Direto ao ponto

Um desafio de diversidade diferente: a inclusão dos ultraortodoxos em Israel

Empresas high tech têm se esforçado para incluir um público com valores muito diferentes

Compartilhar:

País com uma sociedade heterogênea e multicultural – com grupos divididos por religião, questões étnicas, políticas e sociais –, Israel busca soluções para seus desafios no campo da diversidade, equidade e inclusão. É o caso dos haredi, ou judeus ultraortodoxos, que são o foco de diferentes iniciativas para inserção no mercado de tecnologia. Esses esforços de inclusão, que estão sendo realizados junto com a comunidade high tech de Israel, foram mostrados pelo portal *CTech*, focado em startups, e podem inspirar as iniciativas brasileiras nesse sentido.

É o caso da Kama-Tech, empresa social que ajuda a integrar a comunidade ultraortodoxa no ecossistema de tecnologia de Israel. Seu cofundador e CEO, Moshe Friedman, destacou a desigualdade dos haredi (cerca de 12% a 15% da população israelense) na força de trabalho em tecnologia. Para reduzir o gap, a Kama-Tech investe em ações de desenvolvimento e na aceleração de startups.

Os homens haredi têm pouca inserção no mercado de trabalho também por causa de sua dedicação aos estudos da Torá. Esse público é o foco da JBH (antiga Avratech), cujo fundador, o rabino David Leybel, percebeu que muitos homens na faixa dos 30 anos, dedicados aos estudos religiosos em tempo integral, queriam trabalhar.

A JBH estabeleceu um programa em que os homens fazem seus estudos pela manhã e depois se dedicam a aprender matemática, inglês e programação, entre outras habilidades voltadas para a tecnologia. Em seguida, a empresa busca empregos para eles, explicou Aaron Fruchtman, vice-presidente da JBH, à *Out of the Bubble*. Para ele, existem diferenças para superar, e a chave para a inclusão está em encontrar valores compartilhados entre todos.

Gigi Levy-Weiss, cofundador e general partner da NFX, empresa de venture capital para startups em estágio pré-seed e seed, concorda. Para ele é importante que as empresas saibam que a inclusão não se dá apenas pelo treinamento, mas pela descoberta do que significa ter um funcionário que tenha valores diferentes.

Trata-se, também, de uma questão de sobrevivência para o setor de tecnologia em Israel, que também sente a escassez de talentos que afeta todo o mundo. Grandes organizações participam desse esforço. Einat Nemesh, diretora de diversidade do Google em Israel, falou que a empresa criou um fundo para a educação tecnológica de grupos sub-representados, como árabes, judeus ultraortodoxos e mulheres. São US$ 25 milhões destinados a incentivar essas pessoas a entrar no mercado de tecnologia.

__[Leia mais: América Latina tem lições de combate à desigualdade](https://www.revistahsm.com.br/post/america-latina-tem-licoes-de-combate-a-desigualdade)__

Compartilhar:

Artigos relacionados

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura
Liderança
29 de outubro de 2025
O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.

José Ricardo Claro Miranda - Diretor de Operações da Paschoalotto

2 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança