Uncategorized

A EXPERIMENTAÇÃO É A MUDANÇA FUNDAMENTAL DO MARKETING

A tecnologia está habilitando os gestores da área a realizar experimentos, com base em dados, para prever os comportamentos dos consumidores
é professor de marketing da escola de negócios de Stanford e diretor acadêmico do programa Stanford Ignite na América Latina, com foco em inovação e empreendedorismo.

Compartilhar:

Oque realmente mudou no marketing do século 21? Muita gente anda dizendo que os quatro Ps ficaram obsoletos, mas eu não concordo com isso. Sempre teremos de colocar preços nos produtos, nem que seja em bitcoins. Nunca eliminaremos o “P” de “praça”, só incluiremos novos canais. O mesmo vale para promoção e, claro, para produto. O que muda com o tempo e a evolução da tecnologia são os modelos de negócio. O consumo colaborativo habilitado pela tecnologia é um exemplo dessa mudança. 

Porém, a meu ver, há uma transformação realmente fundamental no marketing atual e, infelizmente, pouco percebida: a experimentação. Pense em uma plataforma de e-commerce, como a Amazon: todas as decisões que ela toma são baseadas em experimentos com os consumidores. Ela decide que tipo de display é melhor para um produto, por exemplo, com base no que as pessoas compram. A tecnologia revolucionária de hoje, que permite coletar dados como nunca, criou esse novo modo de fazer as coisas. 

Sua organização precisa estar disposta a agir como a Amazon, o que requer ter os recursos tecnológicos necessários, paciência (porque experimentos demandam tempo), disposição para descobrir onde vocês estão errando e mente aberta para atualizar hipóteses e crenças. 

O profissional de marketing, nesse contexto, deve passar a pensar e agir como um bom cientista social, lembrando que este prevê comportamentos com base em fatores que considera importantes por meio de várias ferramentas, entre as quais as experimentações. O que o cientista social faz é apresentar duas possibilidades a uma pessoa e observar seu comportamento, e é exatamente isso que o profissional de marketing tem de aprender a fazer daqui por diante. 

É necessário, no entanto, realizar esses experimentos orientado por teorias sobre o comportamento do consumidor. Ou seja, o profissional de marketing precisa entender a psicologia do consumidor em um nível mais profundo para saber escolher o experimento ideal entre os muitos que são possíveis – aquele experimento que dará respostas a suas perguntas. 

> ALGUMAS EMPRESAS CONTAM COM GRUPOS DE INSIGHTS DE CLIENTES, SÓ QUE TÃO INÚTEIS QUANTO UM SEXTO DEDO NA MÃO

A onda agora é o teste A/B, curiosamente tratado como se fosse algo novo, independente de todo o resto. Trata-se de um tipo de experimento que os psicólogos têm feito há mais de cem anos! Só que o teste A/B é apenas um dos muitos experimentos possíveis. O fato é que, cada vez mais, o gestor de marketing terá de saber escolher experimentos. 

Duas coisas podem acontecer como consequência dessa mudança fundamental: ou uma revolução nas práticas do marketing e no tipo de profissional que o marketing atrai, ou uma mediocrização, com um bando de gente realizando testes A/B medíocres. No segundo caso, haverá aquelas agências digitais que saem fazendo testes sem se perguntarem o que aprenderam com cada um e sem desenvolverem a habilidade de entender os dados que coletam. 

Hoje, as empresas já têm vários dados, mas não fazem ideia de como extrair insights deles. Algumas contam com grupos de insights de clientes, só que tão inúteis quanto um sexto dedo na mão. O desafio não é obter dados, e sim entendê-los e usá-los, por meio de uma máquina de aprendizado. E isso se faz com experimentação. 

A revolução do marketing não tem nada a ver com os quatro Ps.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Processo seletivo é a porta de entrada da inclusão

Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas – e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Você tem repertório para liderar?

Liderar hoje exige mais do que estratégia – exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura