Liderança, Times e Cultura

Um veículo leve e rápido para a inovação mais radical

Inovação é sinônimo de crescimento sustentável na nova economia. Dá diferencial competitivo à empresa hoje e a ajuda a desbravar o amanhã. Mas inovações são difíceis de gerir, sobretudo as disruptivas; quem o consegue tem um booster. Empresa tech no setor de alimentação, o iFood o conseguiu com o método “jet ski”, descrito nesta reportagem.
Jornalista e head de produtos B2C da HSM Management.

Compartilhar:

Tudo vai mudar… e você só tem duas opções. Lamentar, achando que é difícil acompanhar a velocidade das transformações tecnológicas dos últimos cinco anos. Ou aceitar que elas serão ainda mais intensas daqui para frente e abraçar isso como uma oportunidade para construir a grande ideia que vai dar certo.” Assim Fabricio Bloisi, presidente do iFood, faz, em seu canal no YouTube, a leitura do contexto em que todas as empresas estão inseridas hoje: um em que a inovação, em vez de ser uma opção, impõe-se como elemento-chave para a sobrevivência e a prosperidade.

![Fabricio Bloisi](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/2FGN0JP2jatJSJQONd0XzO/e59820e7eb28042b6fee63ab8a9f529b/Fabricio_Bloisi.jpeg)
*Fabricio Bloisi, presidente do iFood*

Entre os diferentes tipos de inovação, um é especialmente desafiador para as empresas: o disruptivo. Ele busca revolucionar o mercado por meio de uma solução única – o que, convenhamos, não é tarefa simples. Em especial para grandes empresas, que, muitas vezes, mais parecem transatlânticos: lentos, com dificuldade de fazer curvas que não sejam as abertas. O ideal para a inovação disruptiva seria se movimentar com a agilidade dos jet skis, capaz de fazer manobras rápidas. Certo? Sim. E essa alegoria é tão boa que batizou o método de gestão da inovação adotado pelo iFood, que segue cinco premissas:

– __Foco em ideias estratégicas.__ Estar em linha com os objetivos estratégicos do negócio é mandatório para ideias virarem jet skis. Quem faz a análise é um comitê executivo.

– __Gosto pelo de risco.__ Valorização de profissionais empreendedores, resilientes e dispostos a correr riscos calculados.

– __Feito é melhor que perfeito.__ Priorizar a execução e o aprendizado.

– __Operação em ciclos curtos.__ Testes rápidos e ciclos de desenvolvimento ágeis.

– __Squads multidisciplinares.__ Especialistas em diversas áreas atuam juntos em abordagens holísticas.

Os times dos jet skis reúnem de quatro a oito profissionais, que em geral representam negócios, produto, design, tecnologia e dados. Podem recorrer a pesquisas de mercado e inovação aberta, e receber suporte das áreas de TI, design, produto, data science, inteligência de mercado etc., conforme necessário. Cada time trabalha no projeto piloto por 60 a 120 dias.

A equipe tem carta branca para levantar hipóteses, priorizar ideias, fazer provas de conceito, definir métricas do desempenho, compartilhar descobertas, errar, ajustar rotas – e deve apresentar relatórios regulares de tudo isso.

A supervisão cabe a um executivo sênior do iFood, que contribui com seus conhecimentos e ajuda a descobrir a próxima grande aposta da empresa.

![info jet ski](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/JNZA7nX1IEJd0s9WUSTfj/e54215ed7c3834d0604f6b7b4977ab81/WhatsApp_Image_2024-01-12_at_10.38.39.jpeg)

## 16 jet skis ao mesmo tempo

O head de inovação do iFood, Rafael Borger, fez uma palestra sobre o método em outubro dizendo que no momento rodavam 16 jet skis na empresa, entre os quais assistentes de compras inteligentes para o usuário pedir em restaurantes ou comprar nos mercados.

![Rafael Borger, head de inovação do iFood](//images.ctfassets.net/ucp6tw9r5u7d/4vRWnrsnRo8BanHTWViKY9/8cd049a1f82f4920ca46e5c488f219c2/Rafael_Borger.jpeg)
*Rafael Borger, head de inovação do iFoo*d

Sempre há testes de vida real e a decisão de avançar ou não se baseia nos dados dos testes, na possibilidade de escalar e no alinhamento com os objetivos estratégicos do iFood, que incluem inovação, eficiência e rentabilidade. Uma ótima ideia pode ficar de standy-by por requerer mais tempo e investimento. Já a ruim será descartada rápido.
Conhece o iFood Shopping, serviço em que os entregadores transportam itens presenteáveis – de mais de 1,4 mil marcas atualmente – nos intervalos das refeições? Resulta de dois jet skis.

__Pedido com comando de voz__

Imagine que, em vez de navegar no app do iFood para encontrar opções de restaurantes, você pode dizer a um bot – em alto e bom som – o seguinte:

– Estou com quatro amigos em casa, sendo que um é vegano, outro quer comer algo com bacon, um quer só sobremesa e eu pretendo compartilhar uma massa com o outro. Indique opções de até tantos reais para eu poder servir essas cinco pessoas.

Esse é um dos jet skis de IA generativa com que o iFood trabalhou no final do ano passado. Por enquanto, em stand-by.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Tecnologia & inteligencia artificial
1º de novembro de 2025
Aqueles que ignoram os “Agentes de IA” podem descobrir em breve que não foram passivos demais, só despreparados demais.

Atila Persici Filho - COO da Bolder

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
31 de outubro de 2025
Entenda como ataques silenciosos, como o ‘data poisoning’, podem comprometer sistemas de IA com apenas alguns dados contaminados - e por que a governança tecnológica precisa estar no centro das decisões de negócios.

Rodrigo Pereira - CEO da A3Data

6 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
30 de ouutubro de 2025
Abandonando o papel de “caçador de bugs” e se tornando um “arquiteto de testes”: o teste como uma função estratégica que molda o futuro do software

Eric Araújo - QA Engineer do CESAR

7 minutos min de leitura
Liderança
29 de outubro de 2025
O futuro da liderança não está no controle, mas na coragem de se autoconhecer - porque liderar os outros começa por liderar a si mesmo.

José Ricardo Claro Miranda - Diretor de Operações da Paschoalotto

2 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)