Gestão de Pessoas

Como engajar e aumentar os resultados através da saúde dos colaboradores

Com programas de promoção de saúde de qualidade aos seus funcionários e prestadores de serviços, as empresas conseguem reduzir absenteísmo, custos com os planos de saúde e riscos de afastamento
Renata Vilenky é diretora de produtos da B-tech Kikkin, membro da Academia Europeia da Alta Gestão, conselheira convidada da TrendsInnovation e professora da FGV nas disciplinas de estratégia, inovação e gestão de projetos.

Compartilhar:

Nos últimos anos, os custos dos planos de saúde têm aumentado sensivelmente em função da inflação médica e dos modelos de cálculos de atualização de preços aplicados pelas operadoras. Hoje, este é o segundo maior custo para a empresa, perdendo apenas para a folha de pagamento. Este impacto financeiro da saúde é bastante alto para a empresa, e entender que existem caminhos possíveis para reduzi-lo é fundamental.

A atualização do valor do plano é o resultado da inflação médica incrementada pela utilização do plano, no que a operadora entende que ultrapassa seus limites de risco, e neste cenário temos ofensores importantes como doentes crônicos, pessoas que utilizam o pronto-socorro ao invés de cuidado preventivo e pessoas sedentárias que desenvolvem doenças de diversas naturezas.

Mas este não é o único custo da saúde que impacta a empresa, ainda existe o fator previdenciário, conhecido como FAP, que pode onerar a empresa de 0,5% a 6% sobre a folha em função dos seus profissionais afastados.

Portanto, cuidar da saúde dos colaboradores não é apenas uma questão de entregar um benefício desejado por todos, mas uma forma de melhorar resultados financeiros da empresa, engajar os colaboradores, melhorar a produtividade e contribuir para a saúde pública, se sua empresa não oferecer plano de saúde para os funcionários.

## Triagem remota
Já temos no Brasil aplicativos que através do celular medem alguns sinais vitais, como respiração, nível de estresse, frequência cardíaca, pressão, glicemia, oxigenação e/ou índice de massa corporal, permitindo o cuidado preventivo ou o monitoramento de doentes crônicos remotamente, através dos quais o indivíduo acompanha sua saúde.

Se algum indicador alertar variação significativa, seu médico pode ser acionado e avaliar a situação rapidamente, oferecendo atendimento imediato e orientação correta, evitando idas desnecessárias a hospitais, compras desnecessárias de remédios e garantindo acolhimento e tranquilidade à pessoa sem a necessidade de deslocamento. Geralmente esses aplicativos estão integrados ao atendimento via telemedicina e possuem a facilidade de prescrição de exames adicionais ou receitas de remédios, se necessário.

A cobrança desses aplicativos é feita por valor por vida, e pode ser um caminho inicial para mitigar o risco de desenvolvimento de doenças nos colaboradores, além de oferecer uma triagem remota sem a necessidade de ir a um hospital. Portanto, no trabalho home office, ou não, 24 horas por dia, sete dias na semana, já temos a possibilidade de cuidar de nossos colaboradores, mesmo que não haja um plano de saúde atrelado.

Além desse caminho, já possuímos no País, cabines de atendimento que permitem uma série de exames, assim a empresa consegue unir medicina ocupacional com medicina assistencial. Essas cabines podem ser implantadas dentro das empresas, e o próprio médico do trabalho pode definir os protocolos de acompanhamento de seus colaboradores a fim de mantê-los saudáveis dentro da empresa.

## Melhoria de produtividade
Nessas cabines já é possível fazer eletrocardiograma, bioimpedância, medir glicemia, pressão, frequência cardíaca, fazer exame de pele, exame de fundo de olho, avaliar audiometria, fazer ausculta pulmonar e cardíaca, avaliar nariz, ouvido e garganta, ou seja, prevenir, monitorar e estabelecer rotinas de cuidados com os colaboradores e familiares, se fizer sentido para a empresa.

Todos os exames têm seus resultados online, integrados, em uma plataforma de telemedicina onde o colaborador em um ambiente completamente refrigerado, privado e estéril pode ser atendido por uma equipe médica multidisciplinar, por telemedicina, de acordo com a natureza de sua necessidade de atendimento.

Assim é possível oferecer desde consultas psicológicas, consultas clínicas até especialidades ortopédicas, com a função de triar e encaminhar para atendimentos presenciais somente os casos que realmente exigirem este tipo de cuidado.

Deste modo, a empresa, com bons programas de promoção de saúde e elegibilidade, pode cuidar de seus colaboradores, respectivos familiares e até prestadores de serviços que trabalhem no local, reduzindo absenteísmo, custos com os planos de saúde e riscos de afastamento, melhorando os cuidados com os doentes crônicos, identificando riscos de seus colaboradores e aplicando programas de qualidade de vida alinhados às necessidades reais de seu público.

Um dos maiores ganhos para uma empresa responsável socialmente e economicamente passa pela aplicação da multidisciplinaridade inteligente do trabalho das áreas de RH, finanças e medicina do trabalho, atuando em conjunto, em prol de uma empresa mais eficiente, mais rentável e mais cidadã, ao oferecer promoção de saúde de qualidade aos seus funcionários, ao invés de ajudar a tratar suas doenças, somente, através do sistema público ou privado de saúde.

Compartilhar:

Artigos relacionados

A aposta calculada que levou o Boticário a ser premiado no iF Awards

Enquanto concorrentes correm para lançar coleções sazonais inspiradas em tendências efêmeras, o Boticário demonstra que compreende um princípio fundamental: o verdadeiro valor do design não está na estética superficial, mas em sua capacidade de gerar impacto social e econômico simultaneamente. A linha Make B., vencedora do iF Design Award 2025, não é um produto de beleza – é um manifesto estratégico.

Quando o colaborador é o problema

Ambientes tóxicos nem sempre vêm da cultura – às vezes, vêm de uma única pessoa. Entenda como identificar e conter comportamentos silenciosos que desestabilizam equipes e ameaçam a saúde organizacional.

Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura