Dossiê: Jovens Talentos, Tecnologia e inovação

People analytics ajuda a reter jovens talentos

A combinação entre inteligência de dados e sensibilidade humana otimiza processos de seleção – e tem tudo para alavancar carreiras
Jornalista na República – Agência de Conteúdo

Compartilhar:

Reter e atrair talentos, especialmente os mais jovens, é um desafio e tanto. A nova geração não tem apego a instituições e cargos. Em vez disso, interessa-se por experiências de valor, bem-estar, propósito e desafios. Entender essas e outras demandas, além do potencial desse público, é indispensável na atualidade.

Obter informações dos candidatos – até mesmo de forma prévia, antes de iniciar um [processo seletivo](https://www.revistahsm.com.br/post/a-experiencia-do-candidato-importa) – é uma das formas de garantir precisão na escolha de jovens talentos. Parece difícil? Um programa de estágio promovido recentemente pela Dow mostrou que nem tanto.

Uma das maiores petroquímicas do mundo, a Dow estabeleceu no começo de 2021 a meta de criar um processo seletivo com foco na equidade racial. A ideia era preencher metade das 30 vagas de estágio com pessoas negras. Para isso, contou com o suporte da Eureca, consultoria especializada em atração de jovens talentos para grandes corporações.

Primeiramente, as empresas debateram sobre a ideia de um processo seletivo mais inclusivo. Depois, realizaram uma bateria de entrevistas com jovens negros de várias regiões do país. O objetivo era entender as dores, barreiras, motivações e expectativas que esse público tinha em relação ao mercado de trabalho. Foi a partir daí que [a Dow redesenhou seu tradicional processo seletivo](https://www.revistahsm.com.br/post/case-dow-capacitacao-diversidade-e-inclusao). Por fim, 33% do total de interessados nas vagas de estágio da Dow eram negros. Uma façanha, segundo a Eureca, pois em multinacionais a média costuma ficar entre 20% e 25% de candidatos negros por processo de seleção de estágio.

## A eficiência dos dados – e a sensibilidade humana
A experiência da Dow reforça a importância da análise de pessoas para a construção de trilhas estratégicas na contratação de profissionais. Mais do que isso, o chamado people analytics também se revela um diferencial competitivo para o desenvolvimento da carreira.

Aqui, a empresa analisa os dados dos funcionários – e-mails, bancos de talentos e outras bases de informações – para identificar comportamentos, competências e oportunidades de desenvolvimento de acordo com suas características e afinidades. Segundo um [estudo da consultoria Deloitte](https://www2.deloitte.com/us/en/insights/focus/human-capital-trends/2018/people-data-analytics-risks-opportunities.html), outros dados analisados incluem mídia social, dados integrados de RH e sistemas financeiros.

O estudo sugere que, ao explorar essa variedade de fontes, é mais provável que a organização obtenha novos insights sobre a [experiência do colaborador](https://www.revistahsm.com.br/dossie/experiencia-do-colaborador), bem como informações sobre progressão no trabalho, mobilidade na carreira e desempenho. O resultado é uma gestão de talentos de maior qualidade e, consequentemente, um desempenho superior às empresas.

Mas é claro que a tecnologia não trabalha sozinha. Por trás da análise, sempre deve haver um time de RH responsável por organizar as informações e simplificar a tomada de decisões dos gestores, promovendo a tão prometida eficiência.

## Mais jovens, mais diversos
Yuliia Melkova é diretora de RH da AltexSoft, uma empresa de consultoria em tecnologia com escritórios nos Estados Unidos e na Ucrânia. Ela observa que, para reter os talentos, é necessário [criar uma atmosfera na qual os funcionários sintam que seu trabalho diário é significativo](https://www.altexsoft.com/blog/how-to-implement-hr-analytics/), na qual desejam crescer e se desenvolver e têm oportunidades para isso. É por isso que mapear os momentos que importam e abraçar a transparência são formas de melhorar a experiência dos colaboradores.

Falando em termos geracionais, os profissionais mais jovens costumam realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, lidam bem com a imprevisibilidade e valorizam a diversidade. [Entender essas características](https://www.revistahsm.com.br/post/a-inovacao-a-partir-das-nossas-12-habilidades-a-prova-do-futuro) e buscar dados sobre esses temas pode fazer toda a diferença em um recrutamento interno. Ou seja, é um poderoso aliado para conservar os jovens talentos no time, dando a eles as mudanças que tanto valorizam. E, ao mesmo tempo, oportunizando o crescimento pessoal e a possibilidade de interagir com equipes diferentes.

Já para conhecer novos candidatos, os especialistas de RH podem aumentar as verificações de antecedentes com ferramentas que exploram e analisam a atividade de um indivíduo nas redes sociais e outros sites que preveem sua tendência de expressar comportamentos tóxicos como sexismo, assédio sexual, intolerância ou bullying. Há soluções de mercado que usam o aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural para analisar conteúdo público online e dados internos de RH para detectar tais sinais de alerta, por exemplo.

Para aproveitar o que de melhor cada geração pode oferecer, é importante ir além dos estereótipos baseados na idade e valorizar as características humanas do seu time. O fundamental é criar um ambiente no qual todos os trabalhadores se sintam valorizados e seguros para compartilharem seus conhecimentos. Quando os jovens talentos crescem, as empresas também crescem.

__*O E-dossiê é uma coprodução de HSM Management e Eureca.*__

Compartilhar:

Artigos relacionados

Os sete desafios das equipes inclusivas

Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo – mesmo acreditando que estão incluindo.

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Liderança, Bem-estar & saúde
24 de dezembro de 2025
Se sua agenda lotada é motivo de orgulho, cuidado: ela pode ser sinal de falta de estratégia. Em 2026, os CEOs que ousarem desacelerar serão os únicos capazes de enxergar além do ruído.

Bruno Padredi - CEO da B2B Match

2 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Cultura organizacional
23 de dezembro de 2025
Marcela Zaidem, especialista em cultura nas empresas, aponta cinco dicas para empreendedores que querem reduzir turnover e garantir equipes mais qualificadas

Marcela Zaidem, Fundadora da Cultura na Prática

5 minutos min de leitura
Uncategorized, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
22 de dezembro de 2025
Inclusão não acontece com ações pontuais nem apenas com RH preparado. Sem letramento coletivo e combate ao capacitismo em todos os níveis, empresas seguem excluindo - mesmo acreditando que estão incluindo.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

4 minutos min de leitura
Lifelong learning
19 de dezembro de 2025
Reaprender não é um luxo - é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Isabela Corrêa - Cofundadora da People Strat

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
18 de dezembro de 2025
Como a presença invisível da IA traz ganhos enormes de eficiência, mas também um risco de confiarmos em sistemas que ainda cometem erros e "alucinações"?

Rodrigo Cerveira - CMO da Vórtx e Cofundador do Strategy Studio

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança