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Planejamento financeiro com flexibilidade para PMEs

Ter a capacidade de planejar as finanças da organização não significa criar um trilho de onde não se pode sair. Ser flexível pode permitir ousar, mudar a estratégia rapidamente e se adaptar a uma nova condição de mercado
Angela Miguel é editora de conteúdos customizados em HSM Management e MIT Sloan Review Brasil.

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Será que é o momento de crescer? Como saber quando um passo é maior que as próprias pernas? Devo inovar para aproveitar uma oportunidade ou mantenho a direção traçada no plano de negócio? Como crescer em estrutura sem comprometer o caixa da empresa?

De acordo com o [Relatório Causa Mortis/Sebrae 2014](https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf), 40% das micro e pequenas empresas interrompem as atividades antes de completar dois anos. Entre as principais causas para o fechamento estão planejamento, gestão e comportamento.

Os últimos anos têm sido desafiadores para as PMEs, especialmente diante das incertezas que pairaram sobre o mercado – sem contar a transformação causada pela pandemia da covid-19. Se a [saúde mental](https://www.revistahsm.com.br/post/saude-mental-como-a-sindrome-de-burnout-impacta-sua-vida) tem se tornado cada vez mais relevante no ambiente de negócios, não é exagero dizer que as questões financeiras, certamente, contribuíram para o estado atual das micro, pequenas e médias companhias brasileiras.

## Gerindo o caixa
Por meio de uma instituição financeira ou um investidor, é importante gerir o caixa – e é nesse aspecto que planejamento, gestão e comportamento do empreendedor causam problemas que podem levar ao encerramento da operação.

A gestão do caixa de toda empresa precisa partir de algumas perguntas-base. Gerson Mazer, gestor de recursos especializado em patrimônio digital, apresenta algumas dessas questões, mas lembra que essa [gestão não pode se limitar a apenas essas perguntas](https://www.revistahsm.com.br/post/planejamento-financeiro-um-be-a-ba-para-comecar). Particularidades do negócio podem fazer com que o empreendedor identifique novas questões a serem esclarecidas. São elas:

– Quais são as suas despesas fixas recorrentes?

– Quais são as suas despesas variáveis? E como espera que elas se distribuam no tempo?

– Quais são as suas fontes de receita? Se existirem, como elas se distribuem no tempo?

– O que precisa e quanto custa para o desenvolvimento de um protótipo? E como isso se comportará no tempo?

## Contas a receber
Contudo, a gestão financeira do negócio não significa apenas saber quais são os custos fixos ou variáveis. A relação com o consumidor final pesa (e muito) nessa balança. Segundo a pesquisa *[Gartner Finance Research](https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2021-07-07-gartner-finance-research-shows-bad-debt-increased-26-percent-in-2020)*, realizada pelo Instituto Gartner, a inadimplência cresceu 26% em 2020. No Brasil, esse cenário não é diferente, uma vez que os pequenos negócios foram fortemente afetados pela pandemia.

Ainda de acordo com o Gartner, esse crescimento das dívidas exige que gestores e áreas financeiras das empresas estejam mais atentos ao comportamento do consumidor. Normalmente, são essas áreas as responsáveis por avaliar a saúde financeira de seus clientes, com o objetivo de identificar apenas aqueles que não podem honrar seus compromissos.

Assim, a alta na inadimplência, segundo o centro de pesquisa, é fruto também de uma forma ineficaz com que os gestores calculam riscos. “O problema com essa abordagem é que ela não considera o risco dos clientes que são financeiramente capazes de pagar suas dívidas, mas não o fazem”, explica Mallory Bulman, diretor de pesquisa na prática de finanças do Gartner.
Comportamento do cliente é parte da equação

Para realizar planejamentos financeiros mais certeiros, portanto, se faz necessário entender o comportamento dos clientes. No entanto, analisar esse comportamento é desafiador, seja o negócio de pequeno ou grande porte, especialmente devido ao volume de clientes e à capacidade limitada de coletar informações sobre eles para determinar o risco.

Ainda que essas abordagens possam não ser a prática diária de parte das PMEs, é fácil perceber que a complexidade nas análises de fluxo de caixa coloca em risco a vida das organizações. Afinal, entre o faturamento bruto e o resultado da empresa, o dinheiro percorre um longo caminho.

Nesse sentido, [as pequenas empresas podem largar na frente](https://www.revistahsm.com.br/post/comunidade-empreendedora-e-alavanca-para-transformacao-digital). Quando há a administração de um negócio focado em poucos clientes, torna-se mais fácil conquistar a proximidade ideal para que as companhias entendam seus hábitos, seu comportamento e estejam mais próximo a eles para evitar perdas financeiras.

## A escolha pelo modelo de consumo
Se o comportamento do cliente é relevante, a transformação de seu consumo deve ser objeto de observação do negócio, principalmente nos últimos cinco ou dez anos. Se antes alugávamos filmes, hoje assinamos streaming. Se colecionávamos CDs um dia, hoje assinamos bibliotecas infinitas de música.

Os supermercados e alguns serviços de produtos de saúde e beleza, inclusive, já adotaram esse modelo com algum sucesso: itens de higiene, alimentação e saúde, por exemplo, já podem ser comprados no modelo de assinatura, desde o arroz e o feijão até lâminas de barbear, todos entregues em casa. A [assinatura é um modelo de uso](https://www.revistahsm.com.br/post/servicos-sob-demanda-aliviam-gastos-das-pmes) que já está presente de uma forma muito forte em todas as esferas do cotidiano.

Outro exemplo bem-sucedido é o modelo de leasing de equipamentos de informática, bastante difundido entre empresas dos mais diversos portes, pois conferem liberdade, flexibilidade e permitem que organizações construam seu parque de máquinas de acordo com sua necessidade naquele momento, sem se preocupar com obsolência tecnológica ou descarte de lixo eletrônico.

## Mobilidade é flexibilidade
Também é possível ter veículos no modelo flexível e prático de assinaturas sem renunciar à qualidade quando pensamos em frota para PMEs. É o caso de Meoo, serviço de [carro por assinatura](https://meoo.localiza.com/?utm_source=blog-hsm-comunidade&utm_medium=organico&utm_campaign=jussi-pp_localiza-meoo_topo_blog-hsm-comunidade_refarral_trafego_meoo-carro-inteligente_campanha_blog-hsh) da Localiza que possibilita ao empreendedor alugar até dez carros para si. O serviço é atraente aos pequenos, pois faz com que PMEs não precisem descapitalizar para adquirir veículos, custear seguros, documentação e taxas, mantendo seu foco no negócio.

Com Meoo, é possível escolher um plano adequado às necessidades do momento, sem perder o atendimento da Localiza e a expertise na gestão da frota, pagando exatamente pelo que é utilizado. O serviço sai, em média, até 30% mais barato do que a aquisição de ativos 0Km, pois documentação e manutenções já estão inclusas.

Em relação a compra de um automóvel, o empreendedor tem a escolha entre pacotes de 24 e 48 meses, por exemplo, e calcular quanto será rodado por mês. O suporte técnico é garantido e o dono do negócio não precisa se preocupar com o remarketing do veículo, bastando fazer um novo contrato para renovar sua frota, sem que a desvalorização pese no caixa.

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