Inovação
6 minutos min de leitura

Design no Brasil: potencial global, entraves locais – Juliana Buso, iF Awards Brasil

O Brasil tem talento reconhecido no design - mas sem políticas públicas e apoio estratégico, seguimos premiando ideias sem transformar setores.
Rodrigo Magnago é um executivo global com 12 anos de experiência na Ásia, onde atuou em países como Paquistão, Índia, China, Coreia do Sul e Taiwan, liderando operações e negócios internacionais. Com passagens por Estados Unidos, América Latina e Europa, desenvolveu expertise em transações cross-border, legislações tributárias e regulatórias, além de modelos organizacionais industriais e pós-modernos — desde técnicas como 5S, Lean e Six Sigma até ESG e dinâmicas de cultura corporativa. Atua como executivo temporário e conselheiro para empresas em cenários de transformação estratégica, apoiando diretores e acionistas na racionalização de decisões econômicas e na eficiência operacional. É membro do comitê global de Inovação da Fast Company, ao lado de líderes de Universal Studios, Microsoft, Coca-Cola e United Airlines,

Compartilhar:


O iF Design Awards está no Brasil desde 2002, e nesses 23 anos de presença no país desse ótimo modelo alemão de incentivo à criatividade, Juliana Buso e a equipe do Centro Brasil Design lideraram as atividades por 20 anos.

Se o iF Awards pode ser considerado como benchmark dos níveis de inovação de um país, Juliana sabe como ninguém a quantas anda o desenho industrial e a inventividade Brasileira.

Segundo Juliana, o iF Design Awards tem tido uma característica profundamente conceitual no Brasil. A premiação tem sido perseguida por designers e criativos muito mais que por empresas e organizações, e ela acredita que esse fenômeno é consequência da falta de cultura de empresários e dirigentes de empresas quanto ao uso do design nas melhorias em produtos e serviços e na criação de novas receitas.

O governo federal envolveu-se na causa entre 2004 e 2012, com políticas claras de incentivo, e trabalhou em parceria com o iF Design Awards para inscrever mais projetos. A iniciativa chamava-se Design Excelence Brazil, e envolvia o Ministério da Industria e Comércio (MDIC), a APEX (agência promotora de comércio exterior), ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e em algumas edições, o Sebrae.

Juliana diz que o orçamento era pequeno à época, mas ainda assim o programa incentivou de 80 a 100 produtos brasileiros para serem inscritos no prêmio internacional e que o governo logo suspendeu o incentivo financeiro de apoio à indústria para se inscrever na premiação alemã, sob a percepção de que a cultura havia sido criada.

Juliana considera o número baixo e lembra que à época faltava engajamento de outras entidades para que a penetração fosse mais granular.

Quando perguntada sobre que projetos recorda terem impactado os consumidores Brasileiros de forma profunda, ou mesmo levado empresas e produtos Brasileiros ao exterior, Juliana se esforça, mas se recorda apenas dos mais atuais, e conclui:

“O Brasil ainda não detém uma marca global, em qualquer área, pois faltam políticas públicas para tal. Se temos um exemplo que comprova isso, é nossa indústria aeronáutica. Com apoio, se transformou no que é hoje.”

Ainda assim, o Brasil é importante no contexto do iF Design Awards, ainda que pelas mãos de designers sem apoio estratégico e muitas vezes sem razões econômicas. O país segue levando projetos anualmente e se destacando nas premiações, uma contradição como tantas outras que presenciamos todos os dias. O prêmio hoje conta com a participação de mais de 60 países.

Juliana vê possibilidades para o design do país, especialmente na oferta de serviços de design para empresas mundiais, tema em que acredita que o Brasil possa ser competitivo, mas que é preciso conscientização dos diferentes stakeholders envolvidos no processo, pois para ela a questão é de política de estado ao final do dia.

Compartilhar:

Rodrigo Magnago é um executivo global com 12 anos de experiência na Ásia, onde atuou em países como Paquistão, Índia, China, Coreia do Sul e Taiwan, liderando operações e negócios internacionais. Com passagens por Estados Unidos, América Latina e Europa, desenvolveu expertise em transações cross-border, legislações tributárias e regulatórias, além de modelos organizacionais industriais e pós-modernos — desde técnicas como 5S, Lean e Six Sigma até ESG e dinâmicas de cultura corporativa. Atua como executivo temporário e conselheiro para empresas em cenários de transformação estratégica, apoiando diretores e acionistas na racionalização de decisões econômicas e na eficiência operacional. É membro do comitê global de Inovação da Fast Company, ao lado de líderes de Universal Studios, Microsoft, Coca-Cola e United Airlines,

Artigos relacionados

Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
18 de dezembro de 2025
Como a presença invisível da IA traz ganhos enormes de eficiência, mas também um risco de confiarmos em sistemas que ainda cometem erros e "alucinações"?

Rodrigo Cerveira - CMO da Vórtx e Cofundador do Strategy Studio

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança