Marketing e vendas

Do zero à pandemia: um ano como CMO

Da construção do time à gestão remota, listo ações que fizeram da equipe mais forte, coesa e integrada
Trocou as grandes corporações pelo mundo das startups e atualmente é CMO da unico, IDTech especializada em tecnologia para identidades digitais.

Compartilhar:

Esse ano está voando, é senso comum. Aqui, além da pandemia, que de certa forma mudou a percepção de tempo para todos nós, os últimos doze meses passaram de forma especialmente acelerada, também porque completei um ano como CMO na Acesso Digital. 

Dizem que, em startups, a contagem de anos vale da mesma forma que para cachorros. E posso afirmar que, mais que uma metáfora engraçada, é bem verdadeiro. Tive um ano de tanto aprendizado que mal sabia qual deles escolher para contar por aqui. Resolvi, então, começar… pelo começo. 

## Partindo do zero

Quando cheguei, a missão principal era liderar a área de marketing, área esta que não existia. Por isso, meu primeiríssimo desafio foi construir um time e, a partir daí, ajudar a estruturar o crescimento da empresa. E embora para muitos esta pareça uma parte básica, o passo inicial foi identificar as necessidades prioritárias. Como esse novo departamento vai ajudar na construção do crescimento? Quais são as competências que precisamos ter no time para que isso aconteça? 

Identifiquei de cara que precisávamos, já na largada, melhorar a comunicação de nossos valores e propósitos, deixá-los mais claros e falar deles com mais frequência, reforçando a [cultura interna](https://www.revistahsm.com.br/post/como-a-cultura-corporativa-e-criada) e construindo uma narrativa coerente.

Apesar de registrarmos ótima performance de vendas e contar com um portfólio de clientes grandes e reconhecidos, a marca era pouco conhecida, mesmo sendo líder nos mercados onde atuava, e havia passado por uma transformação que mudou o rumo do negócio – mostrando que também outros stakeholders precisavam receber mensagens mais precisas.

Foquei, portanto, em comunicação e trade marketing, trazendo perfis diversos do mercado,  com experiências em construção e [fortalecimento de marca](https://www.revistahsm.com.br/post/employer-branding-passo-a-passo-para-construir-uma-marca-empregadora-forte) e reputação, e na criação de estruturas de geração de demandas para identificar potenciais clientes, suas dores e necessidades, além de apresentar nossas soluções trazendo o grande respaldo de nossa base de clientes. Dentro do que previ, a estratégia se confirmou acertada pelo crescimento exponencial que verificamos desde então e que nos levará a dobrar de tamanho ainda este ano.

## Aí veio uma pandemia…

O que eu (e ninguém!) previu foi uma pandemia. E as atitudes de liderança que seriam mais necessárias a este cenário, que só foram efetivas graças ao time redondo que montamos. Penso, inclusive, que esta é a grande contribuição que trago hoje: como liderança faz a diferença, desde a estruturação de um time até a entrega consistente de resultados, mesmo com uma crise imprevista no meio.

Para isso, pontuo as principais ações que nos tornaram um time forte e coeso: 

– __É preciso estar aberto__ a ouvir a organização, a enxergar as necessidades de uma empresa que cresce velozmente, __aos erros e acertos, a delegar e ao ajustar de rotas em conjunto__. Ter uma relação de confiança com o time é condição *sine qua non*. Eles precisam saber qual o norte de seu trabalho, como cada um deles fará diferença, que mudanças acontecerão, e tudo bem.

– [__Confiança__](https://www.revistahsm.com.br/post/o-impacto-das-diferencas-e-da-autossuficiencia-na-des-confianca), aliás, não é algo que se impõe. É algo que se cria por meio de laços, no almoço, no cafezinho, em papos individuais e em grupo. Como alimentá-la, então, em meio ao isolamento que nos foi imposto? Mais do que nunca, __os líderes precisam estar acessíveis__. Para o time e para a organização.
No meu quadrado (marketing e cultura), criamos um encontro que o time intitulou “De frente com Gabi”. Nesse espaço, conto o que está havendo de maneira macro e o que pode nos impactar. Enquanto o time traz sugestões, me ajuda a entender como estão se sentindo com tudo o que estamos vivendo, o que os alivia e ainda os aflige dentro e fora do trabalho. Somos pessoas antes de funcionários. E se há alguém que não pode mais se dar ao luxo de não pensar e agir dessa forma, esse alguém é a liderança. 

– Por fim, __nunca deixamos de celebrar__. É corrido, ficou diferente e mais difícil do que imaginávamos, mas é importante lembrar de comemorar. Seja com um recado de WhatsApp ou por outras ferramentas de interação da empresa. Na Acesso Digital temos os destaques do mês, e não há um mês que não tenhamos motivos para celebrar alguém do time. Mesmo na pandemia, reservamos tempo para nos conhecer, com especial atenção para aqueles que chegaram já sem a possibilidade de encontros pessoais.
A integração é reforçada a cada três meses, quando fazemos uma atividade específica para este fim e um balanço de onde estamos e para onde vamos. Fomos de desafios de salas de escape, na época em que podíamos aglomerar, a pintar as características que nos faltam no time para sermos mais diversos, cada um de sua casa. Juntos ou separados, a intenção é sempre a de discussão e aproximação. 

Trago a receita do bolo? Jamais. Cada empresa, líder e time vão achar o seu jeito de fazer. O que não pode faltar é a consciência de que para chegar a este ponto, tem de haver escuta, respeito, colaboração e reconhecimento. Pois se todos tiverem confiança e saberem para onde estão indo, fica mais fácil e certeiro chegar ao destino, não importam as mudanças de rota impostas no caminho. 

Confira mais artigos como esse no [Fórum Marketing Makers HSM Management](https://www.revistahsm.com.br/forum/marketing-makers-hsm-management).

Compartilhar:

Artigos relacionados

Diversidade, Estratégia, Gestão de Pessoas
8 de agosto de 2025
Já parou pra pensar se a diversidade na sua empresa é prática ou só discurso? Ser uma empresa plural é mais do que levantar a bandeira da representatividade - é estratégia para inovar, crescer e transformar.

Natalia Ubilla

5 minutos min de leitura
ESG, Cultura organizacional, Inovação
6 de agosto de 2025
Inovar exige enxergar além do óbvio - e é aí que a diversidade se torna protagonista. A B&Partners.co transformou esse conceito em estratégia, conectando inclusão, cultura organizacional e metas globais e impactou 17 empresas da network!

Dilma Campos, Gisele Rosa e Gustavo Alonso Pereira

9 minutos min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas, Liderança, Marketing
5 de agosto de 2025
No mundo corporativo, reputação se constrói com narrativas, mas se sustenta com integridade real - e é justamente aí que muitas empresas tropeçam. É o momento de encarar os dilemas éticos que atravessam culturas organizacionais, revelando os riscos de valores líquidos e o custo invisível da incoerência entre discurso e prática.

Cristiano Zanetta

6 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Estratégia e Execução, Transformação Digital, Gestão de pessoas
29 de julho de 2025
Adotar IA deixou de ser uma aposta e se tornou urgência competitiva - mas transformar intenção em prática exige bem mais do que ambição.

Vitor Maciel

3 minutos min de leitura
Carreira, Aprendizado, Desenvolvimento pessoal, Lifelong learning, Pessoas, Sociedade
27 de julho de 2025
"Tudo parecia perfeito… até que deixou de ser."

Lilian Cruz

5 minutos min de leitura
Inteligência Artificial, Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
28 de julho de 2025
A ascensão dos conselheiros de IA levanta uma pergunta incômoda: quem de fato está tomando as decisões?

Marcelo Murilo

8 minutos min de leitura
Liderança, Cultura organizacional, Liderança
25 de julho de 2025
Está na hora de entender como o papel de CEO deixou de ser sinônimo de comando isolado para se tornar o epicentro de uma liderança adaptativa, colaborativa e guiada por propósito. A era do “chefão” dá lugar ao maestro estratégico que rege talentos diversos em um cenário de mudanças constantes.

Bruno Padredi

2 minutos min de leitura
Desenvolvimento pessoal, Carreira, Carreira, Desenvolvimento pessoal
23 de julho de 2025
Liderar hoje exige muito mais do que seguir um currículo pré-formatado. O que faz sentido para um executivo pode não ressoar em nada para outro. A forma como aprendemos precisa acompanhar a velocidade das mudanças, os contextos individuais e a maturidade de cada trajetória profissional. Chegou a hora de parar de esperar por soluções genéricas - e começar a desenhar, com propósito, o que realmente nos prepara para liderar.

Rubens Pimentel

4 minutos min de leitura
Pessoas, Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de Pessoas
23 de julho de 2025
Entre idades, estilos e velocidades, o que parece distância pode virar aprendizado. Quando escuta substitui julgamento e curiosidade toma o lugar da resistência, as gerações não competem - colaboram. É nessa troca sincera que nasce o que importa: respeito, inovação e crescimento mútuo.

Ricardo Pessoa

5 minutos min de leitura
Liderança, Marketing e vendas
22 de julho de 2025
Em um mercado saturado de soluções, o que diferencia é a história que você conta - e vive. Quando marcas e líderes investem em narrativas genuínas, construídas com propósito e coerência, não só geram valor: criam conexões reais. E nesse jogo, reputação vale mais que visibilidade.

Anna Luísa Beserra

5 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)