Uncategorized

Que líderes inspiram nossos executivos?

Mais de 5 mil executivos brasileiros elegem os líderes e as características de liderança que mais admiram na edição 2014 do estudo Nextview People/DMRH e revelam certo desamparo
Diretora da Nextview People, escrito com exclusividade para HSM Management

Compartilhar:

Responda rápido: quais são as cinco principais características que não podem faltar a um líder empresarial no Brasil? Nossa pesquisa de 2014, realizada com 4.599 executivos, mostra que são: inspirar e motivar pessoas (64%); coerência entre fala e ação (54%); desenvolver outras pessoas (46%); alta integridade e honestidade (39%); e capacidade de colaborar e trabalhar em equipe (38%). Esse resultado confirma que o século 21 trouxe consigo uma mudança de paradigma no modelo de gestão dos negócios, embora muitos ainda duvidem disso: o foco deixa de ser em custo e passa a ser em pessoas, realmente –as externas (clientes e consumidores) e as internas (colaboradores). Tanto que, ao contrário do discurso dominante, gerar resultados só aparece em 6º lugar (36%) e estabelecer metas desafiadoras, em 12º (19%). Mas esse líder que inspira e desenvolve pessoas existe em nossas empresas? 

Uma boa notícia é que 90% dos respondentes da pesquisa acreditam que sim, por verem a si mesmos como líderes inspiradores. Autoavaliam-se como líderes com foco na gestão da equipe e que desenvolvem as pessoas com quem trabalham. No entanto, um dado negativo chama a atenção: 59% dos executivos não têm um líder que os inspire. 

Esse índice sofreu bastante oscilação em todos os três anos em que foi realizada a pesquisa, porém a queda recente na porcentagem de respondentes que têm um líder inspirador sugere descrença em relação aos líderes atuais. A conjunção desses dois dados –os entrevistados se consideram líderes inspiradores, mas não têm quem os inspirem– demonstra à primeira vista que os executivos brasileiros são mais rigorosos com os outros do que consigo mesmos. Mas, analisado, o fenômeno é mais compreensível: de um lado, esses executivos sabem os esforços que fazem para tornar-se líderes transformadores; de outro, sentem-se sozinhos na empreitada. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/1535bb1e-586c-451c-93d5-837e98dda672.jpeg)

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/aaf0e28f-e988-4239-90d3-e99295ddb3bb.jpeg)

**ÓRFÃOS DE EIKE**

O sentimento de orfandade é comprovado nos rankings dos líderes mais admirados. Eike Batista, que havia marcado presença desde a primeira edição do estudo, em 2012, tanto no ranking dos líderes mundiais como no dos nacionais, desapareceu, o mesmo ocorrendo com Roger Agnelli. E Steve Jobs, já falecido, continua a ser o líder mais admirado mundialmente, posição que ocupa desde 2012. 

O principal atributo que o torna inspirador é seu foco em inovação, assim como em Eike eram valorizados a ousadia e o empreendedorismo. Mais pessoas falecidas entraram nos rankings, como o líder sul-africano Nelson Mandela (em 3º lugar no ranking mundial) e o piloto Ayrton Senna (em 10º na lista nacional), sem mencionar aposentados. Também vale destacar que, no ranking dos dez líderes mundiais mais admirados pelos executivos, três vêm de fora do mundo empresarial, número que sobe para quatro no caso do levantamento nacional. É interessante observar ainda que pessoas próximas que fazem diferença no dia a dia, como pais e chefes diretos, ganharam importância em ambos os rankings. Os entrevistados justificaram sua admiração pelos líderes de ambos os rankings por sete atributos principais: foco em pessoas, capacidade de dar o exemplo, conduta ética, bom estilo de gestão, inovação, poder de fazer a diferença e foco em resultados.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Transformando complexidade em terreno navegável com o framework AIMS

Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares – precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

O que move as mulheres da Geração Z a empreender?

A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais – e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

O fim dos chatbots? O próximo passo no futuro conversacional 

O futuro chegou – e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura