Estratégia e Execução

O facebook como instrumento de pesquisa

Especialista advoga que as redes sociais estão repletas de informações sobre o comportamento humano

Compartilhar:

O Facebook parece ter mais um tesouro escondido. De acordo com Michal Kosinski, professor de comportamento organizacional da escola de negócios de Stanford, os usuários da rede social constituem uma amostra especialmente valiosa para ser utilizada em testes psicológicos e pesquisas de cientistas sociais que expliquem o comportamento humano. Autor de um artigo sobre o Facebook como ferramenta de pesquisa para as ciências sociais, publicado na revista American Psychologist, Kosinski diz que os recursos da computação permitem que os estudiosos reúnam uma grande quantidade de informações com base em alguns do 1,5 bilhão de perfis do Facebook, e isso pode fazer as pesquisas sobre o comportamento humano serem muito mais eficazes do que experimentos tradicionais, alcançando um patamar até agora impensado. 

Não só a rede social viabiliza larga escala com investimentos menos vultosos, como a abrangência dos dados possibilita estabelecer padrões que dificilmente seriam obtidos por meio dos métodos tradicionais. Segundo Kosinski, um modelo de análise de dados com base em recursos de computação é capaz de examinar as curtidas de posts do Facebook e apontar traços de personalidade com mais precisão do que os amigos próximos e os integrantes da família.

**CUIDADOS E ÉTICA**

Também vale chamar a atenção, contudo, para as limitações do Facebook nesse campo. Embora as evidências indiquem que os perfis da rede social refletem as características reais das pessoas e não algo idealizado, os pesquisadores devem estar atentos para o fato de que os usuários podem selecionar as informações que disponibilizam. Outro aspecto a ser levado em conta, de acordo com Kosinski, são os efeitos do próprio sistema do Facebook, baseado em algoritmos, que podem influenciar as curtidas. As questões mais importantes envolvidas no uso do Facebook para pesquisas são, sobretudo, as relacionadas com a ética e o direito à privacidade. 

Mesmo os usuários que concordarem em participar de estudos podem apresentar resistências. Talvez fiquem tranquilos em divulgar dados como localização e posicionamento político, mas há a possibilidade de não compreenderem o que uma foto pode revelar sobre o que pensam e suas preferências. 

É fundamental que os pesquisadores alertem os participantes do que significa tomar parte de um estudo para que essa nova promessa do Facebook se materialize.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como superar o desafio da inovação com ambientes ainda informais?

Em um mercado onde donos centralizam decisões de P&D sem métricas críveis e diretores ignoram o design como ferramenta estratégica, Leme revela o paradoxo que trava nosso potencial: executivos querem inovar, mas faltam-lhes os frameworks mínimos para transformar criatividade em riqueza. Sua fala é um alerta para quem acredita que prêmios de design são conquistas isoladas – na verdade, eles são sintomas de ecossistemas maduros de inovação, nos quais o Brasil ainda patina.

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura