Uncategorized

Membros de conselhos aprendem com os pares

O programa Board Members, da Ernst & Young, promove reuniões para troca de experiências e dúvidas comuns a esses profissionais
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

Os escândalos que têm envolvido conselhos de administração no Brasil e no exterior, nos últimos anos, alçaram os conselheiros a protagonistas dos negócios, em vez dos figurantes que costumavam ser. 

Não se aceita mais que eles aprovem estratégias errôneas ou suspeitas, seja por ingenuidade, seja por cumplicidade.  “A função é de extrema responsabilidade”, diz Sergio Romani, sócio e líder de auditoria da Ernst & Young (EY). 

Esse contexto mais desafiador e complexo levou a EY a trazer para o País um espaço para a troca de ideias, dúvidas e experiências de conselheiros com seus pares de diferentes empresas. Trata-se do programa Board Members, do qual Romani é um dos coordenadores, ao lado de Luiz Passaretti. O programa existe há uma década na EY global, mas chegou ao Brasil faz dois anos. 

De seus 100 participantes, representantes de algumas das maiores empresas do Brasil, aproximadamente 60 são conselheiros de companhias de capital aberto. Há também a participação de conselheiros de organizações familiares de capital fechado e de CEOs. “O respeitado IBGC [Instituto Brasileiro de Governança Corporativa] prepara as pessoas para integrar o board, mas os conselheiros sentiam necessidade de um espaço a mais, onde pudessem compartilhar suas preocupações com quem vive os mesmos dilemas e pressões. Esse espaço é diferente de tudo o que já existia”, detalha o sócio da EY.

**LIBERDADE DE EXPRESSÃO**

As reuniões do programa são trimestrais e ocorrem durante uma manhã em São Paulo e no Rio de Janeiro – em breve, chegarão a Campinas, no interior paulista. Elas são limitadas a 14 participantes, para que o debate seja prático e dinâmico. “Não seriam produtivas com 40 ou 50 pessoas”, alega Romani.  Ali, eles se sentem à vontade para falar, sem registro de áudio ou vídeo. 

Os temas são sugeridos pelos próprios membros – uma sessão recente foi sobre segurança cibernética, por exemplo, mas crise e boas práticas condizentes com a lei anticorrupção também já foram pauta. Definido o tema, a EY desenvolve um conteúdo-base que provoca o debate. Por fim, são colocados alguns questionamentos, incluindo os embaraçosos, que os conselheiros devem levar para seus respectivos conselhos. Além das reuniões presenciais, os associados do Board Members se comunicam por uma página no Facebook e têm acesso a estudos e apresentações da EY em uma intranet. 

Na prática, o que os conselheiros fazem é um benchmarking constante que aperfeiçoa sua atuação. No entanto, essas reuniões ainda os ajudam a desenvolver três habilidades requeridas por seus cargos: saber de tudo um pouco, ter capacidade analítica e elaborar as perguntas certas para os diretores-executivos de suas empresas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como superar o desafio da inovação com ambientes ainda informais?

Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura