Marketing e vendas

Mídia programática: awareness e performance

Para que os esforços em mídia programática deem resultados reais para as marcas, é preciso ter muita clareza de quais são seus objetivos finais
Diretor de marketing digital e mídia da General Motors da América do Sul. Formado em publicidade e propaganda pela UFRJ e com um MBA em marketing pelo IAG-PUC-RJ, iniciou sua carreira na Infoglobo, foi trainee na C&A e teve sólidas passagens por empresas como Nike e ABInBev. Bruno é mestre em administração de empresas pela EAESP-FGV (MPA) e tem um canal no Youtube, o @MarketingFC, para falar de marketing, mídia e um pouco de futebol.

Compartilhar:

A publicidade nasceu no jornal – e não estou sendo romântico, pois comecei minha carreira na InfoGlobo, das Organizações Globo, mas porque este foi o primeiro meio de massa da sociedade moderna. Talvez por causa disso, nos acostumamos a confundir a qualidade de uma propaganda ao fato que encontrávamos o anúncio no jornal, recortávamos e fazíamos clipping.

Mais de cem anos se passaram entre os primeiros impressos modernos e a chegada da comunicação digital, possibilitando o surgimento das mídias inteligentes, segmentadas e programáticas. A partir dessa invenção, “ver” seus anúncios não necessariamente é bom, a não ser que você esteja no *target* definido pela agência e anunciante.

Essa nova realidade fez com que o mercado criasse formas diferentes de “fazer propaganda”. A propaganda qualitativa e sem comprovação de resultados deu lugar a uma propaganda cada vez mais data-driven e movida a um turbilhão de informações para trackear a jornada do consumidor. Nesse sentido, as campanhas, em grande maioria, foram divididas entre awareness (conhecimento de marca) e performance (ou varejo, focando a venda).

## Métricas para awareness
Para discutir a qualidade da entrega, é necessário entender como o mercado mensura os dados disponíveis e quais são essas valiosas informações. O primeiro dado é o *view*. Seguindo o padrão de MRC/IAB (Media Rating Council/Interactive Advertising Bureau), contabiliza-se *viewability* – métrica que acompanha e mede impressões de anúncios que foram visualizados – apenas quando:

– 50% da peça (em pixels) é carregada e visualizável na tela ativa por, no mínimo, 1 segundo de exibição, no caso de display em desktop e *mobile*;

– 50% do vídeo é carregado e visualizável na tela ativa por, no mínimo, 2 segundos contínuos de exibição.

E mais um adendo: é importante diferenciá-lo de impressão, pois a última apenas garante que os seus anúncios foram adicionados a um site, mas não necessariamente foram vistos pelos seus clientes. Além disso, antes de culpar sua agência ou parceiro de mídia, ou ainda dizer que a mídia programática não funciona, o conceito (e sucesso) *viewability* é influenciado por vários fatores.

O criativo, o formato e o peso, por exemplo, são partes cruciais do *viewability*, assim como também é fundamental a questão de segmentação e qualidade do inventário do parceiro em que sua peça é veiculada. Caso sua campanha seja de awareness, o *viewability* é muito importante! Contudo, sabendo que dois segundos é uma exibição padrão, é mandatório pensar quais as mensagens-chave para funcionar nessa janela de tempo.

Segundo Francesco Simeone, CGO Latam e country manager da Logan Mobile Brasil, empresa especializada em *mobile marketing* e uso de dados, desde ativação de big data por meio de mídia *in app* até tecnologias de veiculação hiperlocalizada, o *viewability* virou quase um símbolo da transparência que o digital trouxe ao mercado publicitário.

“Hoje temos tecnologias de mensuração que nos permite otimizar cada impressão e fornecer entregas com um nível de detalhamento muito maior. Também podemos identificar os melhores inventários, entregar 100% in app e criar ambientes com limitações de *scroll down*, o que nos permite aumentar a permanência do anúncio na tela e maximizar o impacto e atenção do consumidor”, afirma Simeone.

## Métricas para performance
Já para as campanhas de performance, as métricas mudam completamente. Nesse modelo, o cliente não mais deve se preocupar apenas como *view* ou *viewability*, mas com o clique, pós-clique e, principalmente, a conversão desta mídia.

Em uma campanha de performance, o foco pode ser em vendas (no caso de um e-commerce, por exemplo), geração de leads (interessados em receber contato de sua força de venda) ou no download de um app ou programa. Em resumo, sempre visa a ação do usuário, trazê-lo para mais perto da sua marca, se possível, visando a conversão final.

Nessa modalidade, variam as maneiras que anunciantes e agências remuneram os parceiros de mídia – a venda não ocorre apenas por CPM (Custo por Mil Impressões) ou CPC (Custo Por Clique), mas pode também acontecer por CPA (Custo Por Aquisição) ou CPL (Custo por Lead). Não é incomum que, nesses casos, anunciantes, agências e veículos combinem patamares e até mesmo *success fee*.

A Weach vende projetos de promoção e performance completos, e atende clientes como Volvo, Toyota, Seara, Aurora e Skye nessa área. Sobre as campanhas de performance e as expectativas dos anunciantes sobre seus parceiros de programática, o sócio Daniel Kaminitz analisa:

“Para que a campanha funcione, é fundamental que ela tenha: (1) uma oferta interessante, benefício claro ao consumidor, (2) uma *landing page* com UX/navegação simples e (3) uma comunicação direta e com diversas opções criativas, assim, conseguimos desenhar as personas corretas usando dados de comportamento e focamos no melhor *storytelling* para que o funil de conversão aconteça de forma mais natural”.

Agora que você já sabe como mensurar e escolher a métrica correta para acompanhar corretamente cada tipo de campanha, você já pode se aventurar no mundo da programática, da mídia digital e, quem sabe, abrir novos canais para seu empreendimento. O novo ano já iniciou e não há nada melhor que testes e novos parceiros para florescer negócios na sua empresa.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Até quando o benchmark é bom?

Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil – até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

“Womenomics”, a economia movida a equidade de gênero

Imersão de mais de 10 horas em São Paulo oferece conteúdo de alto nível, mentorias com especialistas, oportunidades de networking qualificado e ferramentas práticas para aplicação imediata para mulheres, acelerando oportunidades para um novo paradigma econômico

Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura