ESG
3 min de leitura

Saúde mental no trabalho: a chave para um ambiente mais produtivo e saudável

Uma pesquisa revela que ansiedade, estresse e burnout são desafios crescentes no ambiente de trabalho, evidenciando a necessidade urgente de ações para promover a saúde mental e o bem-estar nas empresas.
CEO e diretora geral da Mental Clean, psicóloga especializada em Psicologia da Saúde Ocupacional e Terapia Cognitivo-Comportamental. É co-autora do livro do Caos à Cura com mais de 20 anos de atuação em saúde mental no trabalho e do trabalhador. Foi homenageada do Prêmio Empreendedores do Ano 2025, na categoria Winning Woman. É membro fundadora do SAMPO – Ambulatório de Saúde Mental do Trabalhador – Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e membro do Conselho da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV).

Compartilhar:

Saúde Mental

A saúde mental no ambiente de trabalho tem se tornado um dos temas mais discutidos nos últimos anos. Com o aumento das demandas e a pressão do mercado, muitos profissionais enfrentam altos níveis de ansiedade, estresse e esgotamento emocional. 

Na Mental Clean, temos acompanhado diversos casos que reforçam a urgência de implementar ações imediatas para lidar com essa realidade. Pensando nisso, firmamos uma parceria com a Oceano, empresa especializada em comunicação e educação em saúde mental, para entender melhor como os profissionais percebem seus ambientes de trabalho. O resultado dessa pesquisa trouxe insights importantes, que merecem ser destacados. 

Os dados revelam que ansiedade e estresse são duas das questões mais comuns enfrentadas pelos trabalhadores. Cerca de 57,4% dos entrevistados relataram ter sentido ansiedade na semana anterior, enquanto 58,3% disseram ter sofrido com estresse no mesmo período. Esses números mostram que mais da metade dos profissionais lida frequentemente com esses sintomas. 

Ao analisarmos esses fatores, vemos que a alta incidência pode ser explicada por vários motivos, como a pressão por resultados, a sobrecarga de tarefas e a falta de tempo para descanso. A ausência de suporte adequado no trabalho agrava essas questões, levando a consequências sérias, como queda de produtividade e aumento da rotatividade de colaboradores. 

Outro ponto relevante da pesquisa foi o aumento dos casos de Burnout, um transtorno cada vez mais comum e muitas vezes não diagnosticado. De acordo com o estudo, 38,2% dos trabalhadores acreditam já ter sofrido de burnout, embora nunca tenham recebido um diagnóstico médico. Isso revela a falta de reconhecimento do problema, além do déficit de informação e suporte nas empresas para que os funcionários consigam identificar e tratar essa condição. Outros 15,4% relataram já ter sido diagnosticados com burnout, enquanto 30,2% disseram não sofrer do problema, mas conhecem alguém que sim. 

Esses números indicam que o burnout não afeta apenas o indivíduo, mas também o clima organizacional como um todo, criando um ciclo de esgotamento e desmotivação que compromete a cultura da empresa. Em contrapartida, apenas 7,8% afirmaram não sofrer nem conhecer ninguém com o problema, e 8,4% disseram não saber se já experimentaram o burnout. 

Fica claro que as empresas têm um papel fundamental na promoção da saúde mental no trabalho. É preciso adotar estratégias que melhorem o bem-estar dos profissionais, como a criação de programas de apoio psicológico, o treinamento de líderes para identificar sinais de burnout e o encaminhamento para diagnóstico profissional. 

A saúde mental é um desafio real e urgente, com impactos profundos tanto para os profissionais quanto para as empresas. Portanto, é essencial que as organizações estejam atentas a esses sinais e implementem medidas para criar um ambiente de trabalho mais saudável. Investir no bem-estar dos colaboradores é, sem dúvida, um investimento em produtividade e resultados a longo prazo. 

Compartilhar:

Artigos relacionados

Até quando o benchmark é bom?

Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil – até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.

Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura
Inovação
15 de julho de 2025
Olhar para um MBA como perda de tempo é um ponto cego que tem gerado bastante eco ultimamente. Precisamos entender que, num mundo complexo, cada estudo constrói nossas perspectivas para os desafios cotidianos.

Frederike Mette e Paulo Robilloti

6 min de leitura
User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura