Desenvolvimento pessoal

Pare de mentir no seu CV

E as razões você encontra aqui nessa lista de (maus) exemplos
CEO da Amrop INNITI, Board Member, Lifelong Learner, Anticarreirista

Compartilhar:

Scott Thompson, foi CEO do Yahoo por 4 meses em 2012.  Disse que tinha se formado em contabilidade e ciência da computação, mas o segundo era mentira. Tentou culpar um headhunter a quem ele tinha enviado o CV dez anos antes, que conseguiu provar que foi o próprio Scott que mandou o arquivo já “embelezado”.

Quer entrar no MIT? Se você aplicou entre 1997 e 2007, quem tinha a palavra final era Marilee Jones. Foi dela a ideia de cortar o espaço que os candidatos tinham para descrever atividades extracurriculares, com a justificativa que mais espaço significava mais “fluff”. O que ela não conseguiu justificar foi o fato de ter inventado três diplomas jamais conquistados, o que a fez pedir demissão do cargo quando descoberta. Hoje em dia acredito que o chefe da área não tenha colocado mentiras em seu CV.

Dilma Rousseff. Em seu currículo lattes constava que era doutora. Inclusive com o nome da tese, conforme reportagem do Reinaldo Azevedo. Foi desmascarada em 2009 em uma reportagem da revista Piaui, e ficou por isso mesmo. Na sequência, a elegemos presidente.

Jeffrey Papows falava que tinha PHD e não tinha. Que era piloto da marinha americana e tinha sido controlador de tráfego aéreo. Que seu posto era de capitão, e não era. Falava também que era órfão, mas seus pais estavam vivos. Foi presidente da Lotus, empresa de software americana. Quando foi descoberto em 1999, se demitiu.

Como CEO da Bausch & Lomb, Ronald Zerrella escreveu em seu currículo que tinha feito um MBA pela New York University, perdeu bônus de U$1mi, mas não foi demitido.

Robert Irvine, famoso chefe de cozinha, disse ter criado o bolo de aniversário da princesa Diana, que ganhou o título de cavaleiro da rainha e que era responsável por jantares na Casa Branca. Nada disso era verdade. Foi demitido do Food Network, e depois readmitido.

Joana D’arc Felix. Filha de empregada doméstica com um operário. Entrou na faculdade aos 19 anos e fez graduação, mestrado e doutorado na área de química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e dedicou a vida ao trabalho com jovens em estado de vulnerabilidade social. Impressionante, não? O problema foi ter falado que entrou na faculdade aos 14 anos e que tinha pós-doutorado em Harvard, informações que mais tarde se provaram falsas. Estava decolando como palestrante e o filme contando a história dela estava prestes a acontecer. 

Carlos Alberto Decotelli. Concluiu, com aprovação, todos os créditos da pós-graduação em nível de doutorado em administração pela Universidade Nacional de Rosário (AR). É mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/EBAPE), tem Master Business Administration (MBA) em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/EBAPE/EPGE), é graduado em ciências econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e é intendente honorário da marinha do Brasil. Pergunto: precisava dizer que concluiu o doutorado na [ Universidade Nacional de Rosário?](https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,a-tese-dele-foi-avaliada-negativamente-diz-reitor-argentino-sobre-ministro-da-educacao,70003347123) E dizer que tinha pós doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha? Tudo que ele estudou e realizou não era suficiente? Não dá para um país ter um ministro da educação que mente no CV.

Uma ou duas vezes por ano achamos um exagero no CV de alguém, que inviabiliza a contratação por parte do nosso cliente. Então, posso pedir um favor a você? Abra aí o seu Linkedin (agora, é rapidinho!) e tire tudo que é exagero, meia verdade, ou qualquer coisa parecida com isso. Nunca, em hipótese alguma, minta no seu CV.

Compartilhar:

Artigos relacionados

O fim dos chatbots? O próximo passo no futuro conversacional 

O futuro chegou – e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Processo seletivo é a porta de entrada da inclusão

Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas – e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

ESG
Entenda viagens de incentivo só funcionam quando deixam de ser prêmios e viram experiências únicas

Gian Farinelli

6 min de leitura
Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura