Marketing & growth, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Liderança
3 minutos min de leitura

Até quando o benchmark é bom?

Inspirar ou limitar? O benchmark pode ser útil - até o momento em que te afasta da sua singularidade. Descubra quando olhar para fora deixa de fazer sentido.
Uma das 50 principais criadoras de conteúdo de marca pessoal no LinkedIn no Brasil, Bruna tem 15 anos de experiência em Comunicação Digital e é responsável por desenvolver a estratégia de executivos de grandes empresas, founders e conselheiros.

Compartilhar:

Durante muito tempo, usamos o benchmarking como ferramenta de aprendizado e orientação estratégica para posicionar marcas corporativas e pessoais. 

Antes de comunicar, olhamos para o que os outros estão fazendo. 
Antes de testar, copiamos. 
Funciona? Às vezes. 

Mas qual o limite saudável do benchmark? Como saber quando ele deixa de inspirar e passa a limitar?

Tenho refletido muito sobre o quanto o excesso de referência externa distancia as marcas e as pessoas daquilo que elas têm de mais valioso: a singularidade.


A armadilha de se parecer com todo mundo

Eu mesma já fui entusiasta do benchmark. Observava padrões de postagens, temas mais performáticos, formatos replicáveis. Mas, durante o trabalho de posicionamento executivo, fui percebendo que, quanto mais olhávamos para fora, mais nos afastávamos daquilo que realmente sustenta uma marca pessoal sólida: consistência, verdade e identidade.

Foi então que comecei a usar abordagens diferentes: A/B testing mesmo. 

Um texto mais técnico versus um mais autoral. Um conteúdo com base em tendência versus um insight gerado de vivência própria. 

E os resultados foram nítidos: pessoas que priorizavam o olhar interno antes de buscar validação externa, ganhavam fôlego, criavam espaço próprio e sustentavam relevância com mais naturalidade e menos esforço.


O maior concorrente não é quem você imagina

O João Branco, ex-CMO do McDonald’s, uma vez disse algo que nunca mais esqueci: o maior concorrente do Mc não era o Burger King. Era o cliente que ia ao Mc, recebia o lanche errado ou tinha uma experiência ruim. 

A concorrência real estava na entrega malfeita, na desconexão com a promessa da marca.

Fiz o paralelo imediato com marcas pessoais.

Seu maior concorrente não é o outro executivo que também se posiciona no digital, nem a profissional da sua área que já tem autoridade consolidada. É o seu potencial desperdiçado. É você tentando parecer com todo mundo e, nesse processo, abandonando o que te torna único.


As razões para olhar para dentro primeiro

Construir uma marca pessoal relevante começa com um exercício profundo de interiorização. Antes de olhar para o que está dando certo nos outros, é preciso entender o que, em você, merece ser celebrado, compartilhado e cultivado.

– Autenticidade: Não existe posicionamento sustentável sem verdade. Quando você se comunica a partir de quem é, cria um vínculo emocional com sua audiência. 

– Domínio da própria trajetória: Quem conhece sua origen e entende sua ambição se posiciona com firmeza. Não precisa buscar moldes externos, porque tem clareza do que quer sustentar ao longo do tempo.

– Autocelebração: Seu repertório, suas conquistas, suas convicções: tudo isso é matéria-prima. Marcas sólidas são construídas por pessoas que assumem e valorizam sua própria história, identificando seus pontos fortes e celebrando-os.

– Desapego das visões equivocadas sobre si: Olhar para dentro também é um processo de depuração. É tirar as lentes que outros colocaram em você, recusar os rótulos que não te representam mais e dominar a própria narrativa, antes que alguém o faça em seu lugar.

– Criar uma oferta única (e parar de replicar a bolha): Quando você ignora o que te diferencia para repetir fórmulas, você se dissolve. A verdadeira força está em tensionar o status quo, não em se acomodar nele.


E quando, afinal, olhar para fora?

O benchmark não deve ser descartado, mas defendo veementemente que ele precisa ser reposicionado. 

Tanto que, se você fez seu posicionamento de marca pessoal comigo no último ano, deve ter reparado que eu retirei o capítulo “benchmarking” da estratégia inicial e passei a usá-lo de forma pontual nas etapas posteriores do projeto.

Acredito que, depois que consolidar sua identidade, sua narrativa e seu território, aí sim vale observar o mercado, aprender com cases, analisar movimentos, mas sempre filtrando tudo com senso crítico. 

Benchmark não é um modelo a ser seguido, mas um insumo a ser traduzido à sua maneira.


O que fica

Se você quer construir uma marca pessoal forte, reconhecível e duradoura, a direção é inversa ao impulso comum: comece por você e só depois vá para o mundo.

Antes de buscar validação, encontre sua verdade.
Antes de estudar os outros, entenda seu diferencial.
Antes de mirar na performance, aposte na consistência.

O mercado está cheio de vozes parecidas, mas o que constrói valor real é justamente o que te torna inconfundível.

Compartilhar:

Uma das 50 principais criadoras de conteúdo de marca pessoal no LinkedIn no Brasil, Bruna tem 15 anos de experiência em Comunicação Digital e é responsável por desenvolver a estratégia de executivos de grandes empresas, founders e conselheiros.

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
19 de setembro de 2025
Sem engajamento real, a IA vira promessa não cumprida. A adoção eficaz começa quando as pessoas entendem, usam e confiam na tecnologia.

Leandro Mattos - Expert em neurociência da Singularity Brazil

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de setembro de 2025
Ignorar o talento sênior não é só um erro cultural - é uma falha estratégica que pode custar caro em inovação, reputação e resultados.

João Roncati - Diretor da People + Strategy

3 minutos min de leitura
Inovação
16 de setembro de 2025
Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Magnago

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de setembro de 2025
O luto não pede licença - e também acontece dentro das empresas. Falar sobre dor é parte de construir uma cultura organizacional verdadeiramente humana e segura.

Virginia Planet - Sócia e consultora da House of Feelings

2 minutos min de leitura
Marketing & growth, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
12 de setembro de 2025
O futuro do varejo já está digitando na sua tela. O WhatsApp virou canal de vendas, atendimento e fidelização - e está redefinindo a experiência do consumidor brasileiro.

Leonardo Bruno Melo - Global head of sales da Connectly

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
11 de setembro de 2025
Agilidade não é sobre seguir frameworks - é sobre gerar valor. Veja como OKRs e Team Topologies podem impulsionar times de produto sem virar mais uma camada de burocracia.

João Zanocelo - VP de Produto e Marketing e cofundador da BossaBox

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, compliance, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
10 de setembro de 2025
Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura - às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Tatiana Pimenta - CEO da Vittude

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Inovação & estratégia
9 de setembro de 2025
Experiência também é capital. O ROEx propõe uma nova métrica para valorizar o repertório acumulado de profissionais em times multigeracionais - e transforma diversidade etária em vantagem estratégica.

Fran Winandy e Martin Henkel

10 minutos min de leitura
Inovação
8 de setembro de 2025
No segundo episódio da série de entrevistas sobre o iF Awards, Clarissa Biolchini, Head de Design & Consumer Insights da Electrolux nos conta a estratégia por trás de produtos que vendem, encantam e reinventam o cuidado doméstico.

Rodrigo Magnago

2 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

José Blatazar S. Osório de Andrade Guerra, professor e coordenador na Unisul, fundador e líder do Centro de Desenvolvimento Sustentável (Greens, Unisul)

0 min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança