Assunto pessoal

Supressão de emoções

Ainda é cedo para medir o impacto psicológico de longo prazo da pandemia, mas pesquisa levanta três efeitos potenciais no trabalho

Compartilhar:

Ainda sabemos muito pouco sobre como o medo de contrair covid-19 afetou o comportamento dos funcionários em casa e no trabalho. E é cedo para compreender o impacto psicológico do novo coronavírus em longo prazo. Mas, numa pesquisa recente, os professores John Trougakos e Julie McCarthy, da Texas A&M University, tentaram avançar na questão. Segundo a revista Rotman Management, ligada à University of Toronto, eles propuseram dois raciocínios. O primeiro é que eventos ameaçadores – como uma pandemia – geram ansiedade e desencadeiam respostas do tipo “lutar ou fugir” – a resposta de luta é acionada quando uma ameaça é considerada superável, enquanto a de fuga é acionada quando se acredita que ela é difícil de superar, como na pandemia. O segundo raciocínio é de que a fuga tende a se traduzir na supressão de emoções – já que estas costumam ser negativas.

Só que, em relação ao trabalho, essa supressão de emoções é prejudicial em três aspectos: competência, relacionamento e autonomia.

__COMPETÊNCIA.__ A natureza exaustiva da supressão de emoções é reforçada por uma maior carga cognitiva resultante da tentativa de lidar com as emoções que estão sendo suprimidas. Isso prejudica os processos de pensamento construtivo, resolução de problemas, memória e recuperação de informações, resultando em menor eficácia na realização de tarefas.

__RELACIONAMENTO.__ As relações entre os indivíduos são impactadas, inibindo o funcionamento social e as experiências interpessoais positivas no ambiente de trabalho. Esse processo diminui a lembrança de informações sociais, a eficácia da comunicação, o funcionamento social e o relacionamento entre parceiros. E também remete a percepções negativas dos colegas em relação aos outros e um ambiente marcado por hostilidade.

__AUTONOMIA.__ Se as pessoas não expressam seus sentimentos, seu senso de autonomia fica prejudicado, pois elas são incapazes de expressar emoções genuínas e, portanto, experimentam uma perda de controle.

O que fazer?
A pesquisa propõe que o enfrentamento focado no problema com comportamentos simples pode ajudar a minimizar a fuga. Por exemplo, lavar as mãos ou usar álcool em gel, que reduzem a ansiedade.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

User Experience, UX
Na era da indústria 5.0, priorizar as necessidades das pessoas aos objetivos do negócio ganha ainda mais relevância

GEP Worldwide - Manoella Oliveira

9 min de leitura
Tecnologia e inovação, Empreendedorismo
Esse fio tem a ver com a combinação de ciências e humanidades, que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo e de resolver os grandes desafios que ele nos impõe

CESAR - Eduardo Peixoto

6 min de leitura
Inovação
Cinco etapas, passo a passo, ajudam você a conseguir o capital para levar seu sonho adiante

Eline Casasola

4 min de leitura
Transformação Digital, Inteligência artificial e gestão
Foco no resultado na era da IA: agilidade como alavanca para a estratégia do negócio acelerada pelo uso da inteligência artificial.

Rafael Ferrari

12 min de leitura
Negociação
Em tempos de transformação acelerada, onde cenários mudam mais rápido do que as estratégias conseguem acompanhar, a negociação se tornou muito mais do que uma habilidade tática. Negociar, hoje, é um ato de consciência.

Angelina Bejgrowicz

6 min de leitura
Inclusão
Imagine estar ao lado de fora de uma casa com dezenas de portas, mas todas trancadas. Você tem as chaves certas — seu talento, sua formação, sua vontade de crescer — mas do outro lado, ninguém gira a maçaneta. É assim que muitas pessoas com deficiência se sentem ao tentar acessar o mercado de trabalho.

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Saúde Mental
Desenvolver lideranças e ter ferramentas de suporte são dois dos melhores para caminhos para as empresas lidarem com o desafio que, agora, é também uma obrigação legal

Natalia Ubilla

4 min min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
Cris Sabbag, COO da Talento Sênior, e Marcos Inocêncio, então vice-presidente da epharma, discutem o modelo de contratação “talent as a service”, que permite às empresas aproveitar as habilidades de gestores experientes

Coluna Talento Sênior

4 min de leitura
Uncategorized, Inteligência Artificial

Coluna GEP

5 min de leitura
Cobertura de evento
Cobertura HSM Management do “evento de eventos” mostra como o tempo de conexão pode ser mais bem investido para alavancar o aprendizado

Redação HSM Management

2 min de leitura