Liderança

Continuamos a zero dias sem acidentes emocionais

Após um ano de pandemia, continuamos pegando pesado no tratamento com colaboradores, entre líderes e pessoalmente, com as nossas questões internas. Esse artigo busca oferecer uma reflexão que vai na contramão dessa realidade atual
É conselheira de empresas, mentora e professora. Durante anos foi executiva de empresas, passando por organizações como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É autora de diversos livros, entre os quais está o ‘Emoção e Comunicação - Reflexão para humanização das relações de trabalho’, escrito em parceria com a Cynthia Provedel.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Já fizemos aniversário de isolamento. Mais de um ano revendo nossa convivência, buscando aguentar firme nesse novo jeito de viver, cada vez mais ansiosos por uma vacina que nos permita voltar a nos relacionar olho no olho. Está demorando, muito, aliás, mais do que gostaríamos.

Logo nas primeiras semanas do fatídico mês de março (2020) que recomendamos que os brasileiros ficassem em casa, na medida do possível, escrevi um artigo sobre o pequeno caos que nos encontrávamos, descobrindo uma forma de lidar com a montanha-russa de afazeres e emoções. Eis que mais de um ano depois, a gente ainda vem colecionando causos, alguns engraçados, mas outros tantos bastante trágicos.

Foi também um bom ano para nos darmos conta de que saúde emocional conta, e conta muito. Cada pessoa reage de uma forma ao isolamento e isso tem trazido, pelo menos para mim, muitas reflexões, especialmente sobre empatia.

Sempre gostei de observar as pessoas. É o meu jeito de me importar com elas. Então, naturalmente, percebo rápido quando tem alguma coisa fora do lugar. Passei a perguntar mais: “como você está?”. Deixei de perguntar “você está bem?” porque percebi uma certa violência nisso.

Parece uma obrigação estar sempre bem. Parece que [a gente é frágil se não aguenta o tranco](https://www.revistahsm.com.br/post/o-ceo-que-lava-louca-e-a-importancia-da-vulnerabilidade). Sempre que vejo alguém dando um pito em outro alguém porque não está bem, me lembro da “sabedoria popular”: mimimi é a dor que só dói na outra pessoa. Então vamos pegar mais leve, gente.

## Leveza no tom

Essa coluna foca o papel da liderança, por isso não custa lembrar que as pessoas são diferentes, reagem ao isolamento de forma diferente e a gente pode tentar mediar isso da melhor forma possível. Que forma é essa? Não tenho uma resposta precisa, mas passa por dar um pouco de atenção individualizada.

Além disso, a resposta passar por entender como as pessoas estão, pegar leve na quantidade de pressão que colocamos nas coisas do dia a dia (inclua aí dez zooms / teams por dia, o que já tem sido considerado um “zoom fadigue”), dar um toque quando a gente vê alguém pegando pesado com outra pessoa.

Esse período uma hora vai passar, mas a memória afetiva desse período, não. Disso vamos lembrar durante um bocado de tempo.

Falo muito de time, mas é bom também olhar para os nossos pares, para a nossa liderança. No fim das contas, somos todos humanos. E quanto mais subimos na escalada de carreira, menos gente temos para conversar.

Adivinha o que a gente faz quando falta válvula de escape? Álcool, drogas, mais trabalho, mais comportamento explosivo. Há também quem se encontre nas leituras ou desconte o estresse em algum esporte, por exemplo. Mas os pobres esportes e livros são apenas uma opção entre várias outras desastrosas: fácil se perder e depois se arrepender.

## CUIDADO

Com mais consciência sobre isso, a gente pode cuidar mais uns dos outros. Dar suporte. Apoio. Pegar leve. Recomendar um(a) especialista da área de saúde, se for o caso. Ninguém devia largar a mão de ninguém.

Compartilhar:

É conselheira de empresas, mentora e professora. Durante anos foi executiva de empresas, passando por organizações como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É autora de diversos livros, entre os quais está o ‘Emoção e Comunicação - Reflexão para humanização das relações de trabalho’, escrito em parceria com a Cynthia Provedel.

Artigos relacionados

Quando o corpo pede pausa e o negócio pede pressa

Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão – e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

ESG
13 de outubro de 2025
ESG não é tendência nem filantropia - é estratégia de negócios. E quando o impacto social é parte da cultura, empresas crescem junto com a sociedade.

Ana Fontes - Empreendeedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia
10 de outubro de 2025
Com mais de um século de história, a Drogaria Araujo mostra que longevidade empresarial se constrói com visão estratégica, cultura forte e design como motor de inovação.

Rodrigo Magnago

6 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Liderança
9 de outubro de 2025
Em tempos de alta performance e tecnologia, o verdadeiro diferencial está na empatia: um ativo invisível que transforma vínculos em resultados.

Laís Macedo, Presidente do Future is Now

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Bem-estar & saúde, Finanças
8 de outubro de 2025
Aos 40, a estabilidade virou exceção - mas também pode ser o início de um novo roteiro, mais consciente, humano e possível.

Lisia Prado, sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
7 de outubro de 2025
O trabalho flexível deixou de ser tendência - é uma estratégia de RH para atrair talentos, fortalecer a cultura e impulsionar o desempenho em um mundo que já mudou.

Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago e iFood Benefícios

7 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de outubro de 2025
Como a evolução regulatória pode redefinir a gestão de pessoas no Brasil

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

4 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
Ser CEO é mais que ocupar o topo - para mulheres, é desafiar estereótipos e transformar a liderança em espaço de pertencimento e impacto.

Giovana Pacini, Country Manager da Merz Aesthetics® Brasil

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
3 de outubro de 2025
A IA está redefinindo o trabalho - e cabe ao RH liderar a jornada que equilibra eficiência tecnológica com desenvolvimento humano e cultura organizacional.

Michelle Cascardo, Latam Sr Sales Manager na Deel

5 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Tecnologia & inteligencia artificial
2 de outubro de 2025
Na indústria automotiva, a IA Generativa não é mais tendência - é o motor da próxima revolução em eficiência, personalização e experiência do cliente.

Lorena França - Hub Mobilidade do Learning Village

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2025

Chico Araújo - Diretor-executivo do Instituto Inteligência Artificial de Verdade - IAV e Cofundador do The Long Game

10 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança