Uncategorized

A tecnologia exige maior QI organizacional

À medida que se acelera o fluxo de informações, as empresas têm de funcionar como redes de computadores
Haim Mendelson é professor de comércio eletrônico e administração da escola de negócios da Stanford University e coautor do livro Survival of the smartest, que apresenta o conceito de QI organizacional.

Compartilhar:

Hoje, quando ações que demoravam semanas são realizadas em segundos, os sistemas nervosos digitais estão na linha de frente das empresas. Eles geram um número cada vez maior de ciclos de ação em áreas diversas – de negociações de investimentos a carros autônomos e gestão da cadeia de fornecimento – e desempenham um papel mais importante até no ciclo de feedback de aprendizado. 

Com o sistema nervoso digital ganhando mais espaço, o que acontece com o sistema nervoso organizacional? Ele está se afastando da execução e entrando mais no design do modelo de negócio, na estratégia e no controle. E o que acontece com o QI organizacional? Torna-se mais e mais importante e precisa ser aumentado constantemente. 

QI organizacional é um indicador que desenvolvi no final da década de 1990 com minha equipe de pesquisa em Stanford, como síntese de várias métricas que avaliam a efetividade da gestão da informação das empresas. Confirmamos, em estudos ao longo dos anos, que o QI organizacional é um forte indicador de sucesso nos negócios. 

Para entender o conceito, enxergue sua empresa como um sistema nervoso organizacional, análogo a uma rede de computadores. Isso significa que, nela, o processamento das informações é realizado tanto por processadores digitais de informações como por processadores humanos. E tais processadores trabalham em ciclos de feedback integrados, por meio dos quais coletam informações do ambiente externo e as combinam com conhecimento humano para gerar decisões eficazes. ![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/1d6cb198-80f8-45e2-af06-b161476d7b1a.png)

Os processadores organizacionais rodam dois ciclos de feedback: um loop de ação, que traduz as informações em ação, e um loop de aprendizado, que combina as informações com a experiência para melhorar a percepção e o entendimento da empresa sobre o mutável ambiente externo. 

Um sistema nervoso organizacional requer sensores que recebam inputs do mundo exterior; processadores que computem as informações e tomem decisões; capacidade de armazenar as informações e compartilhá-las efetivamente; mecanismos que reduzam os gargalos de processamento (ou as decisões serão ineficientes, e as respostas, tardias); e uma visão da operação como parte de uma coleção maior de redes interconectadas, em vez de ser um sistema independente, autônomo e fechado. Quando tudo isso funciona bem e a gestão da informação é tão eficaz como em uma rede de computadores, o QI organizacional é alto. 

O serviço ao cliente é um importante diferenciador competitivo, da perspectiva do QI organizacional: ele não só desempenha um papel na criação de uma experiência superior para o cliente, mas também serve como entrada-chave para o ciclo de aprendizado, que permite à empresa melhorar as jornadas dos consumidores e o design do produto, bem como identificar novas tendências. 

Para aumentar o QI organizacional de sua empresa, por exemplo, é recomendável que, em vez de se preocupar em afastar os clientes do atendimento, você aumente o valor gerado por um dos pontos de contato com eles. Para tanto, você deve fazer com que o serviço ao cliente integre o ciclo de ação e o ciclo de aprendizado. 

A inteligência artificial desempenha um papel fundamental em ambos os ciclos. Além de aumentar a produtividade, ela reduz o atraso entre aprendizado e ação, agregando informações de múltiplas fontes à velocidade da luz e convertendo alguns problemas organizacionais em problemas de engenharia. Ela ainda permite a delegação eficaz das decisões do atendimento aos colaboradores e captura os benefícios do ciclo de aprendizado. 

Ah! A IA crescente exige do sistema nervoso organizacional (humano) que projete e avalie mais constantemente novos modelos de negócio.

Compartilhar:

Artigos relacionados

O fim dos chatbots? O próximo passo no futuro conversacional 

O futuro chegou – e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Como o fetiche geracional domina a agenda dos relatórios de tendência

Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas – como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas – e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Processo seletivo é a porta de entrada da inclusão

Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas – e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura
Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

Natalia Ubilla

3 min de leitura