Uncategorized, Inteligência Artificial
5 min de leitura

Transformando dados em valor: como implementar IA em processos

Gestor da área de Dados e Analytics da GEP Costdrivers

Compartilhar:

Quando a intenção não vira realidade

Menos de 30% das empresas que planejam adotar Inteligência Artificial conseguem, de fato, escalar sua aplicação. Mesmo com 80% das organizações globais declarando intenção de integrar IA aos seus processos até 2026 — segundo a Gartner — a maioria permanece presa à promessa, sem chegar à prática.

Esse descompasso revela uma dor crescente entre lideranças: saber o que precisa ser feito, mas esbarrar na complexidade da execução. Em um cenário de inovação constante, a transição para uma cultura data-driven e a aplicação estratégica da IA são imperativos — mas exigem mais do que boas intenções ou demonstrações técnicas sofisticadas. É preciso alinhar objetivos de negócio a soluções concretas e escaláveis.

Dados ruins contam histórias erradas

Dados fragmentados em silos geram inconsistências que comprometem modelos preditivos. Mais de 30% das empresas entrevistadas no relatório da Gartner apontam o “gerenciamento de dados” como barreira crítica, e 77% dos profissionais relatam ter pouca confiança na qualidade dos dados.

A situação se agrava quando entram em cena dados não estruturados — como PDFs ou e-mails — que demandam técnicas avançadas de NLP e visão computacional, elevando o custo operacional. Soluções como Data Lakes com ETL automatizado ajudam a unificar fontes e garantir dados completos e confiáveis.

A infraestrutura que trava a inovação

A integração com sistemas legados é um desafio recorrente. Arquiteturas antigas, baseadas em processos batch, não se conectam naturalmente com plataformas de IA em tempo real. Isso exige APIs, microsserviços e governança voltada a transformações complexas.

Além disso, 20% das empresas citam escassez de recursos computacionais, operando ainda com estruturas locais. Adoção de cloud híbrida, transfer learning e clusters de GPU/TPU pode reduzir custos operacionais em até 40%, além de melhorar significativamente a escalabilidade dos processos.

Gente com medo, mercado sem preparo

Outro gargalo importante é a falta de profissionais qualificados. Mais de 60% das empresas relatam escassez de cientistas de dados e engenheiros de Machine Learning. Soma-se a isso a resistência interna: cerca de 25% da força de trabalho rejeita o uso de IA por medo de substituição.

Superar essa barreira demanda ações estratégicas: programas de upskilling com certificações, gestão de mudança ativa e workshops com exemplos práticos. Transparência e envolvimento são cruciais para tornar a IA aliada — e não ameaça.

O piloto que nunca decola

Projetos de IA falham quando se limitam a provas de conceito (PoCs) desconectadas da realidade operacional. Um exemplo marcante é o da Novartis: mesmo com dados robustos, a empresa enfrentou perdas relevantes por falta de conexão com o dia a dia do negócio.

Para evitar isso, é fundamental:

● Definir escopos claros e problemas tangíveis;

● Entregar MVPs ágeis, com impacto mensurável em poucas semanas;

● Envolver usuários finais desde o início do processo.

A IA também precisa de regras claras

Regulações como GDPR, LGPD e o EU AI Act exigem não só conformidade legal, mas também transparência, auditabilidade e responsabilidade.

Um framework robusto deve incluir:

● Explainable AI (XAI), com modelos auditáveis e compreensíveis;

● Dados sintéticos e criptografia, para proteção de informações sensíveis;

● Comitês multidisciplinares que avaliem riscos éticos e operacionais.

Viés, ética e confiança não são opcionais

A mitigação de vieses é obrigatória para que a IA seja implementada com responsabilidade. Isso começa com dados de treinamento diversos e passa por frameworks de validação contínua.

Ferramentas automatizadas ajudam a monitorar desvios. Políticas formais definem papéis e responsabilidades. A Apple, por exemplo, antecipou tendências com o App Tracking Transparency, reforçando a privacidade como valor de marca.

Se a liderança não lidera, a IA não vinga

A liderança tem papel central. CIOs e CFOs devem promover reuniões regulares baseadas em dados, com KPIs claros e decisões orientadas por ROI.

Projetos bem-sucedidos começam no topo — com direção estratégica clara, metas realistas e visão integrada entre tecnologia e negócio.

A tríade que transforma dados em futuro

Tecnologia escalável, cultura colaborativa e governança ética: essa é a base das empresas que não apenas acompanham as mudanças — mas as lideram.

E na sua organização, qual desses três pilares está mais sólido? E qual ainda precisa de atenção?

Comente, compartilhe, debata. A construção de um ecossistema data-driven começa com quem está disposto a agir — e você pode ser o ponto de virada.

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Leia mais »

Compartilhar:

Artigos relacionados

Homo confusus no trabalho: Liderança, negociação e comunicação em tempos de incerteza

Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas – mas sim coragem para sustentar as perguntas certas.
Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura
Liderança
3 de novembro de 2025
Em um mundo cada vez mais automatizado, liderar com empatia, propósito e presença é o diferencial que transforma equipes, fortalece culturas e impulsiona resultados sustentáveis.

Carlos Alberto Matrone - Consultor de Projetos e Autor

7 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
1º de novembro de 2025
Aqueles que ignoram os “Agentes de IA” podem descobrir em breve que não foram passivos demais, só despreparados demais.

Atila Persici Filho - COO da Bolder

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
31 de outubro de 2025
Entenda como ataques silenciosos, como o ‘data poisoning’, podem comprometer sistemas de IA com apenas alguns dados contaminados - e por que a governança tecnológica precisa estar no centro das decisões de negócios.

Rodrigo Pereira - CEO da A3Data

6 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura
Liderança
29 de outubro de 2025
O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.

José Ricardo Claro Miranda - Diretor de Operações da Paschoalotto

2 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)