Liderança
6 min de leitura

O papel do líder como ponto de convergência de ideias, pontos de vistas e resultados

A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.
Rubens Pimentel é CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial e já treinou mais de 32 mil executivos e profissionais.

Compartilhar:

Vivemos uma era de mudanças profundas, e é comum observarmos executivos em posições de liderança que não têm clareza sobre o real papel que ocupam. O maior risco é que muitos, ao enfrentarem tal desafio, retornem para a zona de conforto, reproduzindo um modelo de liderança mais adequado à era industrial.

A questão central é: como identificar e modificar esses padrões de gestão para impulsionar os resultados das equipes?

Historicamente, fomos formados, tanto na escola quanto no ambiente profissional, para atuar no paradigma de comando e controle. Esse estilo, ainda predominante, leva líderes a microgerenciar, centralizar decisões e até se envolver nas atividades operacionais de suas equipes. Essa abordagem desgasta as relações, pressiona por resultados imediatos e torna tudo mais complexo.

A crise de liderança é evidente em pesquisas* que indicam que 91% da força de trabalho prefere atuar como freelancer ou empreender, enquanto aqueles que permanecem nas grandes corporações exigem líderes íntegros e ambientes que valorizem a diversidade de ideias, a criatividade e diversidade. Isso contrasta fortemente com o modelo tradicional, centrado na autoridade hierárquica.

Independentemente da idade ou experiência, os executivos em funções de liderança precisam desenvolver competências que promovam a diversidade de ideias, perspectivas e comportamentos como motores para alcançar resultados significativos e sustentáveis nas organizações.

Para isso, é essencial enfrentar alguns paradoxos inerentes ao papel do líder.

1. Enxergar liderados como centros de decisão
Um dos maiores desafios do ambiente corporativo atual é tratar os membros da equipe como agentes de decisão, e não como pessoas dependentes da liderança para alcançar satisfação pessoal. Esse paradoxo é particularmente evidente entre líderes de áreas técnicas, que, tradicionalmente, não foram preparados para gerir pessoas, mas agora são cobrados por manter equipes motivadas e engajadas.

Ao visualizar as áreas sob sua liderança como centros de decisão, torna-se evidente que divergências de opiniões e perspectivas serão frequentes. O papel do líder, nesse contexto, é atuar como um ponto de convergência, alinhando a essência das decisões à estratégia corporativa.

2. O líder não é responsável por todas as decisões
É fundamental abandonar de vez a era do paternalismo corporativo. O líder moderno deve capacitar sua equipe para tomar decisões alinhadas com os objetivos organizacionais, reconhecer resultados positivos e corrigir, de forma assertiva, os desvios necessários.

Ao equilibrar esses dois paradoxos, o líder avança significativamente na construção de uma equipe de alta performance, com resultados expressivos e relações interpessoais positivas e enriquecedoras.

A transformação da liderança não é apenas necessária – é uma exigência para organizações que desejam prosperar em um cenário dinâmico e competitivo.

Pense nisso com carinho.

Compartilhar:

Rubens Pimentel é CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial e já treinou mais de 32 mil executivos e profissionais.

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura