerce, logística, saúde, educação etc. Se as integrações derem certo – o que nem sempre é fácil – empresas menos digitais serão influenciadas pelas parceiras mais digitais.

Fazer alianças e atuar em ecossistema é a terceira mudança cultural importante. “Parece que todo mundo entendeu que é melhor ter um pedaço menor de um bolo do que ter o bolo só para si e a receita não dar certo. Estamos aprendendo a vencer juntos e a compartilhar conhecimento”, diz Pierantoni.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Os sete desafios das equipes inclusivas

Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Cultura organizacional
25 de setembro de 2025
Transformar uma organização exige mais do que mudar processos - é preciso decifrar os símbolos, narrativas e relações que sustentam sua cultura.

Manoel Pimentel

10 minutos min de leitura
Uncategorized
25 de setembro de 2025
Feedback não é um discurso final - é uma construção contínua que exige escuta, contexto e vínculo para gerar evolução real.

Jacqueline Resch e Vivian Cristina Rio Stella

4 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
24 de setembro de 2025
A IA na educação já é realidade - e seu verdadeiro valor surge quando é usada com intencionalidade para transformar práticas pedagógicas e ampliar o potencial de aprendizagem.

Rafael Ferreira Mello - Pesquisador Sênior no CESAR

5 minutos min de leitura
Inovação
23 de setembro de 2025
Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

Rodrigo Magnago

5 min de leitura
Inovação & estratégia, Liderança
22 de setembro de 2025
Engajar grandes líderes começa pela experiência: não é sobre o que sua marca oferece, mas sobre como ela faz cada cliente se sentir - com propósito, valor e conexão real.

Bruno Padredi - CEP da B2B Match

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
19 de setembro de 2025
Descubra como uma gestão menos hierárquica e mais humanizada pode transformar a cultura organizacional.

Cristiano Zanetta - Empresário, palestrante TED e filantropo

0 min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança