Carreira

Como destravar a carreira, se não se sabe por onde começar?

Método considera o valor de se olhar para presente e a importância de três diretrizes: ciclos, metas como experimento e decisões com ajustes
Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Compartilhar:

Ame o processo, não o resultado. Esse é o mantra, ou segredo de sucesso, de Warren Buffett. Quando focamos mais nas nossas ações e fazemos o que gostamos no dia a dia, os resultados irão aparecer. 

O conceito parece simples, mas, na prática, não é. Muitas vezes focamos nossas energias apenas nos resultados que queremos atingir e esquecemos o que realmente importa: o que estamos fazendo hoje, no presente. 

Você pode pensar da mesma forma na busca pela carreira “ideal”. A meta e os resultados esperados são extremamente importantes para dar o norte, sentir a direção que está sendo tomada. No entanto, o que realmente importa é como queremos viver o nosso cotidiano.

Quando se fala em decidir sobre qual [carreira](https://revistahsm.com.br/post/plato-de-carreira-como-superar-a-estagnacao-profissional) seguir, amar o processo e não o resultado torna-se ainda mais complexo. Na prática, o que ocorre é uma explosão de fatores que influenciam a decisão. Além disso, existem infinitos caminhos e é humanamente impossível considerar todas as possibilidades.

Normalmente o que acontece é que “paralisamos” nesse tipo de cenário, pois queremos achar a resposta certa desse problema. Como se, de fato, existisse a carreira “ideal”. [O mundo está mudando](https://revistahsm.com.br/post/aprendizado-constante-a-habilidade-mais-importante-de-um-profissional) o tempo todo e nós também. O que é ideal hoje pode não ser mais o ideal daqui a alguns anos.

Por isso, apresentamos aqui três dicas que podem te ajudar a destravar sua carreira, especialmente se você não sabe por onde começar.

## Pense em ciclos de 3 a 5 anos

Pensar na carreira para daqui a 10 ou 20 anos é uma iniciativa válida e bastante interessante, mas muito difícil de realizar. Você não possui atualmente todas as informações necessárias para definir uma meta de tão longo prazo, sem contar que muita coisa irá mudar até lá.  Por outro lado, um período de apenas 1 ou 2 anos não te daria um tempo hábil para se preparar para atingir seus objetivos.

Planejar sua carreira em ciclos de 3 a 5 anos te possibilitará fazer pequenos ajustes ou mesmo grandes mudanças ao longo de toda sua vida profissional, de acordo com suas vivências e experiências. 

O principal ponto aqui é entender que você não está definindo sua meta de carreira para toda a vida. Isso te dará margem para errar e experimentar, tendo em vista que você terá muitos ciclos ao longo da vida para ajustar o seu caminho. 

## Encare sua meta de carreira como um experimento

Ao ver cada ciclo da carreira como um “experimento”, podemos levantar as seguintes reflexões: o que posso aprender nesse processo? O que fez sentido, e o que não fez? E qual deve ser o próximo passo?

Apenas vivenciando e experimentando é que você vai saber o que gosta e o que não gosta de fazer. Em pouco tempo você pode fazer um “protótipo” da sua carreira. O protótipo é uma forma rápida, de baixo custo e risco, para testar uma ideia e aprender durante o processo, além de refiná-la ao longo do percurso. 

Por exemplo, uma maquete ou um modelo físico pode ser usado como protótipo para testar um objeto antes de sua produção. Um projeto piloto, por sua vez, pode ser usado para testar um serviço antes de uma implementação em escala. 

Da mesma maneira, podemos “testar” nossa carreira através de [vivências e experiências](https://revistahsm.com.br/post/como-desenvolver-competencias-comportamentais) que nos possibilitem entender, na prática e não na teoria, o quanto uma determinada carreira faz ou não sentido para você. Atuar em projetos voluntários pode ser um ótimo exemplo de protótipo para sua carreira.

## Tome uma decisão, siga em frente e avalie. 

Muitas pessoas acabam “paralisando” quando precisam tomar uma decisão importante. Esse fenômeno já foi muito estudado por pesquisadores e é conhecido também como o “paradoxo das escolhas”. 

Esse paradoxo explica que uma grande quantidade de opções e informações pode acabar nos deixando ansiosos e indecisos. Muitas vezes esse paradoxo provoca em nós o medo de tomar a decisão errada, o que, por sua vez, pode levar a uma paralisia de análise. Como consequência, essa imobilidade não nos leva a lugar nenhum em nossos projetos.

Compartilhar:

Sabina Augras e Laura Fuks são sócias fundadoras da Cmov, edtech na área de carreira e empregabilidade.

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Inovação & estratégia, Liderança
29 de agosto de 2025
Estamos entrando na temporada dos planos estratégicos - mas será que o que chamamos de “estratégia” não é só mais uma embalagem bonita para táticas antigas? Entenda o risco do "strategy washing" e por que repensar a forma como construímos estratégia é essencial para navegar futuros possíveis com mais consciência e adaptabilidade.

Lilian Cruz, Cofundadora da Ambidestra

4 minutos min de leitura
Empreendedorismo, Inovação & estratégia
28 de agosto de 2025
Startups lideradas por mulheres estão mostrando que inovação não precisa ser complexa - precisa ser relevante. Já se perguntou: por que escutar as necessidades reais do mercado é o primeiro passo para empreender com impacto?

Ana Fontes - Empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Tecnologia & inteligencia artificial
26 de agosto de 2025
Em um universo do trabalho regido pela tecnologia de ponta, gestores e colaboradores vão obrigatoriamente colocar na dianteira das avaliações as habilidades humanas, uma vez que as tarefas técnicas estarão cada vez mais automatizadas; portanto, comunicação, criatividade, pensamento crítico, persuasão, escuta ativa e curiosidade são exemplos desse rol de conceitos considerados essenciais nesse início de século.

Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech

4 minutos min de leitura
Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança