Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Cultura organizacional
3 minutos min de leitura

3 mitos do RH: o que o CEO precisa entender sobre cultura, engajamento e estratégia

O RH deixou de ser apenas operacional e se tornou estratégico - desmistificar ideias sobre cultura, engajamento e processos é essencial para transformar gestão de pessoas em vantagem competitiva.
Graduada em psicologia pela PUC-Campinas, com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV, Giovanna Gregori Pinto é fundadora da People Leap e referência em estruturar áreas de RH em startups de tecnologia em crescimento. Com duas décadas de experiência em empresas de cultura acelerada, construiu uma trajetória sólida em gigantes como iFood e AB InBev (Ambev). No iFood, como Head de People - Tech, liderou a expansão do time de tecnologia de 150 para 1.000 pessoas em menos de quatro anos, acompanhando o salto de 10 para 50 milhões de pedidos mensais. Já na AB InBev, como Diretora Global de RH, triplicou o time antes do prazo, elevou o NPS de People em 670%, aumentou o engajamento em 21% e

Compartilhar:


Durante muito tempo, o setor de Recursos Humanos foi visto como uma área operacional, voltada apenas para recrutamento, folha de pagamento e rotinas administrativas. Mas o papel de “People” evoluiu e, hoje, ele é peça-chave na estratégia das empresas, especialmente nas que estão em crescimento acelerado e precisam equilibrar performance, cultura e engajamento. Ainda assim, muitos mitos continuam circulando e impedem líderes e profissionais de entender o verdadeiro impacto que o RH pode ter no negócio. A seguir, desmistifico algumas das ideias mais comuns sobre a área e o que, de fato, é verdade quando falamos em gestão de pessoas.

O primeiro mito é o de que cultura é o que os líderes dizem. Valores repetidos em reuniões, discursos sobre propósito e mensagens inspiradoras podem até soar bem, mas não definem a cultura. Ela se revela nos comportamentos que a empresa tolera no dia a dia. Se um líder grita e nada acontece, essa é a cultura. Se alguém burla um processo e é recompensado, essa também é a cultura. Cultura é o conjunto dos comportamentos que a empresa permite e dos rituais que repete. O resto é marketing interno. É por isso que, quando falamos de cultura organizacional, estamos falando de coerência entre o que a liderança diz e o que de fato acontece nas interações cotidianas.

Outro equívoco comum é acreditar que engajamento é o mesmo que felicidade. E se você acha que é, provavelmente está medindo a coisa errada. Felicidade é um estado emocional, instável e subjetivo. Já o engajamento é energia canalizada para resultados. Ele surge quando as pessoas sabem o porquê do que fazem, compreendem o impacto do próprio trabalho e sentem que fazem parte de algo maior. É um sistema sustentável, mesmo nos dias ruins, porque não depende de entusiasmo constante, mas de propósito e alinhamento. Times engajados não são necessariamente os mais felizes o tempo todo, mas sim os que têm clareza, direção e pertencimento.

E isso nos leva ao terceiro mito: a ideia de que as empresas precisam de mais processos quando, na verdade, precisam de mais clareza. Muitos líderes acreditam que o problema está na falta de cargos bem definidos, políticas ou formulários, mas os desafios da cultura normalmente nascem da falta de alinhamento. Quando o time não entende para onde está indo nem por que está fazendo o que faz, o clima se deteriora rapidamente. Antes de criar novas estruturas, é fundamental fazer uma pergunta simples: “Todo mundo aqui sabe para onde está indo e por quê?”. A clareza é o que sustenta a cultura e o engajamento. Sem ela, o RH vira um departamento de contenção de crises.

Esses três pontos estão no centro da transformação do RH. Mais do que políticas e processos, o que diferencia as empresas de alta performance é a capacidade de transformar discurso em prática, propósito em direção e energia em resultado. No fim, o que sustenta qualquer estratégia de pessoas é a verdade que se vive no cotidiano.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
28 de outubro 2025
A verdadeira virada digital não começa com tecnologia, mas com a coragem de abandonar velhos modelos mentais e repensar o papel das empresas como orquestradoras de ecossistemas.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança