ESG, Cultura organizacional, Inovação
9 minutos min de leitura

Como acelerar negócios e impulsionar as estratégias de inovação nas empresas

Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!
CEO e Partner da Nossa Praia e Chief Sustainability Officer da BPartners.co Conselheira da Universidade São Judas, 99 jobs, Ampro – Associação de Marketing Promocional, APD - Associação Pró Dança e Plan International
Gustavo Alonso Pereira é Chief Operations Officer da B&Partners, liderando as frentes de estratégia, operação, inovação, dados e tecnologia voltados para gestão e performance do negócio.
Gisele Rosa é Head of People and Culture da B&Partners.co, responsável pela equipe de Recrutamento & Seleção e Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO), certificada pelo Instituto Feliciencia como CHO (Chief Happiness Officer) e especialista em ciência do bem-estar.

Compartilhar:

Em um mundo que traz desafios de negócio cada vez mais complexos, a inovação é a chave para pensar além do óbvio e encontrar soluções criativas e mais eficazes para os problemas que surgem. É nesse cenário que a diversidade se torna uma vantagem competitiva real das empresas, ao impulsionar as estratégias de inovação e acelerar o crescimento do negócio. Isso porque equipes diversas conseguem enxergar os problemas por múltiplos ângulos, ao conectar diferentes conhecimentos e experiências de vida, o que possibilita a resolução dos desafios que se apresentam com mais agilidade e criatividade.

Com essa certeza, Bazinho Ferraz, CEO e Fundador da B&Partners.co, decidiu iniciar uma jornada estruturada e intencional para promover um ambiente mais diverso e inclusivo nas 17 empresas da network. Os resultados têm sido tão impactantes que resolvemos compartilhar, neste artigo, como conduzimos essa estratégia, para que ela se torne uma inspiração para qualquer empresa que deseja seguir o mesmo caminho.

Para iniciar essa conversa é importante ressaltar que essa mudança envolve uma transformação cultural mais ampla na organização e o trabalho colaborativo das áreas de ESG, Operações e Pessoas é essencial para o sucesso da estratégia.

O objetivo era cumprir com dois compromissos públicos assumidos pela B&Partners.co. Ela se tornou signatária de dois movimentos do Pacto Global da ONU: o Movimento Raça é Prioridade, do ODS 10, que tem como ambição alcançar 1500 empresas comprometidas; e o Movimento Elas Lideram, da ODS 5, que busca alcançar 50% de lideranças femininas nas empresas até 2030. Com a meta definida, era hora de iniciar o plano tático.

Recrutamento com diversidade: a importância da intencionalidade

Desde 2021, aplicamos anualmente o nosso Censo Interno, que reúne dados demográficos de todas as pessoas que trabalham na network, com base na autodeclaração voluntária. Com esse retrato em mãos, definimos a criação de processos de recrutamento e seleção, com o objetivo de ampliar a presença dos públicos de mulheres e pessoas pretas que queremos na network.

Para dar suporte a essa iniciativa, a área de inteligência de dados desenvolveu uma plataforma automatizada que estrutura e segmenta dados demográficos dos candidatos em tempo real, conectando essas informações às etapas do funil de recrutamento. Com essa arquitetura, foi possível realizar análises contínuas de representatividade, identificando variações e padrões de exclusão ao longo do pipeline, como a queda na proporção de grupos minorizados em determinadas fases do processo.

Essa visibilidade permite uma atuação estratégica desde o topo do funil, otimizando o mapeamento de quais posições e canais de atração performam melhor para cada perfil demográfico. À medida que os candidatos avançam, o sistema aponta as desistências por grupo e tipo de vaga, revelando possíveis vieses estruturais nas fases de triagem e avaliação. No fundo do funil, o modelo assume um papel preditivo, sinalizando riscos de perda de diversidade antes da tomada de decisão final e sugerindo ações preventivas. Com isso, transformamos a gestão da diversidade em uma disciplina baseada em dados, com foco em insights em tempo real, correção de rota ágil e otimização contínua da jornada de recrutamento.  (imagem 1).

(Imagem 1) Funil da Diversidade

Para que essa ação fosse bem-sucedida, a área de People, em parceria com a área de ESG, atuou em um processo de conscientização e capacitação das lideranças para a gestão de times diversos. Os treinamentos abordaram desde a importância da diversidade até a maneira de identificar e combater vieses inconscientes durante os processos seletivos, um passo determinante para consolidar a diversidade como pilar fundamental da estratégia de recrutamento e seleção da network.

Simultaneamente, foi necessário investir também em programas de capacitação da equipe de recrutamento, o que permitiu que o time adquirisse ferramentas e conhecimentos para aplicar práticas de seleção que garantam a equidade, e que as vagas sejam acessíveis a candidatos de diferentes perfis. A educação contínua é chave para garantir uma abordagem inclusiva em todas as etapas do processo.

Mas de nada adianta atrair e contratar mais pessoas diversas, se não forem criados programas de retenção e capacitação. Um trabalho que demanda ações de letramento recorrentes, a criação de programas de liderança feminina e de Grupos de Trabalho (GT). Atualmente são três GTs na network: Mulheres, LGBTQIAPN+ e Pessoas Negras, que se reúnem periodicamente para definir e criar ações que impulsionem as ações inerentes de cada grupo.

Em 2024, um dos letramentos de maior repercussão, avaliado com nota máxima pelos participantes, foi o de masculinidades. Feito em parceria com o Instituto Papo de Homem, o encontro trouxe questionamentos e reflexões sobre o machismo estrutural e seus impactos na sociedade e nos ambientes de trabalho.

Para avaliar a diversidade na B&Partners.co de forma mais abrangente, criamos ainda o Termômetro de Diversidade, índice que permite comparar o grau de diversidade dos colaboradores de uma organização com a representatividade dos marcadores sociais na população brasileira. Usando como base o Índice de Simpson, esta fórmula ajuda a entender o quão uniformemente distribuídos estão os colaboradores dentro dos grupos que declaram pertencer, gerando um coeficiente entre 0 e 1. Quanto mais próximo do 1, mais diverso é o ambiente.

Monitoramento dos indicadores: a bússola da transformação

Para cada uma das práticas implementadas, a B&Partners.co media o impacto nos indicadores por meio de uma ferramenta de inteligência de dados, que transforma as informações do Censo e os resultados do recrutamento e seleção inclusiva em dashboards dinâmicos, atualizados em tempo real. Mais do que uma fotografia, esses dados se tornaram uma verdadeira bússola estratégica, embasando os líderes e times de gestão de pessoas nas decisões de contratação, promoção e substituição de talentos.

A inclusão é um processo contínuo, não um evento pontual. Por isso, garantir que as substituições respeitem esse compromisso é essencial para que nossos times continuem sendo representações da sociedade, com sua pluralidade de gênero, raça, e diferentes perspectivas.

O monitoramento dos indicadores tem se revelado um catalisador de decisões estratégicas. Para dar um exemplo prático, trouxemos um dos gráficos gerenciais utilizados para monitorar a meta do Movimento Elas Lideram 2030, que estimula a empresa a alcançar 30% de mulheres em posições de liderança até 2025 e 50% até 2030 (imagem 2).

(Imagem 2) Movimento Elas Lideram

O gráfico revela que o marco de adesão ao Pacto Global, somado ao início do Programa de Letramento, foi determinante para aumentar o número de mulheres na liderança. A implementação do Canal de Ética e a implementação das políticas de Governança também contribuíram com o avanço dos indicadores.

Antes mesmo da adesão ao Pacto Global, a B&Partners.co já havia atingido a meta de 30% de mulheres em cargos de liderança até 2025, mas os dashboards mostravam uma tendência de queda desde 2021. Para reverter essa curva e garantir o avanço rumo à igualdade de gênero na B&Partners.co, foram criadas vagas afirmativas para mulheres em áreas onde ainda havia uma grande disparidade de representatividade feminina. Essa ação tem sido decisiva para garantir que as candidatas tenham mais oportunidades de ingresso em uma empresa que reconhece e valoriza suas competências.

Como resultado, em apenas um ano, a B&Partners.co não só reverteu a tendência de queda como ultrapassou a meta de 50% de mulheres na liderança em 2024, seis anos antes do previsto. Uma conquista que comprova a importância da inteligência de dados, do monitoramento e da intencionalidade das lideranças, para trazer resultados concretos e uma transformação cultural efetiva na empresa.

A jornada da B&Partners em direção à diversidade e inclusão está apenas no começo, mas já é possível observar resultados positivos e mensuráveis. O compromisso é continuar evoluindo, aprimorando os indicadores de diversidade, e buscando novas maneiras de garantir um ambiente mais equitativo para todos. Ao fomentar a diversidade com intencionalidade, estamos criando uma base sólida para um futuro mais justo e próspero para todas as pessoas.

Compartilhar:

CEO e Partner da Nossa Praia e Chief Sustainability Officer da BPartners.co Conselheira da Universidade São Judas, 99 jobs, Ampro – Associação de Marketing Promocional, APD - Associação Pró Dança e Plan International

Artigos relacionados

Reputação sólida, ética líquida: o desafio da integridade no mundo corporativo

No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real – e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Vivemos a reinvenção do CEO?

Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura
Tecnologia e inovação
15 de julho 2025
Em tempos de aceleração digital e inteligência artificial, este artigo propõe a literacia histórica como chave estratégica para líderes e organizações: compreender o passado torna-se essencial para interpretar o presente e construir futuros com profundidade, propósito e memória.

Anna Flávia Ribeiro

17 min de leitura