Desenvolvimento pessoal

Aprendizado constante: a habilidade mais importante de um profissional

A transformação impulsionada pela digitalização é um movimento que tem mudado completamente a forma como interagimos, trabalhamos e aprendemos.
Formado em administração pela Universidade do Porto, em Portugal, Jorge Santos Carneiro, é presidente da ao³, marca que nasceu após a compra da operação brasileira da britânica Sage – onde atuou por mais de 20 anos e foi presidente no Brasil e América Latina. Estudou liderança organizacional na INSEAD, na França, e na Yale School of Management, nos Estados Unidos, e tem um MBA em comércio internacional pela ESADE, na Espanha. Também foi presidente da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) e nomeado Oficial da Ordem do Império Britânico (OBE) pela Rainha Elizabeth II.

Compartilhar:

A pandemia acelerou o ritmo das coisas e avançamos pelo menos duas décadas nesses últimos meses. Mas a verdade é que esse tem sido o curso natural na economia atual. A velocidade da inovação está maior do que nunca. 

Para se ter uma ideia, segundo a IBM, 90% dos dados do mundo foram produzidos nos últimos 10 anos. E o ritmo continua veloz: de acordo com o [IDC](https://www.idc.com/), o volume de dados dobra a cada dois anos, o que nos traz muitas oportunidades. Mas como detectar essas possibilidades e estar preparado para aproveitá-las em um mundo que está em constante mudança?

## O futuro já chegou 

Um ponto importante é compreendermos que [buscar o conhecimento será a única maneira das pessoas se manterem ativas e se reinventarem](https://revistahsm.com.br/post/as-competencias-do-futuro-hoje). Na Era Digital, as inovações são superadas rapidamente. O que é relevante hoje, pode estar ultrapassado amanhã. Faz parte do jogo. 

Uma pesquisa do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA), apontou que aproximadamente 40% das ocupações descritas como ‘empregos dos sonhos’, por jovens de 15 anos, possivelmente serão automatizadas nos próximos 10 a 15 anos. Outro estudo da Mckinsey indica que até 2030, até 40% dos trabalhadores, em países desenvolvidos, podem precisar mudar de ocupação ou atualizar as suas habilidades.

A boa notícia é que muitas outras profissões serão criadas – fora as muitas que vimos despontar na última década, como por exemplo: analista de mídias sociais, profissionais de SEO, especialista em cibersegurança, entre outros. 

O Fórum Econômico Mundial identifica que a tecnologia está presente nas principais oportunidades de novas ocupações profissionais. Mas não só elas. Um aspecto que se destaca é o fator humano e social, principalmente na necessidade de relacionamento interpessoal, produção de conteúdo, habilidade para interpretação e atendimento.

## A busca por reaprender a aprender

O fator-chave nesse cenário é [reaprender a aprender](https://revistahsm.com.br/post/novas-habilidades-aprender-ou-morrer). Buscar o aprendizado contínuo engloba estar aberto ao novo o tempo todo. Conhecimento nunca é demais, e não atualizá-lo nos mantém estagnados ao que aprendemos. 

Lembra que o mundo está mudando rapidamente e ninguém quer ficar no mesmo lugar para sempre, não é mesmo? Para isso, primeiro, precisamos aceitar que a mudança é uma constante. Assim eliminamos um pouco daquele medo natural que temos do inesperado.

Outro passo é entendermos que aprender instiga a nossa curiosidade e ajuda a mudar a forma como encaramos o mundo. O [processo de aprendizagem deve nos acompanhar ao longo da vida](https://revistahsm.com.br/post/nao-existe-ex-aluno) e não ter um determinado período para acontecer. Ele pode ser amplo, diversificado e desconectado da sala de aula.

Os cursos tradicionais são relevantes porque muitas vezes aprendemos mais na troca com os colegas de turma do que com o conteúdo. Ainda mais hoje, em que a interação foi potencializada pelos canais digitais e a troca de experiências não fica restrita ao horário da aula. 

Você se interessa por novas ideias e descarta conceitos obsoletos, é um ciclo. Ao encarar o cotidiano com essa nova percepção, aprender torna-se mais natural e um exercício que passa a fazer parte das relações interpessoais. Aprendemos com os nossos colegas de trabalho, fornecedores, clientes, amigos e familiares. 

Todos são capazes de nos ensinar e nenhum conhecimento é em vão. Porém, em tempos de canais digitais, o aprender também exigirá uma curadoria de valor para selecionar conteúdo relevante em meio à imensidão de informação sem embasamento ou pouco objetiva disponível. O caminho é buscar fontes confiáveis – seja um profissional com uma trajetória reconhecida ou um especialista com experiência comprovada em determinado assunto.

Segundo o matemático e filósofo francês Blaise Pascal, o aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se: quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso contato com o desconhecido. Ou seja, quanto mais sabemos, mais nos damos conta de quanto ainda há para aprender. E, em um mundo que se transforma tão rapidamente, isso pode ser assustador ou estimulante. Eu escolho a segunda opção.

## Múltiplas formas de aprender

Ao longo da minha carreira como executivo e empreendedor, busco [aprender o tempo todo](https://revistahsm.com.br/post/voce-ja-ouviu-falar-em-lifelong-learning-entenda-esse-conceito) e sempre fico feliz quando tenho a oportunidade de estar em contato com o novo e de me reinventar. O meu conhecimento veio de diversas fontes – livros, cursos, viagens –, mas principalmente de quem está comigo no dia a dia, dividindo experiências e fazendo o diferente.

Estar disposto a mudar a minha forma de pensar quantas vezes for necessário foi o jeito que encontrei para trilhar a minha trajetória nos negócios e na vida pessoal. Se tudo muda muito rápido e o tempo todo, ser capaz de aprender e se reinventar é mais do que diferencial competitivo, é a única forma de se manter relevante.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura
Gestão de Pessoas, Carreira, Desenvolvimento pessoal, Estratégia
12 de agosto de 2025
O novo desenho do trabalho para organizações que buscam sustentabilidade, agilidade e inclusão geracional

Cris Sabbag - Sócia, COO e Principal Research da Talento Sênior

5 minutos min de leitura
Liderança, Gestão de Pessoas, Lifelong learning
11 de agosto de 2025
Liderar hoje exige mais do que estratégia - exige repertório. É preciso parar e refletir sobre o novo papel das lideranças em um mundo diverso, veloz e hiperconectado. O que você tem feito para acompanhar essa transformação?

Bruno Padredi

3 minutos min de leitura
Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura